Uma lista das melhores guitarras eléctricas de 2021, imperativamente liderada pela estreia oficial do Murphy Lab da Gibson nessa galopante mercado das réplicas vintage e bem secundada por uma escolha eclética de modelos mais económicos, de assinatura ou genéricos.
A história da Gibson Custom Shop está envolta em mistério e, em certa medida, intriga. No livro “Keeping The Flame Alive”, Walt Carter afirma: «No início dos anos 90, a Custom Shop não existia realmente. Era um grupo indefinido dentro das instalações de produção regulares da divisão de Nashville da Gibson. A R9 estreou na NAMM de Janeiro de 1993. Tom Murphy pintou o acabamento nas primeiras 25 Sunbursts e nas primeiras 15 Goldtops». Como é sucede amiúde na Gibson, a história nunca é simples. Já existiam instrumentos designados por Custom Shop há muitos anos, mas a Custom Shop, tal como a conhecemos hoje, começou como uma instalação separada em 1993, com os seus próprios artesãos e a sua própria porta da frente. Durante várias décadas, Tom Murphy tinha vindo a “envelhecer” guitarras Gibson Custom Shop como agente independente e era reconhecido há muito tempo como a grande referência nesse tipo de trabalho. Então, corria o ano de 2020 quando a Gibson anunciou que abraçara os talentos de Murphy, criando uma colecção emblemática através do Murphy Lab (o Laboratório de Murphy), um departamento concebido, formado e chefiado pelo próprio homem.
Como o executivo Gibson que se arrojou a dar o OK à iniciativa Murphy Lab, Cesar Gueikian vê nela uma parte crucial para devolver à empresa o que os músicos estão realmente à procura numa guitarra Gibson e que a marca pretendeu desenvolver com a campanha Play Authentic. «Foi por isso que pensei que o Murphy Lab seria tão importante. Tudo começou com a Custom Shop a refazer essas colecções e ter uma colecção que era uma verdadeira representação de instrumentos clonados dos originais, por ano. Quanto a recriar como aqueles instrumentos originais da época de ouro envelheceram graciosamente, quisemos levar isso ao nível seguinte. E quem poderia ser melhor para liderar esse esforço do que o próprio Tom Murphy?», afirmava Gueikian. Basicamente, a Gibson elevou Murphy ao seu panteão, ao lado de Orville Gibson, Lloyd Loar, Les Paul, Ted McCarty ou Seth Lover, que ajudou a estabelecer e manter a reputação da marca.

Em última análise, foi uma estratégia perspicaz. Sejamos honestos, o que todos desejam é uma Gibson da era dourada e esta foi uma forma de a Gibson conseguir nivelar-se com produção das melhores guitarras vintage-spec de pequenas oficinas, onde operações independentes, muitas vezes de uma só pessoa, têm criado réplicas de ‘Bursts de 1959 que alguns músicos estão dispostos a vender as mães para obter. E as guitarras de Murphy são, de facto caríssimas, mas são indiscutivelmente soberbas. E o Murphy Lab é uma das grandes figuras do ano no universo da guitarras eléctrica. Uma vez que o processo de envelhecimento requer muito trabalho manual, o preço aumenta por modelo, de acordo com o nível de desgaste aplicado. Para evitar o potencial congestionamento de encomendas e no esforço de adequar os desejos de um modelo de um cliente aos níveis de envelhecimento por medida, a Gibson definiu um menu específico de modelos desejáveis de Custom Shop, que irão constantemente percorrer o Murphy Lab.
As guitarras que aí passam são os exemplos de maior correcção vintage que a Gibson produz, preenchidos por correctas especificações cronológicas. O esculpimento preciso dos braços e dos tampos baseia-se na digitalização meticulosa dos originais e tudo é construído com cola quente, tal como na época dos modelos clássicos. Os componentes de plástico cronologicamente correctos incluem binding de Royalite; os aros dos pickups, pickguard e outras peças fabricadas em butirato de acetato de celulose – como os botões de controlo de butirato e incrustações de nitrato de celulose. Auntênticos truss rods sem tubos dos anos 50 são utilizados para oferecer maior ressonância e sustentação e os pickups e a electrónica feitos de acordo com as especificações do final dos anos 50 e início dos anos 60 são o padrão para estas guitarras. Até a tinta importa e é usada laca nitrocelular fina e dura, sem plastificantes – um acabamento que envelhece da mesma forma que fizeram os originais, depois de ter sido pulverizado sobre Gibsons no final dos anos 50 – é correctamente formulada. Impressionante.
