Morreu Taylor Hawkins [Foo Fighters]

O baterista dos Foo Fighters morreu aos 50 anos de idade. A notícia chocante foi dada pela banda nas suas redes sociais, uma hora antes de subir a palco em Bogotá, na Colômbia.

Morreu esta sexta-feira (durante a madrugada, em Portugal) o baterista da banda Foo Fighters, Taylor Hawkins. Tinha 50 anos. O anúncio foi feito pela banda nas suas redes sociais, num comunicado em que o grupo se confessou «devastado». O músico morreu em Bogotá, capital da Colômbia, onde os Foo Fighters tinham concerto marcado. A morte do artista foi anunciada uma hora antes de subirem ao palco. Estavam na América do Sul há alguns dias, e já tinham actuado em San Isidro, na Argentina.

Até ao momento, não foi divulgada a causa da morte. Todavia, a polícia colombiana acredita que pode estar relacionada com o uso de drogas. Pouco depois do músico de 50 anos ter sido encontrado morto num quarto de hotel na Casa Medina, em Bogotá, a Polícia Metropolitana de Bogotá divulgou uma declaração — que foi posteriormente transmitida por vários noticiários na Colômbia, incluindo o El Tiempo, de Bogotá — na qual dizia o seguinte: «Segundo quem lhe era próximo, a morte poderia estar relacionada com o consumo de substâncias narcóticas». No entanto, as autoridades advertiram também que «a causa da morte ainda tem de ser estabelecida».

A LOUD! refere que, alegadamente, no início do dia de ontem, Hawkins já se tinha queixado de dores no peito ao staff do hotel. Após a notícia do falecimento do músico, fãs e jornalistas começaram a reunir-se fora da Casa Medina. Ambulâncias e carros da polícia, incluindo da polícia judiciária e de investigadores forenses, podiam ser vistos estacionados fora do hotel, que se localiza no meio dos centros financeiros e comerciais de Bogotá, num dos edifícios históricos e tradicionais da cidade. Um par de horas depois, o corpo de Hawkins foi finalmente retirado para a carrinha do médico legista e levado para uma morgue local. Os Foo Fighters estavam agendados para actuar no festival Picnic Stereo em Bogotá, mas a sua actuação foi naturalmente cancelada e a banda deixou o comunicado oficial. «A família Foo Fighters está devastada com esta trágica perda do nosso querido Taylor Hawkins. O seu espírito musical e riso contagiante vão viver para sempre connosco. Os nossos corações estão com a mulher, as crianças e a família, e pedimos que a privacidade deles seja tratada com respeito nesta altura inimaginavelmente difícil», pode ler-se na publicação (em baixo).

Taylor Hawkins juntou-se aos Foo Fighters em 1997. Até então tinha sido baterista de Alanis Morissette. Chegou como uma escolha pessoal de Dave Grohl, cujo passado como baterista dos Nirvana ou dos Queens Of The Stone Age serviam para legitimar Hawkins. Este substituiu Williams Goldsmith e entrou na banda para a digressão promocional do segundo álbum, “The Colour and the Shape”, cujas baterias foram gravadas por Grohl.

BIRDS OF SATAN

Em 2014, Taylor Hawkins estreou-se como líder no primeiro disco de Birds Of Satan, onde assumiu as vozes, bateria, teclas e guitarra, sendo ladeado por Wiley Hodgden (baixo) e Mick Murphy (guitarra), seus colegas nos Chevy Metal. O disco conta ainda com músicos convidados como Dave Grohl ou Pat Smear, colegas de Hawkins nos Foo Fighters, e foi produzido por John Lousteau (Foo Fighters, Danko Jones, Alice In Chains) e misturado por Drew Hester (Foo Fighters, Chicago, Lisa Marie Presley).

O álbum presta-se a um som que homenageia a tradição clássica do rock ‘n’ roll. Desde logo em “The Ballad of the Birds of Satan”, a marcar uns épicos 9 minutos (e qualquer coisa) e que abre com a bateria a rasgar uma linha de fills sucessivos ou, porque não, chamar-lhe simplesmente um solo! Clássico prog-rock, naquele vibe Deep Purple, com uma atitude boogie woogie que ainda pisa os trítonos de Black Sabbath. Queen, Aerosmith, Zeppelin, são nomes que associamos durante a audição. Vale a pena referir que um tema como “Wait Til Tomorrow” veste-se sob a pele de Van Halen, mesmo no solo. De resto, Mick Murphy passa este excelente disco a deixar claro que segue na passada de gigantes como Iommi, Eddie Van Halen, Zakk Wylde ou Randy Rhoads. “The Birds of Satan” é um romance que versa sobre a era dourada do rock! Podem recordar o disco no player.

ALL-STARS

Muito à imagem do seu carismático colega Dave Grohl, Hawkins foi um músico multi-facetado e com uma criatividade tão abundante como a sua energia, estando amiúde envolvido em diferentes projectos. Assim, em plena pandemia, por exemplo, usou os tempos de confinamento para criar alternativas ao facto de estar impedido de andar em digressão e surgiram dois interessantes projectos: os Nighttime Boogie Association e os NHC.

Em Nighttime Boogie Association juntou-se a Matt Cameron, baterista dos Soundgarden e Pearl Jam. Depois de tocarem no concerto de homenagem a Chris Cornell, em 2019, decidiram formar equipa e escrever música juntos e logo se dirigiram para o estúdio de Hawkins, em Los Angeles, para discutir ideias. As obrigações para com as suas bandas forçaram-nos a colocar o projecto em segundo plano pouco tempo depois, mas uma vez que a pandemia do coronavírus se abateu, decidiram tentar escrever canções virtualmente, enviando demos para trás e para a frente. Surpreendentemente, os Nighttime Boogie Association não têm bateria acústica. «Somos dois bateristas em duas das maiores bandas de rock do planeta neste momento, e não vamos ter bateria a sério. Isso é um bocado radical», disse Hawkins. Estrearam dois temas no final de 2020. Matt Cameron escreveu a letra e a música de “The Path We’re On”, um tema prog grunge que apresenta trabalhos adicionais de guitarra e baixo de Buzz Osborne e Steven McDonald, dos Melvins, enquanto “Long in the Tooth” é um funk rock com um toquezinho hair metal dos anos 80 e que apresenta um Hawkins bem versado na voz. Há, aparentemente mais coisas gravadas, ainda por editar.

Já em Setembro de 2021, juntou-se a Dave Navarro e Chris Chaney, respectivamente guitarrista e baixista dos Jane’s Addiction, e apresentou os NHC através de “Feed the Cruel” e “Better Move On”, duas canções que o trio gravou em 2020. Hawkins tocara com Chaney na banda de Alanis Morissette, mas nunca com Navarro, a quem o baterista chama de «melhor guitarrista do rock alternativo». Nos NHC, Hawkins assumiu o papel de baterista e vocalista.

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