Dois concertos vão firmar a estreia do grupo formado por Domenico Lancellotti e Norberto Lobo, dois dos músicos e compositores mais criativos do Brasil e de Portugal. João Pereira e Ricardo Dias Gomes completam este colectivo que toca a 13 de Maio em Espinho e a 16 do mesmo mês em Lisboa.
É curioso perceber como pororó, que em Guarani significa explosão, rima com a expressão brasileira borogodó, qualidade de quem tem um grande poder de empatia e de atração. Ambos os adjetivos poderiam qualificar aquilo que aconteceu quando Domenico Lancellotti e Norberto Lobo se conheceram no pós-pandemia, mas foi a Pororó que os dois músicos recorreram para nomear o seu projeto musical conjunto.
Para esta explosão sonora, tão livre quanto fecunda, convidaram o baterista português João Pereira, fundador da Robalo Music e um dos nomes mais promissores do jazz atual, que já se apresentou ao lado de Mário Laginha ou de Ricardo Toscano; e o baixista brasileiro Ricardo Dias Gomes, membro da banda Cê de Caetano Veloso, com quem gravou “Cê” (2006), “Zii e Zie” (2009) e “Abraçaço” (2012) e autor de “-11” (2015), disco elogiado pela revista The Wire, e “Aa” (2018), com a participação de Arto Lindsay.
Fervilhando de criatividade, o quarteto irá mostrar a 13 de Maio, no Auditório de Espinho, e a 16 de Maio, no Teatro Maria Matos, em Lisboa, todo o seu talento ao qual ninguém deverá ficar indiferente.
Em 2021, quando lançou “Raio”, o seu terceiro disco de originais, Domenico Lancellotti provou aquilo que quem lhe seguia os passos de perto já sabia: que a subtileza e a riqueza dos seus arranjos eram papo sério, capazes de nos embalar em viagens onde a música cruza a espiritualidade e a ancestralidade. A par da carreira a solo, Domenico é um dos fundadores do coletivo +2, espaço de experimentação partilhado com Moreno Veloso e Alexandre Kassin. Ao longo da carreira, assinou colaborações como músico, compositor, cenógrafo ou diretor de arte com nomes de peso da música brasileira, como Adriana Calcanhotto, Gal Costa, Gilberto Gil ou Caetano Veloso. Da sua mão saiu também a Orquestra Imperial, a Big Band surgida em 2002 para celebrar os ritmos dos bailes populares do Brasil.
A inovação e o cruzamento de linguagens, o cuidado estético e uma certa dose de fantasia e de onirismo são caraterísticas que lhe estão coladas à pele, à semelhança do que acontece com o guitarrista e compositor Norberto Lobo. Já ninguém põe em causa que Lobo é uma das figuras incontornáveis da música portuguesa contemporânea, ele que tem sete álbuns editados – o último dos quais “Estrela” (2018), guitarra a flertar com o jazz, o soul e o blues – e participações em alguns dos grupos mais entusiasmantes dos últimos anos, como o Montanhas Azuis, ao lado de Bruno Pernadas e Marco Franco, e Fumo Ninja, com Raquel Pimpão nas teclas, Ricardo Martins na bateria e Leonor Arnaut na voz.
Agora, Domenico Lancellotti e Norberto Lobo decidiram juntar as suas influências e legados férteis para, na companhia de João Pereira e Ricardo Dias Gomes, nos apresentarem Pororó. “Ainda não sabemos classificar o som da banda, mas também não sei se é preciso”, diz Domenico. Fluidez e um amor profundo pela arte é o que podemos esperar deste coletivo (fotografado, em cima, por Daryan Dornelles).
Preços & Categorias dos Bilhetes
13 Maio | Espinho | Auditório de Espinho – Academia | 21h30. Preço bilhete: 10€. Locais de Venda: Bilheteira da sala e online.
16 Maio | Lisboa | Teatro Maria Matos | 21h00. Preço bilhete: 15€. Locais de venda: Bilheteira da sala, online e lojas rede Ticketline (FNAC, El Corte Inglês, Galerias Campo Pequeno, Casino de Lisboa, ABEP, Teatro Tivoli BBVA, Timeout – Mercado da Ribeira, entre outros)