Em “Plunge”, o segundo álbum de Fever Ray, Karin Dreijer tornou a instalar-nos confortavelmente a meio do caos, da loucura, de estranhos beats e da quebra de paradigmas musicais.
O homónimo álbum de estreia pertence ao longínquo ano de 2009. Desde aí, o pop electrónico e experimental da sueca Karin Dreijer permaneceu, mais ou menos, no underground. Até porque Dreijer regressou ao trabalho em The Knife (projecto com o seu irmão Olaf Dreijner), com quem editou “Skahing The Habitual” (2013) e “Shaken-Up Versions” (2014). Então, de repente, “If I Had A Heart” entrou nas casas de meio mundo, como genérico da série “Vikings”.
Estava na hora de fazer um novo disco a solo. Em “Plunge”, Fever Ray regressa aos extravagantes ambientes sonoros desse primeiro álbum, recorrendo à sua feérica voz e a desconstruções rítmicas para revelar magia e distopia de forma frenética e, ao mesmo tempo, tranquila. Em “Plunge” revisitamos o primeiro álbum de Fever Ray e também a década de 80 (Duran Dura, Peter Gabriel, Kate Bush), mas como a própria refere, num exercício que «destrói o aborrecido».
A capa é, no mínimo, curiosa. Tal como a música que a acompanha. A produção experimental entra em colisão com uma voz carismática que desperta a atenção e a imaginação de qualquer ouvinte. São faixas que saltam entre a calma e o caos, construindo sonoridades únicas até para os fãs de música electrónica. Na sua grande maioria, o trabalho foi gravado no estúdio de Dreijer, em Estocolmo, com a colaboração dos produtores Paula Temple, Deena Abdelwahed, NÍDIA, Tami T, Peder Mannerfelt e Johannes Berglund.
O disco estreou de rajada, em formato digital, no Outono de 2017 – a versão física chegou no início de 2018, via Mute/Rabid.
Nas suas considerações sobre o “Plunge”, Karin Dreijer afirmou: «Tinha um plano infalível de como o sexo ou, pelo menos, algum tipo de sentida intensidade física poderia salvar-nos, mas atirei com isso borda fora e fiz o mesmo ao corpo e adveio o silêncio que lamina os limites das canções».