Victor Torpedo já estreou os primeiros seis trabalhos desta saga hercúlea de 2023, ano em que irá editar 12 discos na Lux Records. Juntos formam uma vibrante tapeçaria ilustrativa do vigor criativo de um dos ícones da cena alternativa de Coimbra.
Saciedade, estado de quem está plenamente satisfeito. E quando somos insatisfeitos por natureza? E se juntarmos a insatisfação natural ao talento incontornável de alguém? Depois da magnífica box que serviu de celebração dos seus 50 anos de vida, o carisma e essência rocker de Victor Torpedo voltam a oferecer ao mundo uma surpreendente peça de arte: uma colecção de 12 discos. De Janeiro a Dezembro, no mesmo dia do mês, com excepção de Maio, sairá um disco de Victor Torpedo. Facto que talvez nos faça lembrar de que o rock é essencial para vivermos, facto que talvez nos mostre que precisamos de pessoas insaciáveis, facto que talvez nos mostre, simplesmente, que a música é a maior fonte de força vital onde podemos ir buscar energia e alimento.
Dono de uma vasta carreira no mundo da música, entre o rock e o punk, sempre de mão dada com as eletrónicas dos anos 80, Victor Torpedo como ser inquieto e criativo abraçou toda a sua inspiração e decidiu que este ia ser um ano em que não ia dar descanso aos seus seguidores e aos não seguidores. Para além desta vasta obra que nos vai dar a conhecer em 2023, também esteve a preparar um livro de fotografias inéditas dos Tédio Boys (instituição sacrossanta do underground luso, que desovou, por exemplo, The Legendary Tigerman).
“Now Here, Nowhere” conseguiu captar a essência e energia vivida naquelas noites electrizantes, suadas e cobertas de uma sujidade crua que só se sente na música ao vivo, aquela que quem viu os Tédio Boys ao vivo pode absorver. “Now Here, Nowhere” reúne um conjunto de momentos captados pelos olhos de Victor Torpedo que nos conseguem fazer sentir a verdadeira vida nas estradas, estados e desertos de uma banda em tour pelo sonho americano. Música, amizade e um único propósito, tal como vemos nos documentários ou lemos nas biografias e suspiramos por querer voltar aos tempos em que tudo era mais genuíno e sentido.
Tanto os 12 discos como o livro ostentam o selo da Lux Records. “Junk DNA” foi o primeiro. “Cut Ups”, o segundo de doze discos. Num manto mais negro ou um pouco mais profundo, em tom nostálgico e apreensivo sem nunca deixar de lado os sintetizadores e caixas de ritmo. Em Março chegou “Sketchs 1”, com alguma crueza e sujidade com cheiro a algo “rough” traz 15 músicas com bastante instrumental, algumas com pouca produção e outras que são simples momentos inesperados onde Victor não quis deixar fugir a inspiração momentânea. Por fim, na Semana Santa, chegou “Wild Life”. O quarto disco mostra 12 faixas quentes cobertas da essência genuína e roqueira que tão bem caracteriza Victor Torpedo, contendo momentos de aprendizagem, saltos electrizantes, danças e, até, instropecção.
Em dia de aniversário de Tracy Vandal, no passado mês de Maio, Victor Torpedo lançou o seu quinto disco. Um disco escrito para ser cantado, precisamente, por Tracy. “Tracy Vandal Plays Victor Torpedo” traz 10 apaixonantes canções envoltas numa semântica sensual e misteriosa. Com o toque esfumado do manto negro e melancólico que tão bem caracteriza Tracy, são canções feitas para degustar lentamente e aproveitar cada pelo que se levanta na nossa pele. veio acompanhado de vídeo oficial do single “Made to Measure”.
Cumprindo essa espécie de ritual este ao dia 21 de cada mês, ficou concluída a primeira metade dos discos lançados e todo um universo musical coberto por camadas distintas e paisagens dispersas por aquele que é o imaginário voraz de Victor Torpedo. “Victor Torpedo plays Scorpio Rising + Mix Mash” inclui 13 músicas que se dividem em duas partes. Numa aura meramente instrumental, em jeito de homenagem ao cineasta Kenneth Anger, Victor consegue levar-nos a diversos estágios e temperaturas e, sempre com a resistência e habilidade de um lacrau.
Todos os seis álbuns já podem ser ouvidos integralmente…