Graveyard Visitam Lisboa em 2023

Os Graveyard, monarcas escandinavos do blue-eyed soul, estão de regresso a Portugal para um concerto no LAV, numa produção da Amazing Events.

O disco mais recente é “Peace” (2018). Um ano antes, os Graveyard passaram também em Lisboa e no LAV (no antigo espaço) para um concerto praticamente lotado. Seis anos depois, com uma passagem no SonicBlast (2019) pelo meio, regressam ao renovado e relocalizado LAV para um concerto no dia 28 de Maio de 2023. A produção é da Amazing Events. Os bilhetes valem €28 e já podem ser adquiridos.

Os Graveyard têm estado ativos desde 2006, sendo encarados como um projeto crucial no recente movimento revivalista dos anos 70, cuja presença influenciou muitos mais a seguir os seus caminhos do heavy blues. Apesar de terem dissolvido a banda brevemente durante 2016, os suecos rapidamente voltaram à música meses depois. Em 2017 passaram duas vezes em Portugal, primeiro no Milhões de Festa e depois na referida data no LAV. Estivemos nessa noite lisboeta, que vale a pena recordar…

Fosse devido a esta ser a última data da tour, fosse pelas renovadas forças que Joakim Nilsson admite graças a «um novo baterista», os Graveyard deram um concerto carregado de boogie. Purgando os demónios recentes. Com maior descarga eléctrica e menos baladas, ainda que a abertura do concerto, com “Slow Motion Countdown” pudesse fazer prever o contrário.Com um vibrante som na secção rítmica, a banda destilou mojo diante de uma sala cheia.

O som de guitarra esteve menos explosivo do que na recente actuação, poucos dias antes, no Desertfest em Antuérpia (a que também tivemos oportunidade de assistir), mas Joakim Nilsson surgiu mais solto das suas linhas vocais. Ainda que também possa ter acusado algum desgaste das várias datas que a banda encetou deste Junho, compensou com maior agilidade no braço das Gibson ES-330 que usou. Curiosamente (ou não, considerando o carácter do instrumento), mesmo nos médios, o som que sempre furou mais foi o do Rickenbacker 4003 de Truls Mörck.

Com uma assinatura musical bastante singular, muito devido aos seus extraordinários vibratos, Jonatan Larocca-Ram teve um som deslumbrante – uma réplica de uma Les Paul de 1958, com a espessura dos pickups a corresponderem ao perfil também mais denso do braço, amplificada de modo prístino por um Vox AC e um Marshall 1962, ambos de gamas HW. Assim, as suas linhas melódicas, circulando na pentatónica, envolveram constantemente a voz de Nilsson fosse nos momentos mais frenéticos, fosse nas baladas já clássicas de “Hisingen Blues” que chegariam no encore. Antes disso, “Goliath” e “Ain’t Fit To Live Here”, também do axiomático segundo álbum da banda, foram os momentos altos daquele que terá sido o melhor concerto dos suecos no nosso país.

Uns meses depois, já em 2018, lançaram o seu aclamado álbum “Peace“, através da editora NuclearBlast, provando a todos como ainda conseguem ser das bandas mais emblemáticas do heavy rock moderno. “Peace” foi gravado nos Park Studios em Estocolmo com o produtor Chips Kiesbye (The Hellacopters, The Nomads) e o engenheiro de som Stefan Boman (Alice Cooper, Def Leppard).

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