O SWR Barroselas Metalfest foi adiado para 2022, devido à pandemia Covid-19. Com o cartaz reformulado, tudo aponta para uma edição triunfal esta Primavera. Vale a pena reviver o espírito do festival digitalmente e relembrar alguns dos mais icónicos concertos de edições passadas, caso dos Goldenpyre em 2017.
Quando os irmãos Tiago e Ricardo Veiga formaram a SWR Inc. e decidiram agitar a freguesia de Barroselas, com um festival dedicado à brutalidade do death metal e grindcore, trouxeram os espanhóis Avulsed ao nosso país, em 1998, numa altura em que a banda contava com dois álbuns bem recebidos pelos exigentes ouvintes do género, “Carnivoracity” e “Eminence In Putrescence”. A acompanhá-los estavam os nacionais Agonizing Terror, Defaulter, Kamikazes e Casablanca. Estava também impressa a vontade de erigir um altar dedicado ao mais profundo underground do peso, das guitarras de sonoridades extremas e destruição de amplificadores.
Em 2017, celebrou-se a edição XX. O vigésimo aniversário da meca do underground foi uma celebração vibrante da música mais extrema que contou com uma das maiores afluências de público na história do festival. Foi dos anos também com melhor recolha de concertos. Um deles extremamente sentimental, o dos Goldenpyre, reunidos para prestar tributo ao vocalista falecido, ao qual a irmandade do SWR respondeu de forma emocionante.
Os Goldenpyre foram recebidos de braços abertos por um público que se fez surdo a alguma ferrugem (pouca, na verdade) e aos nervos naturais após tantos anos de paragem. Afinal, a história (trágica) dos Goldenpyre mistura-se com a do próprio festival. Por todos os motivos, poder ouvir, tantos anos depois, o death metal obscuro do álbum “In Eminent Disgrace”, as influências de Incantation… Foi uma espécie de viagem no tempo. Um concerto old school, vivido com emoção juvenil e que permitiu mostrar gratidão a quem tanto fez pelo underground nacional, criando um espaço onde as bandas nacionais podem tocar ao lado de nomes de vulto.
Naturalmente, no início do ano a 23.ª edição do SWR BARROSELAS METALFEST foi adiada para 2022. Originalmente anunciada para Abril de 2020 e, posteriormente, reagendada para Abril de 2021, a conjuntura que se vivia em Novembro de 2020 ditava mais um inevitável adiamento. Essa decisão estava naturalmente relacionada com a evolução da pandemia, que não parecia dar tréguas a bandas e agentes da cena musical. Com muitas bandas estrangeiras no cartaz, o cartaz poderia ser mutilado de muitos dos artistas, impossibilitados de viajar ou de planear atempadamente rotas de digressão sem percalços. Referia a organização em comunicado: «Não, desta vez não anunciamos bandas para o próximo ano. Estes tempos sombrios não nos permitem imaginar Barroselas como nos velhos tempos nem o nosso coração aceita um novo desfecho decepcionante. Mesmo correndo o risco de voltar a errar, preferimos adiar o SWR BARROSELAS METALFEST 23 para 28 Abril – 01 Maio 2022 e encarar o futuro com optimismo e bom senso. Vamos aproveitar para trabalhar novas ideias e preparar mais uma edição com calma e ponderação. É muito triste, mesmo deprimente e até revoltante, mas um guerreiro será sempre um guerreiro! Os bilhetes comprados continuam válidos para 2022 e assim que possível informaremos acerca dos procedimentos de reembolso. Mais uma vez um muito obrigado a todos pelo apoio e dedicação, falamos em breve. Cuidem-se!»
Com a passagem dos meses, numa altura em que se começava a ver, finalmente, uma luz ao fundo do túnel no que à música ao vivo diz respeito, surgiu a confirmação dos primeiros nomes em cartaz para o SWR BARROSELAS METALFEST do próximo ano. E se são fãs de death metal, são uns nomes, passe a redundância, de peso, como avançou a LOUD!: Deicide, Krisiun e Crypta. A banda norte-americana vai andar em digressão pela Europa com os dois pesos pesados brasileiros e, pelo caminho, fazem uma paragem no último dia do muito aguardado SWR FEST 23, que acontece de 28 Abril a 1 Maio de 2022 na vila minhota. Também os EyeHateGod, quiçá o maior nome do sludge, vão passar nos palcos de Barroselas. A banda estará pela Europa em digressão promocional ao álbum de 2021. O primeiro álbum do grupo em sete anos chama-se “A History Of Nomadic Behavior” e sucede ao aclamado trabalho homónimo de 2014.
O nosso conselho é que se agarrem a esses bilhetes que já compraram, confiantes de que, finalmente, vai passar esta situação desgraçada e voltem ao Minho em 2022. Até lá, eis os Goldenpyre em 2017…
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