Led Zeppelin, a magnífica arte de John Howe ou os cândidos filmes Rankin/Bass Productions são a inspiração para “The Lord of the Rings: The Rings of Power” da Amazon Prime Video.
Há poucos livros tão globalmente amados como a saga de Frodo Baggins. A trilogia de Peter Jackson fez crescer o público e – mesmo com os muito criticados três filmes que adaptaram “O Hobbit” – a sua visualização ganhou honras de experiência recorrente em qualquer lar. Aliás, a noção disso será aquilo que motivou a Amazon a investir como nunca se fez antes numa série televisiva. A nova versão cinematográfica de “O Senhor dos Anéis” é já a série televisiva mais cara de sempre e a sua estreia está prevista para Setembro de 2022. A devoção à mais célebre obra literária de fantasia permanece intacta.
De facto, quando foi anunciado que a Amazon estava a desenvolver uma série televisiva baseada em “O Senhor dos Anéis”, os fãs ficaram entusiasmados. Mas havia uma tonelada de perguntas. Seria isto uma continuação ou expansão do mundo cinematográfico já existente, notoriamente criado por Peter Jackson? Iria a produção apoiar-se em vários outros escritos de Tolkien sobre a Terra Média, tais como os de “Silmarillion”, para se inspirar ao criar novas histórias? À medida que a série se aproxima da sua estreia, começamos a obter algumas respostas. E é tudo muito mais complicado do que inicialmente se poderia pensar.
No artigo de fundo publicado pela Vanity Fair, ainda antes da estreia da primeira trailer, J.D. Payne e Patrick McKay (dois dos produtores da série) revelaram as suas fontes de inspiração para desenvolver “The Lord of the Rings: The Rings of Power” e quais as fontes escritas originais lhes é permitido explorar. Para responder à primeira pergunta colocada atrás, legalmente a Amazon não pode assumir que “The Rings Of Power” existe em paralelo com os filmes de Peter Jackson na New Line Cinema. Portanto, embora essas obras sejam uma inspiração, não é a única inspiração para a série. É aqui que McKay assume os Led Zeppelin como uma das influências. «O universo em que esta série televisiva pretende estar é o de Tolkien e isso passa por estar sob a sombra dos filmes de Peter [Jackson], mas também dos Led Zeppelin, das pinturas de John Howe e do filme de animação ‘The Hobbit’», admitiu McKay.
Os Led Zeppelin começaram a assumir a sua devoção à obra de Tolkien no seu segundo álbum, nomeadamente na canção “Ramble On”, que faz claras alusões ao périplo de Frodo Baggins. É em Led Zeppelin IV que as ligações são mais abundantes, desde logo as referências a “O Hobbit” em “Misty Mountain Hop” e, naturalmente, os épicos eventos da Batalha dos Campos de Pelennor que são fundidos com os mitos arturianos em “The Battle Of Evermore”. Mas há outros exemplos na restante discografia e, mesmo a nível pessoal, Robert Plant sempre manifestou o seu apreço pela mitologia criada por Tolkien.
A história de “The Rings Of Power” decorre na Segunda Era da Terra Média que existe muito antes dos acontecimentos da trilogia original dos romances (que tem lugar na Terceira Era da Europa mística de Tolkien). Contudo, tudo se complica porque Payne e McKay apenas têm acesso aos romances principais como fonte de material oficial e não podem ser retirados de outros trabalhos publicados de Tolkien. «Temos os direitos apenas a ‘A Irmandade do Anel’, ‘As Duas Torres’, ‘O Regresso do Rei’, aos respectivos apêndices, e ‘O Hobbit’», revelou Payne. «E é isto”. Não temos os direitos a ‘The Silmarillion’, ‘Contos Inacabados’, ‘A História da Terra Média’, nem a nenhum desses outros livros». No fundo, os livros editados e organizados por Christopher Tolkien (o terceiro filho de J.R.R. Tolkien) são inacessíveis.























Todavia, aqueles que já leram a trilogia original estarão mais tranquilos quanto à obediência ao cânone – o que sempre atemoriza um pouco os fãs mais conservadores – afinal, como McKay acaba por referir, os apêndices que Tolkien acrescentou em edições revistas de “O Regresso do Rei” são abundantes. «Há uma versão de tudo o que precisamos para a Segunda Era nos livros cujos direitos possuímos. Enquanto estivermos a pintar dentro dessas linhas e a não contradizer de forma flagrante algo de que não temos direitos, há muita margem de manobra e espaço para dramatizar e contar algumas das melhores histórias que [Tolkien] alguma vez criou».
“The Lord of the Rings: The Rings of Power” estreia na plataforma Amazon Prime Video a 02 de Setembro de 2022. Os livros de Tolkien são dos mais estimados em todo o mundo e não só possuem uma importância axiomática na literatura, como inspiraram inúmeras bandas, álbuns e canções ao longo das décadas. Aqui reunimos uma lista de bandas inspiradas no nome de cada um dos personagens que formaram a Irmandade do Anel.
Um pensamento sobre “Lord Of The Rings, Amazon Inspira-se nos Led Zeppelin”