Keith Emerson Band feat. Marc Bonilla

O álbum que marcou o regresso do genial Keith Emerson ao trabalho em banda. Uma pérola prog rock esquecida, de um dos mais importantes músicos de sempre.

Para adeptos do prog rock, este é um álbum a não perder. Uma produção old school na sua envolvência sonora e também nas composições. Estas são todas, obviamente, conduzidas por execuções irrepreensíveis de Keith Emerson [uma espécie de Tommy Lee nos teclados], seja em pianos, seja naquele uso expansivo, quase espacial, dos sintetizadores ou no uso de sonoridades mais barrocas. E, como manda o cânone, este é naturalmente um álbum conceptual.

Este trabalho tem tudo, desde reivindicações daquelas atmosféricas genéricas dos anos dourados da música progressiva, herança dos Yes e mesmo na linha de coisas como o próprio Keith Emerson Trio ou dos Emerson, Lake & Palmer, mas também com muitas incursões naquela estética neo-clássica e com o corpo sónico da renovação dos anos 90, promovida pelos Dream Theater, entre outros, trouxe ao género.

Numa linha de maior simplicidade o álbum contém ainda mid-tempos daqueles aos quais se adere imediatamente, como “A Place To Hide” ou a continuação “Miles Away pt.3”. O tema “Finale” encerra a história, um instrumental daqueles para fazer inveja aos músicos que estão a ouvir o trabalho. Depois, este álbum, tem ainda o bónus de contar com a solidez dum guitarrista como Marc Bonilla [gravou com nomes como Deep Purple, Glenn Hughes ou Ronnie Montrose], que oferece ao trabalho uma teia melódica unificadora das ideias dispersas pela fusão sonora que é própria de trabalhos deste tipo. É também do guitarrista a responsabilidade das linhas vocais competentes, embora aqui nunca se chegue a uma prestação exuberante, e a produção do álbum.

A encerrar o álbum há quatro temas, já fora do ciclo conceptual do conto “The House Of Ocean Born Mary”, de maior experimentação, ou seja, menos condensados pelas guias melódicas que pautam a primeira parte do trabalho e por isso mais expansivos, com menos “regras” como é perfeito exemplo o instrumental “Malambo”, peça original do ballet “Estancia” do compositor argentino Alberto Ginastera.

Foi o primeiro álbum com banda que Keith Emerson fez após os ELP e ainda bem que o fez.

Um pensamento sobre “Keith Emerson Band feat. Marc Bonilla

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