Arda Recorders & Jaime Gomez Arellano

Jaime Gomez Arellano, um dos mais celebrados engenheiros de som e produtores na música alternativa das duas últimas décadas, juntou-se à equipa dos estúdios Arda Recorders como Engenheiro/Produtor Sénior.

É verdadeiramente assinalável que Jaime Gomez Arellano celebre uma parceria laboral deste género com uma empresa portuguesa, no caso estúdios de gravação áudio. Afinal, ao longo das duas últimas décadas, Arellano produziu, misturou e masterizou vários artistas e bandas como os Hexvessel, Primordial, Behemoth, Paradise Lost, Ulver, Myrkur, Cathedral, Opeth ou os Ghost, apenas para referir “alguns”…

Para os melómanos nacionais, o trabalho mais significativo foi o de gravação e produção de “Hermitage”, o mais recente disco dos Moonspell, no qual a banda portuguesa de alguma forma se reinventou. Sobre o álbum, que elegemos nos melhores de 2021, aprouve-nos dizer que «a renovação estética proposta pelo disco é óbvia assim que são disparadas as ondas de sintetização de “The Greater Good”. Desde logo, desde os primeiros sons e delays de guitarras e desde os primeiros versos deste tema, fica a sensação do sentido mais groovy deste disco, algo confirmado logo de seguida, pelo corpo rocker de “Common Prayers”. Pode dizer-se, sem grande margem de erro, que a banda adora este trabalho e está orgulhosa da amplitude estética que atingiu aqui. Afinal, o disco não é formatado, não vai ao encontro de um determinado gosto e isso era um dos requisitos da composição: não ser um disco sólido de heavy metal, mas um trabalho no qual os Moonspell procuraram usar de alguma simplicidade, fazer algo com menos camadas, menos espesso. ‘Onde se procurou tirar o operático, tirar os convidados, tirar os vocais femininos e reduzir-se mais ao formato banda’, dizia-nos Fernando Ribeiro na entrevista supracitada e que pode ser confirmado pela capacidade demonstrada em funcionar num modo mais tradicional de banda, explorando ao máximo as expressões musicais de cada um dos elementos, algo que não podia ser mais claro ao ouvir o terceiro tema, “All Or Nothing” ou na forma como, com articulação nos detalhes da mistura, com bom recorte de pratos e guitarra, com potência no bombo e baixo, enfim, um equilíbrio apreciável, soa grande o tema título».

Quanto aos Arda Recorders, João Brandão fundou, no Porto, os estúdios Sá da Bandeira e, em 2017, o Arda Recorders, que surgiu da necessidade de expansão de uns dos estúdios de maior referência na Invicta, casa que tem tido um papel de relevo na gravação de uma nova vaga de música portuguesa. Produtor, engenheiro de som e mixagem, trabalhou com artistas de todos os géneros.

Apaixonado por gravação analógica e técnicas criativas de estúdio, criou um espaço à medida, que incita à inspiração, às experiências, que alia a técnica às possibilidades da imaginação. Um hino à criação materializado, o complexo de estúdios foi pensado e contruído de raiz com o objetivo de proporcionar aos artistas o ambiente ideal para as suas produções. Tem um quintal para refeições e um espaço de armazenamento. Três salas de produção privadas, três escritórios e ainda alberga a fonoteca pública de vinil da cidade, uma coleção com mais de 35.000 discos. Todos os espaços estão preparados com equipamentos para áudio e vídeo, para que possam ser usados pelos artistas para gravações criativas.

A expansão é continuada e exponencial e, logo em 2018, a Arda Recorders inaugurou na Campanhã, novos estúdios de gravação, mistura e masterização. Situados na Plataforma Campanhã no Porto, onde está sediado um complexo de seis estúdios de gravação e pós produção áudio, a Fonoteca Municipal, e diversos agentes do sector da indústria da música e do audiovisual.

Podem aprofundar mais sobre o universo Arda no artigo que lhe dedicámos à boleia do Circuito Malmandado.

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