Vertiginoso e explosivo. Os DAPUNKSPORTIF tornam a assumir-se como uma das grandes reservas morais do rock ‘n’ roll português em “Old, New, Fast ‘n’ Slow”, álbum com o selo Rastilho Records.
“Old, New, Fast ‘n’ Slow” é o novo álbum de originais dos DAPUNKSPORTIF. Foi gravado e misturado por Ricardo Riquier, nos Mary Pie Studios, e masterizado por Guilherme Vales. Este disco conta com Paulo Franco (voz e guitarra rítmica e baixo), João Guincho (voz, guitarra e baixo), Fred Ferreira (bateria, teclas), Vicente Santos (teclas) e Filipe Brito (baixo) e ainda com a participação especial de Cabrita (saxofone), na música “Raw & Vulnerable”.
O press release apresenta o disco de forma conceptual: «O eterno retorno que nos assola os dias faz-nos rodopiar numa espiral de contradições onde o coração se opõe à mente e o ritmo à nossa volta não consegue acompanhar o que nos guia interiormente. Ou porque é rápido demais ou porque é lento em demasia e tudo nos conduz a questões, contradições e incógnitas que, em certo ponto, nos fazem duvidar da própria existência em si e, até, da humanidade. Old, New, Fast ’n’ Slow é o confronto que temos diariamente com o mundo à nossa volta e com todas essas dicotomias. É a banda sonora que nos abana e personifica instrumentalmente as questões que vamos criando. São 10 canções que transpiram rock ’n’ roll».
Não nos vamos meter por considerações filosóficas. Vamos reter «10 canções que transpiram rock ‘n’ roll». Como sabem, de rock ‘n’ roll está o mundo cheio. Rock In Rio, Super Bock Super Rock, etc. Sim, o rock ‘n’ roll é como o inferno. Está cheio de boas intenções. E é aqui que chegamos ao quinto disco na discografia dos DAPUNKSPORTIF, pois não se fica pelas intenções e dá-nos de facto uma dezena de malhões que transpiram rock ‘n’ roll, ainda opr cima cheio de pedigree. A sombra de Josh Homme, seja na forma de Kyuss, Queens Of The Stone Age, Eagles Of Death Metal ou mesmo Them Crooked Vultures, é omnipresente em cada segundo desde disco, a explosiva abertura com “Raw & Vulnerable”. Depois há aquele sujeira Oliver Ackermann e a propulsividade Black Rebel Motorcycle Club. A voz de Paulo Franco partilha semelhanças com Dan Auerbach. Tudo isto somado, mais um velho cheirinho punk, temos o carácter sónico dos DAPUNKSPORTIF.
São já praticamente duas décadas a levantar ferro através de riffs e batidas directas. Sinal de que tudo está certo é quando se diz a cada álbum que o mais recente é o melhor. Sejamos honestos, “Soundz of Squeeze ‘o’ Phrenia” é um discaço e partilha muitos dos pressupostos que assinalámos no parágrafo anterior, mas desta vez soa tudo ainda mais amplo, dinâmico e, acima de tudo, mais orgânico. A dupla Franco/Guincho sempre nos ofereceu grooves mega trancados, mas com Fred cada vez mais integrado no som da banda, esse factor está exponenciado e bate-nos com mais força em “Love Hurtz”.
O tamanhão de “Getting Lost”, o boogie de “Moving Slowly Backwards”, o peso e as panorâmicas de guitarra de “Disconnect”… Não estamos a apontar as malhas que mais se destacam, apenas as nossas favoritas. Afinal, para fazer referência uma expressão que, actualmente, muitos usam a eito e nem sempre se justifica como sucede aqui, em “Old, New, Fast ‘n’ Slow” não há fillers, apenas killers. Disparem o player para esta vertiginosa montanha-russa de rock. Bagaço! Discaço!