Cesar Gueikian, O Novo Presidente da Gibson

Após cinco anos a comandar os destinos da Gibson e das suas subsidiárias, JC Curleigh abandonou o seu cargo. Originalmente apontado como CMO, após o final do turbulento período sob a chefia de Juszkiewicz, Cesar Gueikian torna-se o novo presidente da marca e assume interinamente o cargo de CEO.

Em 2018, após a saída do CEO Henry Juszkiewicz a culminar aquele que foi, provavelmente, o período mais negro da história da marca, a Gibson anunciou o próximo cabecilha da empresa – James ‘JC’ Curleigh, antigo presidente da Levi Strauss & Co. Outros novos cargos incluem Cesar Gueikian enquanto CMO (chief merchant officer); Kim Mattoon enquanto CFO (chief financial officer); e Christian Schmitz enquanto CPO (chief production officer), todos em vigor a partir do dia 1 de Novembro de 2018.

Um comunicado de imprensa publicado pela Gibson expressava então que a nova equipa iria «focar-se colectivamente em definir as condições para o sucesso das marcas Gibson, para continuarem a criar instrumentos de alta-qualidade, desenvolver parcerias significativas e entregar crescimento económico em todo o núcleo de negócios de guitarras e mais além». No fundo, procurar abrir horizontes para o futuro da empresa, cuja bancarrota aconteceu, em grande parte, devido à entrada mal-sucedida no mercado de produtos electrónicos.

«Enquanto músico, sempre estimei as minhas guitarras Gibson e tenho o mais profundo respeito pela icónica marca Gibson e com todos os que escolhem tocar guitarras Gibson», afirmou Curleigh. «A Gibson tem sido uma pioneira no artesanato e na inovação em instrumentos musicais e tem sido um sinónimo com a modelação de sons entre gerações e género por mais de 100 anos. Estou muito honrado por possuir um papel principal nesta marca icónica. Este é o início de uma nova era para a Gibson que se irá construir sobre o seu legado e status icónico. Estamos focados no futuro e preparados com um novo começa, com uma forte fundação económica, uma nova equipa de liderança dedicada e experiente e com novos proprietários que são igualmente dedicados».

Talvez mais relevante para os guitarristas tenha sido a adição de Christian Schmitz, que ficou encarregue de garantir as melhores práticas de produção, “sinergia entre as cadeias de fornecimento” e excelência operacional entre a plataforma de produção Americana e mundial da Gibson. Afinal, nas duas últimas décadas, os guitarristas elevaram as críticas à qualidade de construção da Gibson. A aposta em Schmitz teve como objectivo atingir uma maior consistência na produção de guitarras. «Após trabalhar com a equipa da Gibson no último ano, estou confiante de que vamos conseguir continuar a desenvolver o nosso foco em produção, para que se torne uma vantagem competitiva para a Gibson», afirma Schmitz.

Nos últimos cinco anos, a marca parece ter-se aguentado a meio da pandemia, reordenou as suas linhas de produção e optimizou as suas fábricas. Choveram críticas à infame campanha Play Authentic e à prática de preços bastante elevados, mas abundaram os elogios à criação do Murphy Lab. Então, corria o ano de 2020 quando a Gibson anunciou que abraçara os talentos de Murphy, criando uma colecção emblemática através do Murphy Lab (o Laboratório de Murphy), um departamento concebido, formado e chefiado pelo próprio homem que, durante várias décadas, tinha vindo a “envelhecer” guitarras Gibson Custom Shop como agente independente e era reconhecido há muito tempo como a grande referência nesse tipo de trabalho.

Como o executivo Gibson que se arrojou a dar o OK à iniciativa Murphy Lab, Cesar Gueikian vê nela uma parte crucial para devolver à empresa o que os músicos estão realmente à procura numa guitarra Gibson e que a marca pretendeu desenvolver com a campanha Play Authentic. «Foi por isso que pensei que o Murphy Lab seria tão importante. Tudo começou com a Custom Shop a refazer essas colecções e ter uma colecção que era uma verdadeira representação de instrumentos clonados dos originais, por ano. Quanto a recriar como aqueles instrumentos originais da época de ouro envelheceram graciosamente, quisemos levar isso ao nível seguinte. E quem poderia ser melhor para liderar esse esforço do que o próprio Tom Murphy?», afirmava Gueikian. Basicamente, a Gibson elevou Murphy ao seu panteão, ao lado de Orville Gibson, Lloyd Loar, Les Paul, Ted McCarty ou Seth Lover, que ajudou a estabelecer e manter a reputação da marca.

Pois bem, a cavalgar o sucesso dessa decisão, ao fim de cinco anos, Cesar Gueikian torna-se o presidente da Gibson. Mais, assumirá também o cargo de CEO interino, após o anúncio de que James “JC” Curleigh está a sair da empresa e deixa vago o seu cargo de director, como o próprio refere em comunicado: «Tem sido um privilégio liderar a Gibson e estou tremendamente orgulhoso do que conseguimos como equipa. Estou pronto para o meu próximo desafio e quero agradecer ao Conselho de Administração e à equipa da Gibson pela oportunidade de orientar esta empresa. Estou ansioso para ver tudo o que eles irão realizar no futuro».

Ao assumir o cargo, Gueikian refere: «Sinto-me honrado por assumir a responsabilidade de presidente e director executivo interino. Comecei a aprender a tocar guitarra quando tinha 10 anos de idade e tudo o que queria era uma Gibson. Hoje, posso combinar a minha experiência empresarial com a minha maior paixão, que não é apenas a música e as guitarras, mas as guitarras Gibson. Estou ansioso por ser um guardião do nosso passado icónico e um administrador ainda melhor do nosso futuro. Vamos juntos moldar o som da música nos próximos 100 anos!»

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