Nas suas incursões mais recentes pelas veredas da música independente nacional, o Circuito Malmandado visitou uma série de lojas de discos tradicionais, bastiões da luta contra o monopólio das grandes cadeias de cultura mainstream ao metro, como a Clockwork Store, a Bunker Store Portugal ou a Materia Prima.
O Circuito Malmandado é uma plataforma digital gratuita que pretende documentar os processos de criação e identificar intervenientes da música independente em Portugal. Por aqui já apresentámos episódios dedicados a bandas, a editoras e até a estúdios, casos do Hertzcontrol ou Arda Recorders. Nos últimos episódios, o Circuito aproveitou para visitar alguns locais de culto para verdadeiros melómanos, lojas de discos da vizinhança onde, fora dos catálogos massificados da grandes cadeias espalhadas pelo país, se pode encontrar aquele 7”, 10” ou 12” mais recôndito.
A Bunker Store nasce pela mão de Manuel Fernandes e Pedro José Branco a 3 de Maio de 2014. No SWR Barroselas montaram uma banca e depois seguiram caminho para casa, o Centro Comercial Invictos, na Rua Passos Manuel, no coração da cidade do Porto. Cassete é o formato predilecto da Bunker, mas não é tudo o que podemos lá encontrar. Desde items de vestuário, a acessórios, vinil e CD, mas acima de tudo um espaço seguro para todos os que procuram música pesada. Não só de Metal se faz a Bunker, mas podemos considerar o Manel um activista do Metal Nacional; e é ele a cara e coração da Bunker Store, que vos receberá de Segunda a Sábado, entre as 9h e as 21h.
Emanuel Lameira fundou a Clockwork Store em Lisboa, em dezembro de 1994, tinha 17 anos. Na altura com outro nome e outro propósito, era a única loja da Península Ibérica dedicada à “cultura de bancada”, vendia exclusivamente roupa e acessórios para as claques de futebol. Por ser uma extensão de si, dos seus gostos e crescimento pessoal, foi-se transformando ao longo dos tempos no que é hoje. Uma loja de roupa e acessórios de art street wear, artigos de skate, discos em CD e vinil, merchandise de bandas nacionais e internacionais. Eclético, “de ouvido aberto”, tem ali um pouco de tudo o que chama os “derivados do rock”. De Social Distortion a Knuckledust ou 100 Demons, para dar uma ideia do largo espectro de géneros que pode encontrar. Mais o apoio a bandas nacionais, de que faz questão, sempre.Isso e a simpatia de quem tem a generosidade de manter um espaço de partilha do melhor que tem para dar. A quem quiser visitar, a icónica Clockwork fica na Rua das Flores, número 24, em Lisboa.
Por fim, é o Carlos quem, gentilmente, nos apresenta a Materia Prima, tesouro portuense de entrada discreta e um mundo por descobrir lá dentro. A funcionar desde 1990, era nessa altura um serviço de mail order de discos difíceis de encontrar, um projeto dos amigos Miguel, Jorge e Paulo (o único fundador que ainda se mantém). Hoje é um espaço que, além da música, tem livros, DVDs, esculturas. O lema é simples. «Tem tudo o que gostamos». O que se reflete no modo como estão catalogadas as secções, por editora, por géneros, regiões, micro-géneros ou géneros inventados, abarcando uma pluralidade de temas, do mais clássico ao mais contemporâneo ou experimental, erudito ou nem tanto assim. O que quer que lhes faça sentido, uma forma de partilhar conhecimento, tornando mais rica a experiência de quem visita. A Matéria Prima está localizada na rua Miguel Lombarda, número 127, Porto. Aberta de Segunda a Sábado, entre as 14h e as 19h.
Mais protagonistas do nosso circuito de música independente no site oficial do Circuito Malmandado.
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