“Companion”, editado a 24 de Setembro pela Svart Records, serve de celebração das três décadas dos pioneiros finlandeses do funeral doom, os Skepticism.
Ao fim de trinta anos de carreira, “Companion” é apenas o sexto álbum na discografia dos Skepticism. Por si só, isso diz-nos a forma meticulosa como a banda gere os seus momentos, a sua estética e a composição das suas canções. Pouco propensos a desperdiçar o fôlego dos carrilhões (ainda que sintetizados) que preenchem a sua sonoridade, os Skepticism erigiram mais um tremendo monumento fúnebre em “Companion”. Aproveitando as palavras da Decibel Magazine, «a maioria das bandas desejaria ser tão boa» como os finlandeses.
Em “Companion”, gravado e misturado por Nino Laurenne, nos Sonic Pump Studios, os Skepticism refinam ainda mais o seu som de assinatura para envolver o ouvinte numa cavernosa e pesada parede de órgão e guitarras com distorção colossal, inundada por uma torrente de metodicamente estudadas baterias e brilhantes pratos. A sua metodologia de estúdio está gravada em pedra, numa lápide, com cada álbum gravado da mesma forma. As faixas base são estabelecidas com a banda inteira a tocar sem metrónomo, sentindo o fervor de cada batida e cada acorde. É essa atmosfera no estúdio que capta a essência das liturgias dos finlandeses. “Companion”, mantém a tradição de todos os álbuns de Skepticism, contendo exactamente seis canções.
Para ajudar a banda a extrair o melhor de si nas sessões de gravação, o engenheiro de som recorreu a algumas técnicas pouco convencionais. É o próprio Nino Laurenne quem explica: «Demorei algum tempo a habituar-me a alguns dos detalhes invulgares sobre a forma como a banda toca e soa. Um desses detalhes é a tarola sem a esteira. Quando me ambientei a eles, tornou-se óbvio que deveria abster-me de utilizar algumas das técnicas que normalmente utilizo ao misturar. As baterias, por exemplo, mantêm quase intacta a sensação da actuação gravada – e têm definitivamente as reverberações mais longas que já usei! Uma banda com uma história tão longa e um som tão singular é melhor apresentada na sua forma natural, mesmo quando esta se afasta das práticas comuns».