Duff McKagan, Discos Punk Obrigatórios

As raízes punk do baixista dos Guns N’ Roses são bem conhecidas. Recordando os seus tempos no underground punk hardcore de Seattle, Duff McKagan elege os sete discos mais importantes do género na sua vida.

Claro, Duff McKagan é mais conhecido como o baixista dos Guns N’ Roses. Mas as suas credenciais punk – tocou guitarra nos 10 Minute Warning, bem como bateria com os Fastbacks, entre outros – nunca estiveram em questão. Em 2021, foi revelado o lançamento de “The Living: 1982”, mini-álbum que recolhe sete canções, todas escritas por McKagan e gravadas há 39 anos com a sua banda punk The Living e representa o primeiro lançamento oficial de material da banda.

Para além de um adolescente McKagan, que toca guitarra no disco, os Living apresentaram o baterista Greg Gilmore, que se tornaria membro original dos Mother Love Bone, o baixista Todd Fleischman e o cantor John Conte. A música, por sua vez, é uma fatia de punk hardcore e rock de Seattle. McKagan diz que essa banda, activa por muito pouco tempo teve um impacto duradouro na sua própria vida. «Ajudou-me realmente a formar-me como músico e compositor e convenceu-me de que era isto que eu ia fazer para sempre», diz.

Precisamente, para celebrar a edição de “The Living: 1982”, McKagan sentou-se com a Revolver para recordar alguns dos seus discos punk e hardcore favoritos de todos os tempos. Escolheu sete, mas garante que «podíamos colocar 50 discos punk na lista e todos eles iriam ser relevantes!»

Black Flag – My War (1984) | O primeiro concerto que dei foi abrir para os Black Flag com o [vocalista] Ron Reyes. Depois vi Black Flag com o Dez Cadena. E depois a minha banda, 10 Minute Warning, conseguiu tocar com Black Flag em alguns dos primeiros concertos do Henry [Rollins’]. Fizemos Seattle, fizemos Portland, fizemos Vancouver. E só de ver como ele era intenso… “My War” foi realmente um grande retrato do Henry. É uma gravação realmente crua, não há nada na voz, não há nada na guitarra, nem no baixo ou na bateria. É uma sala com um microfone dentro. Tinha uns 18 anos e a angústia que teens e as mudanças por que passa a tua vida nessa altura esse disco como que personificava os pensamentos que tinha na cabeça. E o Henry, quero dizer, aquele gajo é o cabrão do rei.

D.O.A. – “The Prisoner” (1978) | Escolho o single “Prisoner” em vez do primeiro álbum dos D.O.A., “Something Better Change” (1980), porque foi o primeiro single punk que comprei. estávamos em 1978 e era a cena mais rápida e demente que ouvira até aí. Foi esse single que me converteu ao punk rock…

Germs – DI (1979) | Portanto, claro que nessa altura não havia Internet… Por isso, o que farias se gostasses de música era ir à loja de discos e falar com o tipo atrás do balcão. Havia uma loja de discos [em Seattle] chamada Cellophane Square onde se obtinha a informação sobre o que era novo. E o nosso tipo atrás do balcão era Scott McCaughey, que mais tarde tocou nos Young Fresh Fellows e R.E.M. e todas estas outras coisas. E ele disse: «Há esta banda de L.A., a Joan Jett produziu-os…» E todos nós adorávamos as Runaways e a Joan Jett. Ele meteu o disco a tocar na loja e pensámos: «Mas que porra?» Comprar um disco era algo a considerar, porque era preciso poupar algum dinheiro. Mas comprei o disco dos Germs e ouvi-o uma e outra vez. Só as letras e o som da guitarra e a rapidez daquela cena… Tornou-se o meu disco favorito daquele ano.

Minor Threat – Out of Step (1983) | Nunca cheguei a ver os Minor Threat. Estavam muito longe, em D.C., mas lia-se sobre eles na Maximum Rocknroll e, até certo ponto, na Flipside. Então, estava a ler sobre esta cena fixe a emergir em D.C., e consegui este disco e fiquei: «Filhos da puta! Estes gajos fizeram um disco inteiro!» Porque eles tinham a minha idade. Não eram mais velhos, como os Pistols, os Clash ou mesmo os D.O.A. Tinham a mesma idade que eu! E esse foi também o ano em que deixei de beber e de consumir drogas. Não que estivesse a marcar-me como straight edge, mas estava a tentar levar a minha música a sério, e tinha estado a consumir drogas e a beber desde muito novo. Por isso, identifiquei-me com os Minor Threat.

Generation X – Generation X (1978) | Qualquer pessoa devia ter o primeiro álbum de Generation X, na minha opinião. É um disco que me ensinou muito. Eram todos excelentes músicos e o Billy Idol, como sabem, um cantor do caraças. É o Frank Sinatra do punk rock. Naturalmente, acabou por construir uma espantosa carreira a solo. Este disco é um autêntico clássica em qualquer género – punk, hard rock, o que quer que lhe queiram chamar.

The Vibrators – Pure Mania (1977) | Este primeiro disco dos Vibrators, com o tema “Baby Baby”, são os 32 minutos (ou lá quanto tempo tem) mais divertidos de sempre de perfeitas canções pop. São todas uns dois minutos e escritas de forma exemplar. Havia algumas bandas punk rock mais para a diversão, como os Devo e isso. E adoro Devo, mas os Vibrators, não sei quanta notoriedade atingiram, a par dos Squeezer e algumas outras bandas assim, são a mais pura diversão pop.

Motörhead – Ace of Spades (1980) | Os Motörhead são uma banda punk? Quer dizer, considerávamos os AC/DC uma banda punk, sabem? Não sei se realmente importava o quão curto ou longo era o teu cabelo. Nada dessa merda importava. Para mim, 1980 foi quando o punk começou a ramificar-se. E os Motörhead… Filhos da puta! Saiu o disco “Ace of Spades” e deixou toda a gente siderada. Tão feroz. E sabem, penso que mais tarde, na América, Motörhead tornou-se aceite na cena mais mainstream do hard rock, mas garanto-vos que as suas primeiras digressões nos EUA foram, principalmente, em clubes de punk rock. Eles eram definitivamente considerados uma banda de punk rock. Porque o punk rock foi sempre sobre ser autêntico e verdadeiro – e não há banda mais verdadeira do que os cabrões dos Motörhead.

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