Procuram avidamente recuperar o tempo perdido e voltar à essência que os tornou numa das maiores bandas na história da música e do rock. Com maior solidez e coesão dos músicos a cada concerto desde a Not In This Lifetime, enquanto a voz de Axl Rose “durou”, os Guns N’ Roses foram estrondosos no Passeio Marítimo de Algés e o magnetismo das suas grandes canções mantém-se intacto.
Como referimos, Axl, Duff e Slash, parecem sedentos de recuperar aquela aura da segunda metade da década de 80, aí se colando. Toda a gente espera um novo álbum dos Guns N’ Roses, cada um dos músicos já o prometeu, mas será isso uma boa ideia? “Hard Skool” e “Absurd” fazem temer o pior. São inócuas e pífias, principalmente tocadas a seguir a um dos mais ferozes momentos da noite, como foi “You Could Be Mine”. Mais um malhão surgido das sessões de “AFD”, a banda retirou-lhe alguma velocidade e tudo soou perigoso, autêntico, demolidor e pesado. Ferrer foi fenomenal. E Duff já não se resume à exuberância do seu som agressivo de baixo, tendo-se tornado um dos melhores pilares rítmicos no rock.
Para que se perceba o impacto do tema, só “Sweet Child O’ Mine” foi motivo de maior efusividade na plateia. Não terá havido alguém, pelo menos ali mais na frente (depois do neo-liberal “Golden Circle”), que se tivesse abstido de cantar, no mínimo, um par de versos e o refrão. Em vez do tradicional tema da banda-sonora d’”O Padrinho”, Slash optou por jammar com a banda um dos mais clássicos temas do cânone blues, “Born Under A Bad Sign”, que Albert King imortalizou em disco em 1966. E o canhão que Fortus usou nesta introdução e no tema? Um híbrido Les Paul Jr com Strat e Tele, trata-se da 4Tus Leather Hot Baby Junior, um modelo custom do luthier Fabrizio Paoletti (na foto, em baixo). Com a moral nos píncaros, Fortus foi o rei em “Rocket Queen”. Slash não deslustrou na talkbox, mas Fortus shreddou a malha rainha do sleazy.
Durante quase três horas, a setlist foi: It’s So Easy; Mr. Brownstone; Chinese Democracy; Slither; Double Talkin’ Jive; Welcome to the Jungle; Better; Coma; Reckless Life; Estranged; Shadow of Your Love; Walk All Over You; Live and Let Die; You Could Be Mine; Hard Skool; Absurd; Civil War; Sweet Child o’ Mine; Rocket Queen; I Wanna Be Your Dog; November Rain; Knockin’ on Heaven’s Door; Nightrain; Patience; You’re Crazy; Paradise City.
Fomos fazer reportagem do concerto para o big media, podem ler a totalidade do extenso artigo na Arte Sonora: AQUI. A foto de entrada é de Jarmo Luukkonen.
Um pensamento sobre “Guns N’ Roses, A Heróica Luta Contra os Anos Perdidos”