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A Yamaha Guitars celebrou o 30º Aniversário da gama Pacifica com a introdução da Pacifica 612VIIFMX e da Pacifica 612VIIX, dois modelos topo de gama, carregados de specs de proa.
A primeira guitarra da gama Pacifica, desenhada pela Yamaha Guitar Development no centro R&D de North Hollywood, surgiu no final de 1989. Este modelo acumulava a originalidade Yamaha num design tradicional, com destaque para o sistema bolt-on. Para celebrar o 30º aniversário da série Pacifica, a Yamaha acrescentou dois novos modelos à gama no seu lineup de 2021. As novas Pacifica 612VIIFMX e Pacifica 612VIIX são bastante semelhantes, o FM no primeiro modelo serve para designar a diferença entre ambas: um tampo em flame maple. De resto, a 612VIIFMX surge num acabamento Fire Red e a 612VIIX em Teal Green Metallic eYellow Natural Satin (há ainda um acabamento Matte Silk Blue disponível exclusivamente na cadeia de lojas Sweetwater). Quantos aos specs nucleares, os novos modelos 612 possuem um humbucker Seymour Duncan TB-14 Custom 5 (ponte) e single coils Seymour Duncan SSL-1 (meio e braço). O switch permite cinco combinações, há botão singular de tone e o botão de volume funciona em push-pull para dividir as bobinas do humbucker.
No hardware destaca-se a pestana Graph Tech TUSQ, micro-afinação Grover e ponte Wilkinson VS50, um sistema tremolo tipo Strat de seis saddles. Ambas as guitarras são construídas com corpo em alder, braços em maple e escalas em rosewood. Mais info em yamaha.com.
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Apresentada no início de 2021, a PRS Guitars com a assinatura de Mark Lettieri é um doublecut HSS, num formato de corpo inédito na marca, e os pickups e respectivas opções tonais foram o principal foco de atenção do guitarrista.
Mark Lettieri pode não ser conhecido pelas massas, mas muitos entusiastas da guitarra conhecem-no bem. O músico destaca-se no fundo de inúmeras canções de David Crosby, 50Cent, Eminem, Snoop Dogg, Adam Levine e muitos, muitos outros, que recorreram a Mark pelos seus tremendos dotes de guitarrista. É um daqueles tipos que consegue tocar quase tudo, mas nunca se coloca em “bicos de pés”, limitando-se, de forma brilhante, diga-se, a fazer o que é melhor para a canção. Além de ser um reputadíssimo músico de sessão, também é compositor, ensina através de JamPlay e Soundslice e em 2021 criou a sua primeira guitarra de assinatura ao lado de Paul Reed Smith, a Fiore (flor, em italiano), que possui algumas características da Silver Sky, nomeadamente o braço em maple, num design bolt-on, a escala de 22 trastes na mesma madeira e a sua extensão à Fender, com 25.5”. As semelhanças ficam-se por aí. Desde logo, a Fiore apresenta um novo formato de corpo (inédito na PRS). Esculpido num bloco sólido de swamp ash, possui os cutaways bastante recortados de modo a facilitar ainda mais o acesso às zonas mais agudas da escala. Depois foi dada especial atenção aos pickups. Na posição da ponte surge o humbucker Fiore-H, bobinado para equilibrar muita potência high-gain com suavidade no output; a PRS garante que os single-coils Fiore-S, nas outras duas posições da configuração HSS, oferecem sons de enorme brilho, articulação e dinâmica. Entre os três pickups, sobram opções para combinar sons. O circuito é alternado por um switch de 5 posições e controlado por um botão de volume e dois de tone. Estes últimos possuem funções push/pull, aumentando o leque de combinações possíveis.
De resto, o tremolo de aço é fixo em dois pontos; os afinadores são de estilo vintage e a tampa do truss rod ostenta o logo florido, desenhado pela mãe de Lettieri. A PRS Fiore está disponível em três acabamentos: o vermelho Amaryllis, Black Iris e o branco Sugar Moon, todos criado no processo Nitro over Cellulose (CAB) da PRS. A guitarra vem acompanhada de gig-bag. Mais info na PRS Guitars.
