INTER ARMA

INTER ARMA, Concrete Cliffs

Os INTER ARMA estão prestes a regressar com o seu primeiro álbum em cinco anos. Os titânicos pessimistas do metal extremo de Richmond vão lançar “New Heaven”, via Relapse Records, no dia 26 de Abril. Depois do enxame polirrítmico do tema título, os norte-americanos estrearam o single “Concrete Cliffs”.

Depois de meia década desde a edição do tremendo “Sulphur English” (2019), os INTER ARMA cerraram fileiras com a pandemia (quem nunca) e passaram por quatro baixistas durante a criação do álbum que se preparam para editar, antes de chegarem a Joel Moore, um guitarrista de formação que nunca tinha tocado baixo numa banda antes.

Marcado para edição no dia 26 de Abril de 2024, com o selo da Relapse Records, editora e banda anunciaram os detalhes em torno de “New Heaven”, incluindo o alinhamento do álbum, a sua capa e a estreia do primeiro vislumbre sónico, através do malhão que partilha o título com o LP e também lhe servirá de abertura. “New Heaven”, é um polirrítmico exercício de destruição, pontuado por um enxame de guitarras dissonantes e de um peso demolidor – um festim infernal de sete minutos que surgiu quando o baterista e compositor TJ Childers se desafiou a si mesmo.

É ele que deixa as primeiras palavras oficiais dos INTER ARMA, sobre o novo LP: «’New Heaven’ é o culminar de quatro anos de adversidades que vão desde experiências de quase morte, várias mudanças de membros e, claro, uma pandemia global. Musicalmente, marca um novo capítulo para nós, pois sentimos que levámos as nossas composições a lugares que nunca explorámos antes. Estamos entusiasmados por termos saído da loucura relativamente ilesos e sentimos que criámos algo completamente único que se destacará na comunidade por vezes homogénea da música extrema».

No press que acompanhou a estreia do primeiro single, é referido que o último álbum dos INTER ARMA, é um testamento convincente de perseverança, de cima a baixo. O seu matagal de camadas sempre densas de doom, death e, ocasionalmente, black metal, deixa escapar pedaços de luz, vislumbres fugazes [de esperança] para continuar no meio do tumulto.

“New Heaven” marca uma viragem acentuada para a banda, mostrando algumas das composições mais extremas e angulares que estes músicos alguma vez expuseram. Conhecidos pela sua visão cinematográfica do metal extremamente cavernoso, psicadélico e borderline sludge, a banda de Richmond alarga a sua dinâmica, oscilando entre o impulso empilhado e o esquecimento rodopiante. “New Heaven” esmaga e conquista e ilustra todo o real potencial até aqui contido pelos INTER ARMA.

Pegando na faixa-título, com o seu arrepiante vendaval de guitarras dissonantes, enquanto o vocalista Mike Paparo berra estrondosamente, acima de uma rede impossivelmente complicada de riffs e ritmos, não há qual cedência na brutalidade, a mínima contenção. As letras de Paparo, perspicazes e empáticas, sobre vítimas inocentes da guerra, do vício e da apatia social, afirmam esse sentimento, como um sobrevivente que lança um esgar à carnificina atrás de si e prossegue a sua vida o melhor que pode.

1. New Heaven 2. Violet Seizures 3. Desolation’s Harp 4. Endless Grey 5. Gardens in the Dark 6. The Children the Bombs Overlooked 7. Concrete Cliffs 8. Forest Service Road Blues

«You stared into the brutish jaws of strife’s heartless device / And you turned your back to hell», rosna Paparo em “The Children the Bombs Overlooked”, um dos pilares do álbum. Não se depreenda, no entanto, que este será um álbum de bem-estar, destinado a oferecer uma garantia ingénua de que tudo vai ficar bem. Que provas há disso, afinal, quer num registo em que os amigos são forçados à submissão, ao vício, ao suicídio, quer na retirada para um mundo onde o sofrimento continua a ser a língua franca?

Não, INTER ARMA e “New Heaven” são demasiado realistas. Este é, em vez disso, um disco sobre suportar um caminho duro, amaldiçoado e espinhoso e durar o tempo suficiente para fazer algo profundo, honesto e até mesmo afirmativo sobre esse percurso. A reafirmar tudo isto, a banda estreou outro dos temas do próximo álbum, o esmagador, arrastado e melódico malhão “Concrete Cliffs”.

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