Os Polyphia são uma das grandes sensações da música instrumental e, diante das divisões que a banda provoca devido às suas correntes estética, o guitarrista Tim Henson mostra-se sem papas na língua, deixando claro que a guitarra eléctrica já deu o que tinha a dar…
Tim Henson é uma espécie de porta-estandarte de uma nova geração de músicos e, particularmente, de guitarristas. A sua banda Polyphia continua a crescer de modo exponencial; conquistando a cada dia que passa novos ouvintes para algo que, com algumas excepções, sempre foi um nicho: a música de guitarra instrumental. Os Polyphia conseguiram-no de uma forma ninguém poderia ter previsto. Ninguém a não ser, provavelmente, eles próprios.
Todavia, a banda é algo divisiva. Ao mesmo tempo que tem atraído ouvintes de quadrantes inesperados, uma vez que a sua estética sónica extrai muito de correntes pop e até hip-hop, muitos recusam reconhecer a exuberância técnica que os músicos patenteiam precisamente devido a essas influências musicais. Mesmo que um guru como Steve Vai, que até colabora com os Polyphia no single “Ego Death”, do álbum “Remember That You Will Die”, se tenha rendido ao vanguardismo da jovem banda, muitos ouvintes mais tradicionalistas nem podem ouvir falar na banda. Isso é algo que não faz provoca qualquer incómodo a Tim Henson.
O guitarrista é ousado no soundbyte que debita e que, diga-se é uma pérola de clickbait. Henson afirma, em entrevista recente, que espera «que a música de guitarra morra. Quero que morra uma morte dolorosa». O enquadramento que faz está relacionado com a indústria musical e com o facto deste género musical ser, tradicionalmente e como atrás referido, algo de nichos. E por isso, Henson refere ainda: «Não é fixe estar numa banda de metal, porque não fazem dinheiro».
Se formos pelo lado emocional, enquanto fãs da velha e boa distorção, as declarações são quase ultrajantes, mas usando de algum racionalismo podemos indagar, de facto, quantas novas bandas de hard rock ou heavy metal conseguem fazer a sua vida sem que os músicos tenham que recorrer a um emprego a tempo parcial ou mesmo a tempo inteiro? De qualquer forma, Henson parece fazer a afirmação como reacção à resistência que os Polyphia enfrentam em sectores mais ortodoxos e até como a raposa de Esopo diante das uvas. Por isso explica as influências da banda.
«Inspiramo-nos em tudo. Se tirarmos as guitarras dos últimos discos e apenas ouvirmos a bateria e o baixo, eles estão apenas a tocar ritmos, sejam eles trap beats ou future bass beats. Se tirassem as guitarras e depois acrescentassem vocais ao que se está a tocar, soaria apenas como qualquer género de música que estejamos a fazer. As guitarras são a única coisa ‘guitarrística’ de Polyphia: o resto são apenas humanos a tocar partes programadas».
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