Slowdive

Slowdive, A Dor & Alegria da Vida

Os Slowdive anunciaram o seu quinto álbum, “everything is alive”, com edição a 1 de Setembro via Dead Oceans, e estrearam o primeiro e lindíssimo single, “kisses”.

Seis anos após o aclamado disco homónimo que marcou o regresso da banda, os Slowdive – compostos pelos guitarristas/vocalistas Rachel Goswell e Neil Halstead, o guitarrista Christian Savill, o baixista Nick Chaplin e o baterista Simon Scott – mergulham na profundidade etérea do seu som elementar para apresentar o álbum “everything is alive”, cuja sonoridade está exposta no primeiro e single principal, “kisses”, cujo vídeo é feito sob a direcção de Noel Paul. Sobre o vídeo, um retrato onírico de um adolescente napolitano que dá boleia a toda a gente que conhece, Paul diz: «Se este vídeo evoca emoção, isso deve-se em grande parte ao nosso excelente elenco. Em particular, o Charlie e a Claudia, duas almas corajosas e bonitas que se atiraram aos seus papéis e deram um tom de vulnerabilidade destemida».

Aquele que é o quinto álbum dos gigantes do shoegaze contém a dualidade de uma linguagem de intimidade familiar misturada com a exaltação de novos começos. “everything is alive” é transpositivo, perscrutador e brilhante, o trabalho de uma banda clássica que continua a lançar a sua voz inconfundível para o futuro. Avaliando por “kisses” sente-se também bastante imediato, pop.

Devido à sua longa história, há uma energia familiar palpável nos Slowdive em 2023. “everything is alive” é dedicado à mãe de Goswell e ao pai de Scott, ambos falecidos em 2020. «Houve algumas mudanças pessoais profundas para alguns de nós», diz Goswell. Essas encruzilhadas reflectem-se no teor emocional multifacetado da música dos Slowdive; “everything is alive” é pesaroso pela experiência, mas cada nota é equilibrada, sábia e necessariamente orientada para a esperança. A sua alquimia única incorpora subtilmente tanto a tristeza como a gratidão, a fundamentação e a elevação. Reflectindo sobre o single principal “kisses”, Halstead disse: «Não me sentiria bem em fazer um disco realmente sombrio neste momento. O álbum é bastante eclético em termos emocionais, mas é esperançoso».

O novo disco começou com Halstead no papel de compositor e produtor, trabalhando em demos em casa. Experimentando com sintetizadores modulares, Halstead concebeu originalmente “everything is alive” como um «disco electrónico mais minimalista». A tomada de decisão colectiva dos Slowdive acabou por levar o grupo de volta às suas guitarras com reverberações características, mas esse primeiro conceito infiltrou-se nas composições. «Como uma banda, quando estamos todos felizes com isso, esse tende a ser o material mais forte. Sempre viemos de direcções ligeiramente diferentes e as melhores partes são aquelas em que todos nos encontramos no meio», admite Halstead. «Os Slowdive são muito mais do que a soma das suas partes. Algo não quantificável acontece quando nos juntamos os cinco numa sala», acrescenta Goswell.

O processo de gravação de vários anos começou no Outono de 2020, no Courtyard Studio, onde os Slowdive têm uma tradição de trabalho, e depois mudou-se para Oxfordshire e para os Wolds de Lincolnshire e de volta ao próprio estúdio de Neil, na Cornualha. No início de 2022, a banda trouxe Shawn Everett (The War On Drugs, Alvvays, SZA) para misturar seis das oito malhas do disco.

1. shanty; 2. prayer remembered; 3. alife; 4. andalucia plays; 5. kisses; 6. skin in the game; 7. chained to a cloud; 8. the slab

“everything is alive”, é exactamente o que o título sugere: uma exploração da natureza cintilante da vida e dos pontos de contacto universais dentro dela. Abrangendo paisagens sonoras psicadélicas, elementos electrónicos pulsantes dos anos 80 e viagens inspiradas em John Cale, o álbum revela-se imediatamente como algo feito para o futuro; o que faz sentido, uma vez que a sua base de fãs parece estar a tornar-se cada vez mais jovem com o passar do tempo e a sua influência em artistas musicais com visão de futuro continua a prevalecer.

Para um género que é muitas vezes considerado fracturante e que muitas vezes justifica a introspecção, aqui os Slowdive mostram a sua arte como mestres do mesmo, empurrando-o para fora, para além do singular; o resultado final é um disco que parece tão emocional e catártico como optimista. O pre-order de “everything is alive”, neste link.

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