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A Epiphone juntou-se a Nancy Wilson (Heart) para criar uma novíssima guitarra de assinatura, a Fanatic. É uma réplica autêntica e bastante acessível da Gibson Nancy Wilson Nighthawk Standard.
Se não sabiam, ficam a saber. Adoramos Heart e adoramos Nighthawks. Portanto, estamos entusiasmadíssimos com esta nova guitarra. A Fanatic possui o formato de uma Nighthawk, com corpo em mogno e tampo em maple. O braço (também mogno) possui perfil C arredondado e escala em ébano. Na electrónica está um par de humbuckers ProBucker, o da ponte, como no modelo original, está inclinado. Os controlos são master volume e tone, com selector de cinco posições. no hardware: ponte Nighthawk Hardtail, afinadores Epiphone Deluxe e pestana GraphTech NuBone. A Fanatic surge num deslumbrante acabamento gloss Fireburst.
A Nighthawk surgiu em 1993, ganhando notoriedade pelo seu formato e por se afastar do padrão les Paul ou Jr, ainda que o evoque. Nancy Wilson foi um dos músicos pivotais no desenvolvimento da guitarra, como aliás recorda no vídeo de apresentação deste novo modelo de assinatura (no player em baixo).
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Apesar do cancelamento da Summer NAMM 2020, a Gretsch Guitars apresentou as novidades na sua colecção desse ano. Chegada ao mercado no final de 2020, a económica G2215-p90 é “muita guitarra” para o seu preço.
A cada ano que passa, a Gretsch Guitars tem sabido manter uma enorme coerência na manutenção ou evolução das suas gamas. Mantém todos os atractivos dos modelos mais caros, mas não se limita a encher o catálogo com modelos de “entrada” com a única finalidade de aumentar os seus resultados comerciais. Foi nesse sentido que na Summer NAMM 2020 se tornou a mover. Nessa ocasião, a marca tornou a apresentar uma colecção de 14 novos modelos que incluem duas acústicas em formato parlour, actualizações a vários modelos clássicos Gretsch e novos modelos de assinatura, uma vez mais para Setzer e para Robinson, mas também para Nick 13 e Michael Guy Chislett. Foi a meio dessas novidades que chegou a excepciona G2215-P90 Streamliner Junior Jet Club. Uma elegante guitarra single cut com ponte fixa “wraparound” e disposição peculiar e simples nos controlos do circuito electrónico. Muitas Jet possuem controlo de volume para cada um dos pickups, além de master volume e master tone, este modelo apenas retém os masters para controlar o Broad’Tron (ponte) e o P90 (braço). Por aopenas cerca de 400 paus, não há muitas guitarras no mercado actual que ofereçam tanto em troca de tão pouco…
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A Fender celebrou o seu 75º aniversário em 2021. A marca californiana estreou uma excelente colheita de amps, guitarras e baixos num ano em grande. As gamas 75th Anniversary, na sua versão mais económica Diamond, e Noventa, ambas made in Mexico, com particular destaque para os modelos Telecaster, figuram meritoriamente entre os melhores do ano.
A 75th Anniversary é uma série que ostenta modelos elegantes das lendárias guitarras Stratocaster e Telecaster, e dos não menos emblemáticos baixos Precision e Jazz Bass, tudo com acabamentos únicos, pickups premium e braços ultra confortáveis. Todas as guitarras e baixos eléctricos estão disponíveis em edições especiais comemorativas com acabamentos de duas cores (Bourbon Burst), braços de maple de uma só peça e pickups Custom Shop, além de que vêm com estojos Inca Silver moldados com interiores Lake Placid Blue, certificados de autenticidade, um lingote do 75º aniversário da marca incrustado na parte de trás da cabeça e uma placa de aniversário gravada no braço. Os modelos no acabamento Diamond Anniversary são as versões da fábrica mexicana. O modelo Tele, em particular, é um enorme tributo ao cavalo de batalha clássico de Leo Fender. Elegante com o acabamento alargado ao headstock, com atenção a necessidades contemporâneas através da ponte com seis saddles e uma estética sónica bem vintage nos seus single-coils de produção norte-americana. Uma máquina para aquele twang clássico de Nashville e bastante capaz de rugir se lhe acrescentarem overdrive ou fuzz.

