O circuito original do tão lendário quanto obscuro Fender Blender, acrescentado com os mods de Kevin Shields (My Bloody Valentine). Eis o octa fuzz Shields Blender, de edição limitada.
Kevin Shields, o ás das seis cordas dos My Bloody Valentine, juntou-se à Fender para criar aquele que é o primeiro pedal fuzz de assinatura na história da imponente marca californiana, aproveitando para ressuscitar uma das maiores lendas vintage do selo criado por Clarence Leonidas. Ainda assim, a personalidade musical experimental de Shields está também amplamente impressa no circuito deste remake do Fender Blender. O guitarrista, um dos mais influentes no movimento shoegaze, tem usado um Blender quase desde a incepção da sua banda e esta versão de assinatura reflecte essa relação tão duradoura.
O primeiro Fender Blender foi produzido entre 1968 e 1977. Os modelos originais, num formato de quatro botões, para resumir, pretendiam disputar o mercado de unidades tão lendárias como o Maestro Fuzz Tone ou o Fuzz Face. Estas bestas da Fender não só se revelaram imponentes na sua dimensão física como no seu feroz fuzz, completo com um circuito octave bem dinâmico, inspirado no Octavia. Os quatro botões controlavam o Volume, Sustain, Tone e Blend, além da existência de um segundo footswitch que activava o circuito Tone Boost, para oferecer esteróides às frequências mais altas. Além do guitarrista dos My Bloody Valentine, também Billy Corgan se enamorou deste pedal, que está abundantemente espalhado nos primeiros álbuns de Smashing Pumpkins.
O novo Shields Blender possui os pressuspostos do modelo original intactos, mas expande o pedal para um design de oito botões e quatro footswitches. Debaixo do capô, o circuito original está replicado (em estilo boutique, garante a Fender) no canal um, mas ainda assim foi aumentado com mais opções de controlo, notavelmente com um botão que pressionado nos oferece uma oitava acima. Portanto, só usam o efeito octave se assim o desejarem. Depois, ainda nesta matéria, um footswitch Octave aparece entre uma mistura de sinal fuzz e limpo no canal um e uma mistura de fuzz e uma sub oitava monofónica fuzz no segundo canal.
Outra novidade é o circuito “sag” reactivo que «usa um circuito sensor dinâmico para criar a implosão de sons fuzz», diz o press da marca. Essencialmente, isto priva os transístores de potência, dependendo de quão forte é a palhetada no instrumento (e o consequente sinal de entrada), criando um caos controlado como resposta.
O Fender Shields Blender não é propriamente barato (bate nos 500 dólares). Afinal, é um pedal de especialidade e isso é reflectido na sua edição limitada a 700 unidades. Podem obter mais detalhes sobre o pedal no site oficial da Fender. O Shields Blender está ainda exclusivamente à venda no Reverb (EUA) e no Andertons (Reino Unido).