Carl Martin, Single Channel PlexiTone

O compacto Plexitone Single Channel da Carl Martin e a desenvoltura dinâmica do seu controlo de Tone, leva-nos numa viagem (económica) pelos sons do rock clássico. Leiam a nossa review e vejam o Mário Delgado a malhar riffs de Led Zeppelin num destes miraculosos pedais dinamarqueses.

O Plexitone Single Channel não fica atrás, em termos de qualidade, do Pro Series, também da Carl Martin. A grande diferença é precisamente a sua constituição, com apenas os três controlos [Level, Tone e Drive], e o switch on/off singular em apenas um canal, enquanto o original, além de um boost, possui dois canais com circuitos de drive diferentes – um mais crunch e o outro mais high gain. Para compensar o facto deste modelo ser um single channel, a Carl Martin teve uma ideia simples e bastante compensatória ao aumentar o espaço de acção do Tone neste modelo. O Plexitone é um pedal bastante “limpo”, um true bypass. Trabalhando, em qualquer tipo de amplificador, um bom som de clean channel, o circuito do pedal, por si só, consegue implementar a sua característica plexi, providenciado um crunch clássico.

O press da marca conta: «Desenhado em colaboração com Pete Thorn, trata-se da mesma tecnologia do PlexiTone original, num formato mais compacto para pedalboards e com apenas o canal de overdrive mais “brutal” e que soa melhor com diferentes amplificadores. Com fonte de alimentação regulada»

Excelente e alargado raio de acção do Tone. Som bastante limpo.

A melhor forma de começar a perceber o pedal, tal como acontece com qualquer outro pedal de distorção, é estabelecer a sua zona de acção – definir o aumento de sensibilidade que o circuito de “ganho” do pedal acrescenta ao sinal entre a guitarra e o amplificador. Aqui, com o Drive e o Tone desactivados, com o Level a cerca de 50%, ganhamos volume similar entre o amp sem o pedal ligado e vice-versa, sendo que nota-se logo a coloração que o Plexitone possui, isto sem, uma vez mais, acrescentar ruído significativo. A coloração que ganhamos é um leve “sujar” do sinal e um som mais “gordo”. A partir daí podem definir o Tone de acordo com a vossa preferência, sendo que a forma como aberto acrescenta brilho tímbrico ao sinal mostra um bom raio de acção, que deve mesmo ser atenuado para evitar algum excesso de médios se puxarmos muito pelo Drive. Só quando o Drive se aproxima dos 50% se começa a notar algum ruído, mas isto num registo completamente natural no uso de distorção.

Podemos trabalhá-lo, precisamente, como se fosse um treble booster, para ter uma sonoridade mais blues. Puxando o Level ao máximo, Drive no mínimo, e estabelecendo o Tone a meio da sua capacidade – um desenho de som que os plexis originais se destacavam por conseguir. Também somos capazes, com este pedal, de trabalhar um som para sonoridades dentro do heavy metal. Aqui, o truque é diminuir substancialmente a acção do Tone e compensar isso com um exagero no Drive, o Level nos 60% e… Tau! Estamos a tocar licks que podiam surgir num álbum de Iron Maiden ou Judas Priest! A meio destes dois extremos, tal como na cronologia histórica da música, temos um som mais fuzz. Partindo da configuração descrita imediatamente atrás, mantém o Level na mesma posição, retiram mais uns pós ao Tone, estabelecendo o potenciómetro a ¼ da sua acção e colocam o Drive a meio. Estaremos com um som bem clássico dos anos 70. E, mantendo o Level e o Drive com os mesmos níveis e subindo o Tone também até meio estaremos já em pleno hard rock dos anos 80.

O Tone neste pedal é um verdadeiro “pau para toda a obra” num sentido dinâmico! Quando o subimos ele vai aumentando, ligeiramente, a sensação de ganho para o amplificador, criando a aparência de mais output no sinal. Em 2017, a RoadCrew tornou-se a representante nacional da Carl Martin, no entanto a distribuição para o nosso país foi transferida para a FACE BVBA, uma empresa belga (pasme-se). Na altura, o Mário Delgado filmou um vídeo com a empresa nacional, onde o podem ver a malhar Led Zeppelin, como manda a lei, usando este feroz pedal dinamarquês.

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