A história das origens dos Metallica e do feroz baixista que redimensionou o som da banda; a trágica morte de Cliff Burton e um pedal que se tornou lendário, o Morley Power Fuzz Wah.

Cliff Burton morreu aos 24 anos de idade, na sequência dum acidente rodoviário, quando o tour bus dos Metallica se despistou, no dia 27 de Setembro de 1986, na Suécia. O músico dormia no seu beliche e foi projectado através da respectiva janela, acabando esmagado pelas rodas do veículo. Até aí, num curto espaço de tempo, Burton substituiu Ron McGovney ainda no início de carreira dos thrashers, redimensionou o som dos Metallica e gravou os álbuns da era dourada daquela que se tornou uma das maiores bandas de sempre: ‘Kill ‘Em All’ (1983), ‘Ride The Lightning’ (1984) e ‘Master Of Puppets’ (1986).

A história dos primeiros anos dos Metallica é contada numa mini-série documental, com entrevistas e imagens raras exclusivas. Estreada a 18 de Agosto de 2016, “Landmark – Metallica: The Early Years” é uma mini série que conta as origens da maior banda de metal do planeta. A série documental está dividida em quatro episódios, cada um com entrevistas exclusivas com James Hetfield, Kirk Hammett e Lars Ulrich: “Metal Militia”, “Metal Up Your Ass”, “Sophistication And Brutality” e “Armageddon’s Here”. Os episódios são ainda pontuados com imagens raras de arquivo, intervenções de colegas da época e animações de Anthony Schepperd. O primeiro episódio é dedicado aos primeiros contactos entre James Hetfield e Lars Ulrich. «Quando conheci o Lars, ele era um puto chunga europeu», diz o guitarrista, enquanto o baterista retribui: «Ele era mesmo bizarro». Os episódios seguintes documentam a criação do primeiro álbum, “Kill’em All”, em 1983, o malogrado Cliff Burton e o primeiro contacto da banda com a fama. A mini-série é uma produção do serviço de streaming Spotify. Podes visualizar o documentário integralmente nos players seguintes.

Já em 2018, estreou “The Salvation Kingdom”, um documentário produzido e narrado pela irmã do músico, Connie Burton, que retrata vários momentos da infância do músico, bem como os seus hobbies e influências musicais. A homenagem inclui também entrevistas a músicos cuja trajectória musical foi influenciada pelo baixista. O título do documentário foi retirado de um excerto da música “To Live Is To Die”, inserida no álbum “…And Justice For All”, que foi escrita como tributo a Cliff Burton.

Também em 2016, por ocasião do 30º aniversário da sua trágica morte, a Morley, em colaboração com Ray Burton, pai de Cliff Burton, homenageou o falecido baixista dos Metallica através de uma versão do pedal que o músico tornou famoso – o Power Fuzz Wah!

O Power Fuzz Wah é um clássico que combina um pedal wah-wah com um circuito de fuzz. No primeiro álbum da banda, “Kill’Em All” (1983), Cliff Burton imortalizou o modelo no tema “(Anesthesia) – Pulling Teeth”, o “Eruption” da guitarra baixo. Esse era o solo que Burton tocou num concerto de Trauma, quando James Hetfield e Lars Ulrich o viram tocar pela primeira vez. Hetfield confessa: «Ouvimos este solo insano e pensámos, “Não se vê ali nenhum guitarrista”. Começámos a contar as cordas e virei-me para o Lars e disse-lhe: “Meu, aquilo é um baixo!”».

Na sua configuração, o Wah tem um potenciómetro de nível independente, o Fuzz possui potenciómetros de nível e intensidade e também um switch Modern/Vintage, que permite optar entre dois tipos de fuzz. Os efeitos de Wah e Fuzz podem ser utilizados individualmente ou em simultâneo. Bill Wenzloff, da Morley, avisa que este pedal não é um reissue. «A versão original Tel-Ray Morley era extremamente grande, possuía um cabo de alimentação integrado, não tinha opção para pilha e, simplesmente, não é adequado para os músicos actuais. O som e timbre, contudo, estão duplicados de forma exacta. A combinação de fuzz e wah é o que deu a assinatura sonora ao Cliff, especialmente quando solava. Queríamos que esse aspecto do pedal fosse o mesmo, mas com visual e características modernas. Este é o pedal mais procurado na história da Morley, estamos honrados por, finalmente, poder disponibilizá-lo para aqueles que o pediram durante todos estes anos».

Mais info, aqui.