Inhuman Depravity, The Experimendead

Em “The Experimendead”, o seu segundo álbum, os turcos Inhuman Depravity oferecem-nos uma tremenda descarga de técnico e brutal death metal da velha guarda que, paradoxalmente, sabe a pouco, mas satisfaz plenamente.

As palavras no cabeçalho parafraseiam a apreciação de um melómano na página Bandcamp da banda. As seguintes são da Gruesome Records, a label nacional que editou este segundo álbum dos turcos no passado dia 09 de Setembro de 2022: «Carregado de influências demolidoras como Severe Torture, Deeds Of Flesh, Disavowed, Suffocation ou até os Brutality e Sinister, o sanguinolento brutal death metal dos Inhuman Depravity está registado em “The Experimendead”».

“Obsessed With The Mummified” abre este trabalho com violência animalesca. De facto, a fúria de blasts atinge por vezes extremos picos de intensidade, o som de baixo é imensamenten dinâmico, com tremendos slaps, os pinch harmonics das guitarras, os frenéticos hammer-ons/pull-offs e os seus riffs respeitam o legado de décadas deste género. Ao mesmo tempo, Murat Sabuncu consegue também criar vários e atraentes apontamentos melódicos e ainda sublimes apontamentos dinâmicos que criam nuances e contrastes atmosféricos à intransigente sova rítmica a que somos sujeitos.

Arrasadores em malhas como “Mescannibalismus”, “As I Tell You To Kill So” ou “Death 22”, os Inhuman Deprativy conseguem também oferecer-nos momentos surpreendentes como o brilhantemente sincopado “Whole Body Radiation” ou o tremendo groove rocker de “Burnt To Exist”. O desespero cavernoso da vocalista Lucy Ferra é soberbo ao longo de todo o álbum que se escoa rapidamente.

As duas últimas malhas são dois clássicos instantâneos, desde a propulsividade straightforward de “Ex Nihilo Transition” ao pináculo que é “Beyond Rhythm Zero”. Este tema final faz uma vibrante suma daquilo que nos foi revelado, do amplo sentido estético da banda, ainda que permaneça fiel aos seus princípios basilares. Talvez seja também o tema em que as guitarras soam com maior precisão e foco. Essa pecha que sucede também ocasionalmente na bateria é, todavia, amplamente compensada pela selvática brutalidade que a banda consegue colocar na sua execução conjunta.

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