A relação começou tímida, meio escondida a meio dos modelos de edição limitada Alternate Reality e Parallel Universe, mas vai sendo cada vez mais sólida. Entusiasmada pela resposta da comunidade guitarrista aos modelos equipados com P-90, a Fender criou a Noventa Series, gama que estreia com três guitarras, uma Tele, uma Strat e uma Jazzmaster. Construídos no México, estes modelos ainda parecem estar numa fase de experiências, mas já são algo mais levado a sério que uma edição limitada. As guitarras Noventa estão acompanhadas de estojo de transporte e partilham specs como a escala com raio de 9.5”, em maple ou par ferro, 21 trastes, corpos em alder e a tradicional construção Fender de braço bolt-on. Há depois algumas diferenças subtis entre as três guitarras, nada caras. A que aqui destacamos é a Noventa Telecaster, modelo disponível nos acabamentos Vintage Blonde, Fiesta Red e 2-Color Sunburst. Tem um braço com perfil 60s C, 21 trastes medium-jumbo e um único pickup MP-90. A ponte Tele “cortada” de três saddles, tal como o meio pickguard, dá um visual minimalista à guitarra. Um template bem vazio, para o músico ir desenvolvendo. Podem ouvi-la, em toda a sua glória, nos primeiros minutos do vídeo seguinte.
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É muita coisa da marca, mas depois dos históricos formatos Telecaster e Stratocaster, a Fender apresentou em 2021 a American Acoustasonic Jazzmaster, a qual é obrigatório inserir nesta lista.
É o primeiro modelo na gama equipado com um humbucker, um instrumento híbrido, que mistura várias vozes acústicas e eléctricas numa única guitarra, que já almejou o louvor de ser o mais completo dos três designs Acoustasonic. O núcleo dos sons acústicos é derivado o “Acoustic Engine” da Fender, desenvolvido em parceria com a Fishman. Dá-nos dez tipos de vozes diferentes: quatro emulam estilos específicos de guitarra acústica e os restantes aproveitam o novíssimo humbucker com design de Tim Shaw, instalado na zona da ponte da American Acoustasonic Jazzmaster. Um botão de blend permite misturar o som das várias vozes. Na construção, a guitarra é composta por um corpo em mogno, braço bolt-on na mesma madeira e ébano na escala e ponte. Os acabamentos disponíveis são Ocean Turquoise, Natural, Tobacco Sunburst, Tungsten e Arctic White. Como sucede com a Tele e Strat, a pintura surge apenas na superfície superior do corpo, dando progressivamente lugar à textura da madeira. A American Acoustasonic Jazzmaster vale uns €2,099. Podem ouvi-la em acção no player seguinte.
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A EURUS GS-1 é a nova guitarra electrónica da BOSS, com uma fonte de sintetização polifónica que oferece um conjunto impressionante de sons com estilo analógico. Elegemos este instrumento nesta lista pelas tremendas possibilidades de inovação que se prepara para desbravar.
O conceito EURUS, da BOSS, apresenta um novo caminho criativo para os exploradores de som mais arrojados, expandindo a experiência de guitarra tradicional com tecnologias poderosas e expressivas. Projectada a partir desta abordagem inovadora, a EURUS GS-1 combina um instrumento bem sólido com técnicas avançadas de sintetização (polifónica) de guitarra, que foram refinadas durante mais de quatro décadas. «Profunda, inspiradora e infinitamente tocável, a EURUS GS-1 vai elevar a tua visão musical até patamares inimagináveis», garante a marca. E com o Bluetooth interno podes personalizar os sons do sintetizador e controlar múltiplos parâmetros de performance com conveniente ligação wireless. A fonte sintetizadora na EURUS GS-1 oferece qualidade sonora e resposta natural. As seis memórias internas vêm preenchidas com sons “pronto-a-tocar” e permitem acesso a muitos mais, com a aplicação GS-1 Editor. Existe ainda um botão de controlo de sintetização, que permite uma vasta gama de expressão dinâmica durante a execução de técnicas de guitarra, sem latência ou problemas de disparo a perturbarem o ritmo musical natural. De resto, a app GS-1 Editor (iOS e Android) desbloqueia capacidades de programação. Estão disponíveis vários tipos de sintetização para a produção de sons, em conjunto com tone, ressonância e outros parâmetros ajustáveis. Também pode atribuir-se uma gama de parâmetros ao botão de controlo de sintetização da guitarra e guardar as combinações de sons favoritas no dispositivo, para carregamentos rápidos.
