Mikael Åkerfeldt, A Música da Vida de Clark Olofsson

Mikael Åkerfeldt, vocalista e guitarrista dos Opeth, estreou-se como compositor cinematográfico em série original da Netflix, obra do realizador do filme “Lords of Chaos”. A banda-sonora de “Clark” é uma profusa amálgama de fontes musicais.

A Netflix anunciou em 2020 que o músico Mikael Åkerfeldt, frontman dos Opeth, estava a escrever a banda sonora para uma das séries da plataforma, “Clark”. A série, recentemente estreada foi escrita e realizada por Jonas Åkerlund (Lords of ChaosPolar) e tem como protagonista Bill Skarsgård, que interpreta o papel de Clark Olofsson, um chefe do crime sueco, referido como “celebrity gangster” após ter originado o conceito do síndrome de Estocolmo, ter-se evadido de vários encarceramentos e encetado roubos por toda a Europa. São seis episódios inspirados na autobiografia de Olofsson, Vafan var det som hände, e acompanham os seus primeiros anos de vida até aos dias de hoje.

Esta é a primeira vez que Åkerfeldt escreveu uma banda sonora e a Milan Records anunciou o lançamento discográfico de “Clark (Soundtrack From The Netflix Series)”. Além do lançamento digital de dia 05 de Maio, o álbum está previsto ser disponibilizado em CD e vinil em 22 de Julho de 2022 pela InsideOut Music, incluindo notas de Åkerfeldt e do realizador Jonas Åkerlund.

As paisagens musicais de Åkerfeldt captam habilmente a sensação dos tempos retratados, variando livremente desde os sons estilo swing dos anos 60 até ao rock progressivo e psicadélico dos anos 70, passando pelo heavy metal, tango, funk, jazz, melodias árabes e indie pop e chill. Todas estas camadas e texturas vibrantes são habilmente combinadas para sustentar sem esforço o conteúdo dramático de alta octanagem da série e também para o colocar perfeitamente dentro do contexto da cronologia em que o drama se desenrola. Das 34 faixas apresentadas, quatro têm uma componente vocal fornecida pelo próprio Åkerfeldt.

Åkerfeldt diz: «Escrever a música para ‘Clark’ foi, provavelmente, uma das coisas mais gratificantes que já fiz musicalmente. Foi muito divertido. Desafiante, mas divertido. Queria fazer um bom trabalho, claro, e fornecer música que se encaixasse na história bastante bizarra de Clark Olofsson. Tive de conjurar um som para ele. O seu som. Estava tudo na minha cabeça, mas pareceu-me que estava a chegar a algum lado depois de ter terminado a primeira faixa. O feedback imediato de Jonas Åkerlund foi quase excessivamente positivo. Por isso, apenas tirei e resto de lá. (…) O álbum não faz realmente qualquer sentido musical e esse é o objectivo. Escrever música para retratar a história multifacetada de um homem como Clark Olofsson era capaz de gerar algum tipo de insanidade musical. E (a música) está em todo o lado. Curiosamente, o meu gosto pessoal pela música também».

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