Morreu Eurico A. Cebolo

Eurico A. Cebolo, autor dos icónicos manuais de música “Órgão Mágico” e “Guitarra Mágica”, morreu no dia 17 de Dezembro de 2021 e deixou orfãs uma ou duas gerações de músicos que aprenderam consigo o que era um “Dó Majorante”…

Faleceu ontem Eurico Augusto Cebolo (1938-2021), fundador da loja Musicarte, no Port, onde laborou até ao fim. Cebolo talvez seja mais conhecido como autor de inúmeros livros de música. Livros esses que, acompanhando aquele instrumento que a família dava no Natal, foram o primeiro professor de muitos de nós (em muitos casos também os únicos), numa era em que não existiam milhares de vídeos no YouTube, e que permanecerão um excelente recurso, pela sua simplicidade e objectividade, para quem quer dar os primeiros passos no domínio de um instrumento. De certeza, há um par de gerações de músicos que perdeu várias horas a aprender as bases musicais com os icónicos manuais “Órgão Mágico” e “Guitarra Mágica”. Cebolo arriscou-se ainda no romance literário, mas sem o mesmo reconhecimento que obteve na pedagogia musical. Ainda não nos foi possível apurar as causas da morte. Segue a biografia, como descrita no website da Musicarte

«Eurico Augusto Cebolo nasceu em 28 de Outubro de 1938, numa pequena aldeia de Trás-os-Montes chamada Coleja, situada perto do rio Douro e pertencente ao concelho de Carrazeda de Ansiães. De família humilde, frequentou o Colégio João de Deus, no Porto, onde estudou, gratuitamente, devido à sua boa capacidade de aprendizagem. Aos 16 anos, emigrou com os pais para Moçambique e ali iniciou o estudo da música. A esta arte consagrou toda a sua vida.

Em 1962, obteve o prémio para a melhor canção portuguesa concorrente ao Festival Hispano-Português, em Aranda dei Duero. Compôs diversas letras e músicas executadas pelas orquestras Típica e de Variedades do Rádio Clube de Lourenço Marques. Posteriormente, foi galardoado mais cinco vezes em Espanha e Moçambique. Em 1975, encontrando-se de férias em Portugal, foi vítima de um acidente de viação quando um camião chocou contra o carro em que ele seguia e no qual morreu o condutor, seu primo. Por tal motivo, viu-se impedido de regressar a Moçambique. Perdidos 50% dos movimentos da mão direita, a sua carreira como músico-concertista terminava assim, abruptamente.

É da sua autoria o disco “Natal Mágico”, com 20 canções, cuja parte orquestral foi, totalmente, gravada por ele em sintetizador. Publicou vários romances e algumas dezenas de livros dedicados ao ensino musical, na grande maioria editados em português, inglês e francês, com grande divulgação no nosso país e também no estrangeiro. Sempre gostou de escrever e já no colégio desenhava histórias aos quadradinhos que depois vendia aos colegas mais abastados. Autor da letra e música das canções “Lisboa, Lisboa, Lisboa…” que venceu o Concurso da Grande Marcha de Lisboa, em 1999 e “Lisboa do Ano 2000” que venceu o Concurso da Grande Marcha de Lisboa do ano 2000».

Até sempre, “Professor Mágico”…

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