O design offset é bem equilibrado e o braço de perfil delgado apresenta escala de raio composto e 24 trastes. O hardware Gotoh proporciona acção de tremolo suave e estabilidade de afinação. Dois humbucker oferecem som abrangente, aumentado pelo sistema split-coil em duas das cinco posições do switch. A electrónica da guitarra e do sintetizador são completamente independentes na EURUS GS-1, permitindo alternar entre os dois tipos de sons de forma fácil e rápida. E com as duas saídas de ¼ polegadas, pode enviar-se a guitarra e o sintetizador para destinos separados e trabalhar com processamento específico. Mais info e specs na BOSS.
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Também no espectro mais económico e, ainda assim, refinado. A reformulada gama Squier Paranormal apresenta uma linha requintada de guitarras e baixos bastante suis generis.
Existem sete modelos na série Paranormal: com um baixo Jazz ’54 juntando-se à Cabronita Thinline Telecaster, Cabronita Baritone, Super-Sonic, Cyclone, Offset Telecaster e Toronado. Esta gama foi uma oportunidade para Squier brincar com algumas novas especificações e refazer o catálogo de clássicos da Fender. É também uma bela forma de acabarem por possuir um instrumento que nunca será muito comum. As guitarras, como padrão, possuem braços no confortável perfil “C” e corpos em poplar. Vamos olhar cada um deles, começando pelo JB’54…
O Jazz Bass ’54 pode até parece o instrumento mais convencional desta fornada, mas apenas à distância. Se olharmos com atenção, vemos que a Squier acrescentou ao formato Jazz uma estética 54 Precision Bass. Tem um corpo de poplar, um par de single-coils alnico de design Fender, uma ponte e afinadores de estilo vintage, controlos duplos de volume e tone concêntricos e um pickguard muito fixe, estilo ’50s. Está disponível em preto com pickguard Anodizaded Gold ou em 3-Tone Sunburst.

Depois surgem duas versões distintas da Cabronita Telecaster – a Cabronita Thinline semi-hollow e a Cabronita Baritone de corpo sólido. Ambas vêm equipadas com pickups single-coil alnico, em designs soapbar da Fender, ponte string-through-body, corpo poplar e braços em maple aparafusados. O modelo barítono tem um comprimento de escala (em maple) mais longo de 27″, para acomodar a sua afinação mais baixa, e vem em 3-Color Sunburst e Surf Green (esta com escala em louro). Entretanto, a Cabronita Thinline está disponível em Lake Placid Blue and 2-Tone Sunburst – este último com o pickguard Anodizaded Gold.

É com a Squier Paranormal Super-Sonic que as coisas começam a ficar verdadeiramente estranhas. Entramos na Twilight Zone da Fender, com um corpo poplar invertido e braço em maple aparafusado, numa silhueta muito original. É também uma guitarra eléctrica bem compacta, com uma escala de 24″ e uma pestana estreita de 38,1mm, ideal para principiantes e mãos pequenas, mas realmente interessante para qualquer pessoa. Disponível em Blue Sparkle e Shell Pink, a Super-Sonic tem um par de humbuckers Squier Atomic, um tremolo estilo vintage, e é muito fixe!

O modelo Paranormal Cyclone é outro caldeirão de designs Fender. É outra guitarra eléctrica de escala curta – pelo menos, 24,75″ é uma extensão curta para a Fender – que possui um corpo Mustang, os controlos dum modelo Jaguar, tem um tremolo estilo vintage e está equipada com um trio de pickups single-coil alnico de design Fender. Mais uma vez, temos um corpo poplar, braço maple aparafusado e uma escala em louro indiano. Está disponível em Candy Apple Red e Pearl White.

A Telecaster Offset é outro verdadeiro híbrido, aplicando especificações Telecaster num corpo Jazzmaster. Outra construção sólida em poplar, vem equipada com uma ponte e configuração de controlos Telecaster estilo vintage e Tele single-coils para nos dar twang e a sensação de estar a tocar uma guitarra derivada de um estranho multiverso. Disponível em Shell Pink, como mostra a fotografia em baixo, Olympic White e no clássico acabamento Tele Butterscotch Blonde, com escalas em maple como padrão.

