Buzz Osborne, o irascível guitarrista dos Melvins e responsável por algumas das mais extravagantes, requintadas e pesadas obras sludge/doom, demonstra como virar riffs de algumas das mais destacadas malhas do icónico álbum “Houdini”.
Foi em 2008, por ocasião do 15º aniversário de “Houdini”. O quinto álbum dos Melvins foi originalmente editado em 1993 e o Revolver passou por Brooklyn para conversar sobre o disco com Buzz Osborne – o frontman dos Melvins estava a meio de uma digressão, a passar uns dias em casa do seu parceiro nos Mr. Bungle, Fantômas e Tomahawk: o baixista Trevor Dunn que acompanhava os Melvins nessa época e, já agora, também foi determinante no mais recente álbum solo de King Buzzo.
“Houdini” é um dos mais aclamados discos dos Melvins e o primeiro no mainstream, via Atlantic Records. Podem ler mais sobre a nossa admiração por esse discaço na ampla review que lhe dedicamos por estas páginas. Combina um teor mais comercial com o sentido “sabbathiano” dos álbuns mais pesados e também o ambiente de garagem dos primeiros trabalhos – isso reflecte-se não só no som, mas também no formato, e “Houdini” tem descargas de 3 ou 4 minutos, mas também rolos compressores de 7 minutos e 10. Entre essas malhas estão preciosidades como “Hooch”, “Honey Bucket” e “Copache” Tudo cheio de mega riffs que Buzzo desconstrói, revelando a sua inspiração para os criar, e ensina a tocar, excepto a arrasadora cover dos KISS, “Goin’ Blind”, que serve apenas como reflexão para as suas influências musicais, acabando por confessar uma profunda devoção pelos Beatles.
Muitas vezes apontados como uma banda elitista, Buzzo garante que nada podia estar mais longe da verdade e que a sua música devia ser ouvida por todos e «vender milhões e milhões e milhões de discos». Dispara os vídeos, em baixo.