Edição da Svart Records, “Close” é o terceiro álbum dos Messa. Sente-se como o melhor e mais disruptivo álbum dos italianos, descritos como se «Stevie Nicks fosse frontwoman dos Black Sabbath».
A trajectória ascendente dos Messa atingiu o seu zénite neste imenso álbum que é “Close”. Tendo partido do underground italiano devoto do doom e post metal, em 2014, os Messa rapidamente conquistaram um following para a sua monumental e ampla arte sónica. O lançamento de dois discos de culto amplamente laudados, o último dos quais “Feast For Water”, em 2018, fez furor até junto da crítica, com a Rolling Stone a referir-se ao álbum como «cativante, extraindo máxima tensão dramática dos seus choques estéticos». Por isso, as expectativas em torno dos Messa e do seu trabalho seguinte eram, no mínimo, bastante elevadas. O novo álbum “Close” envolve-nos ainda mais nas texturas encantadoras e dinâmicas imersivas da banda.
Descritos como «Stevie Nicks em frente dos Black Sabbath», a voz colossal da vocalista Sara transporta, omnipotente, o ouvinte numa emocionante montanha-russa dentro de um efervescente caldeirão sónico em que guitarras à Iommi dão lugar ao oudh árabe e a estruturas progressivas nessa idiossincrasia que é a fusão de estilos e estéticas. Exercício magistral, mantém intacta a reputação incendiária dos Messa.
As palavras oportunas de sinopse são cortesia da Svart Records. A introdução com Fender Rhodes, em “Suspended”, retoma o ponto onde os Messa nos deixaram no anterior “Feast For Water”, mas depois há um glorioso colapso para guitarra jazz e riffs esmagadores e de amplitude panorâmica, iluminando o caminho para a odisseia que se avizinha. O cenário para a viagem em que “Close” habilmente transporta o ouvinte é criado de forma magnífica, com o cuidado e a paixão óbvios dos Messa pelo desenvolvimento do álbum. Malhas de peso e densidade como “If You Want Her To Be Taken” ou “0=2” são clássicos modernos do doom e sonoridades post. “Pilgrim” e “Orphalese” tecem tapeçarias de sons mediterrânicos onde oudh e fraseados de acordes orientais expandem a paleta cinematográfica dos Messa com estilo e elegância. Circunferências atmosféricss e grandiosas como “Rubedo” e “Cavalo das Trevas” desenvolvem-se até um clímax quase sem limites de discórdia e harmonia, onde blast beats e saxofones se juntam numa excitante cacofonia emocionante, num magistral momento de vanguardismo doom.
Apontando referências como Dead Can Dance, Swans e Om, os Messa criaram um álbum onde a canção, a experiência e a atmosfera se concentram de modo cristalino, onde um sentido de arte abraça a boa e velha devoção do riff. Transcendendo as atmosferas ocultistas e noir dos seus trabalhos anteriores, “Close” tece confiantemente as influências multifacetadas dos italianos num som singular de fascinante. Não se limita a ser um disco de metal, mas é definitivamente uma das melhores coisas a extravasar os limites do Metal recentemente. E se são fãs da era “Mandylion” e “Nighttime Birds” dos Gathering, então é uma das melhores coisas em muito tempo.
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