Para terminar, a Toronado é um modelo offset para os músicos que não curtem offsets. Ou seja, a metade inferior do corpo é um pouco mais simétrica e as formas um pouco mais arredondadas. Os sons também deverão ser um pouco mais arredondados, por assim dizer, uma vez que aqui temos os humbuckers Dual Squier Atomic, com um switch de três vias e a configuração de controlos de duplo volume e duplo tone, reminiscente de algo que Gibson faria. A ponte é fixa e bastante simples, com seis saddles. As opções de acabamento são 3-Color Sunburst e Mystic Seafoam.

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Uma lista de melhores do ano não fica completa sem um par de demónios de shred. A Charvel lançou uma soberba e bastante simples DK24, a Music Man também lança mega bacalhaus cada vez que anuncia uma nova guitarra, mas o que nos cativou mesmo foram as novas (chegadas no final de 2020) Pro Series Dinky DK Modern HT6 MS – dinky multi-escala com variação entre as 26.5” na corda mais grave e 25.5” na mais aguda. Os 24 trastes surgem sobre uma escala em ébano, por sua vez conjugada com braço bolt-on em três peças de maple e wenge. Os pickups são Fishman Modern PRF-MH7, com dois perfis sonoros por unidade e numerosas opções de coil-splitting no alternador de 5 posições.

E se o modelo de seis cordas é uma tremenda guitarra, o que dizer da Pro Series Dinky DK Modern EverTune 7… Esta Pro Dinky possui as mesmas configurações de braço da anterior, neste caso com escala em ébano de raio composto. Nos extremos das sete cordas estão uma ponte Evertune e os locking tuners Gotoh. O corpo em basswood tem instalados dois humbuckers Fishman Fluence Open Core PRF-CO7, com dois carácteres sonoros por unidade e numerosas opções de coil-splitting no alternador de 5 posições e botão tone push-pull.
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Para terminar e ainda no universo mais shredder, a Solar Guitars estreou as suas primeiras guitarras multi-escala, através de uma versão de seis e outra de sete cordas. Humbuckers passivos em modelos simples, uma combinação eficaz para quem quer abraçar o djent e o low-end.
Em franca expansão enquanto marca, a Solar Guitars do guitarrista sueco Ola Englund (The Haunted, Six Feet Under, Feared) torna a estrear uma nova tipologia de guitarras eléctricas. Depois de ter começado a produzir os seus primeiros baixos e os primeiros modelos de formato Tele, a Solar Guitars apresentou as suas primeiras guitarras multi-escala, através de modelos de seis e sete cordas tipo Super Strat. A A1.6DBOP-FF e a A1.7DBOP-FF chegam no acabamento Dark Brown Open Pore, dentro da já habitual estética Solar, e com a cabeça invertida que parece ter sido inspirada por um catálogo de armamento medieval. Ambos os modelos têm corpos swamp ash, no formato Solar Guitars’ Type A ‘S-type’, com cutaways bem pronunciados e escavados junto ao braço para abrir caminho ao acesso aos trastes superiores. Os braços de três peças são esculpidos num perfil “Thin C” e encimados por uma escala de ébano, com a Solar a usar a multi-escala tão do agrado da malta do djent e outras tribos de guitarras metalo-progressivas, devido à sua entoação melhorada, particularmente ao usar afinações tão baixas. Olhando cada uma das guitarras individualmente, o modelo de seis cordas possui uma escala de 24.75” para 26” scale. Isto é, a corda E (Mi) mais aguda possui uma escala com extensão tipo Les Paul, aumentando progressivamente para o Mi mais grave. No modelo de sete cordas passamos das 25.5” tradicionais da Fender para as 27” na corda mais grave, cuja afinação standard será o B (Si).
De resto, ambos os modelos possuem pontes Hipshot, anguladas para acomodar o design multi-escala e os afinadores genéricos da Solar. Na electrónica, as guitarras estão equipadas com um par de humbuckers passivos Solar FF, controlados por switch de cinco-posições e pelos controlos de volume e tone. Há ainda marcadores laterais Luminlay, pestana em grafite e trastes em aço inox. Mais detalhes na Solar Guitars.
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