A poucos dias da estreia de “Patient Number 9”, o 13º álbum na discografia de Ozzy Osbourne, o Prince Of Darkness estreou um dos temas em que as guitarras são assumidas por Zakk Wylde. “Nothing Feels Right” é um clássico instantâneo, parecendo extraído de “Ozzmosis”, e dono de um dos melhores solos que já ouvimos ao shredder.
“Ordinary Man”, o 12º registo de estúdio do histórico frontman dos Black Sabbath, estreou no 21 de Fevereiro de 2020, através da Epic Records. Auto-proclamado melhor álbum de Ozzy, é um disco moderno e cheio de surpresas. Andrew Watt foi o protagonista, tendo surgido à altura da responsabilidade de renovar Ozzy Osbourne. Gravado em Los Angeles, ao lado do produtor Andrew Watt (que também assumiu grossa parte das guitarras), o álbum conta com Chad Smith, baterista dos Red Hot Chili Peppers, e Duff McKagan, baixista dos Guns N’ Roses. Slash surge como convidado, tal como Elton John, Tom Morello e ainda Post Malone. Logo em Setembro desse ano, em conversa no programa “Live Check In” da Radio.com, Ozzy admitiu que durante o confinamento e a estagnação de digressões durante a crise pandémica preparou um novo disco: «Estou neste momento novamente a gravar. Comecei recentemente a trabalhar de novo com o Andrew». Parado em casa e sem poder capitalizar “Ordinary Man” na estrada, Ozzy virou-se para a criatividade. «É o que me faz sair da cama, é o meu trabalho. Fazer o álbum anterior salvou a minha vida. (…) Tens todo o tempo do mundo para fazer o melhor álbum possível».
E para fazer o melhor álbum possível, Ozzy reuniu uma constelação de estrelas da guitarra eléctrica. Melhor, uma galáxia de lendas das seis cordas, contabndo com contribuições de Eric Clapton, Jeff Beck, Tony Iommi, Mike McCready e Zakk Wylde. Andrew Watt tornou a assumir a produção e guitarras também e, à semelhança do disco de há dois anos, o novo álbum vai apresentar uma banda de apoio all-star que conta com Chad Smith e Taylor Hawkins (entretanto falecido) nas baterias e com os baixistas Robert Trujillo, Duff McKagan e Chris Chaney. No podcast OzzySpeaks, Osbourne confessou ainda que Eric Clapton hesitou em aceitar esta colaboração, devido a uma das letras do álbum referir-se a Jesus Cristo e deixar o Slowhand algo desconfortável mas, segundo o Príncipe da Trevas, «no final correu tudo bem e o solo de guitarra dele é muito bom».
O disco estava previsto para lançamento no início deste ano, mas o estado de saúde de Ozzy terá adiado o programa. No dia 13 de Junho, o cantor foi mesmo submetido a uma cirurgia que a sua esposa Sharon disse que «vai determinar o resto da sua vida». O rocker de 73 anos sofre de problemas de saúde há anos, e mencionou que estava à espera de uma cirurgia à coluna que teria um efeito profundo na sua vida quotidiana. «Não consigo andar bem. Faço fisioterapia todos os dias de manhã. Estou um pouco melhor, mas não tanto quanto gostaria de estar para voltar à estrada». Tudo correu pelo melhor e Ozzy revelou depois estar a recuperar favoravelmente. A confirmá-lo, Ozzy estreou o primeiro tema dos 13 que se esperam naquele que será o seu 13º registo de estúdio a solo, ao lado de Jeff Beck. “Patient 9”, single que empresta o título ao álbum, é um malhão que tem tudo para se tornar um clássico instantâneo de Ozzy. Aqueles dedilhados carregados de chorus, profundidade épica de reverbs, grandes solos de guitarra, refrão super orelhudo. Enfim, as marcas que vincaram o som de Ozzy ao longo de décadas.
Depois chegou “Degradation Rules”, um dos dois temas com a colaboração de Tony Iommi, o guardião da herança de Black Sabbath. E, de facto, o riffing de Iommi e até as harmónicas usadas por Ozzy remetem-nos para o som da lendária banda de Birmingham e evocam um tema como “The Wizard”, por exemplo. Por último, na semana em que o disco será editado, chega “Nothing Feels Right”. Este terceiro single traz-nos para território familiar, pontificando Zakk Wylde nas guitarras e uma estética que parece transportada da era “Ozzmosis” e ainda com um leve aroma a “No More Tears”.