Bastiões do post rock nacional, os indignu continuam a revelar a chegada de “adeus”, o seu quinto álbum. “Sempre que a partida vier” é mais um deslumbrante exercício musical.
Nascido em Barcelos em 2004, o coletivo indignu sempre experimentou diversas mutações estéticas e musicais, mas é em 2013 com a composição do álbum “Odyssea” que se definem as diretrizes sonoras pelas quais ainda se orientam. Apesar de mais circunscritos ao núcleo central no processo criativo, ao longo dos anos não se escusaram a desenvolver colaborações dentro e fora do universo musical, como são exemplo os trabalhos com Valter Hugo Mãe, Manel Cruz, Ana Deus, com o cinematógrafo egípcio Omar Abou Doma ou com artista plástico Mário Vitória.
Depois de fetus in fetu, Odyssea, Ophelia e Umbra chega, agora, adeus. O disco marca a primeira edição do colectivo pela incontornável dunk!records (em parceria com a norte-americana A Thousand Arms) e chegará às lojas e plataformas digitais em Novembro de 2022. O novo disco, “adeus”, foi misturado por Ruca Lacerda (Mão Morta, Pluto) e masterizado pelo Birgir Jón Birgisson (Bjork, Sigur Rós, Spiritualized, Album Leaf, Alcest).
Primeiro chegou “Urge decifrar no céu”. Este segundo tema de avanço para o novo álbum, “Sempre que a partida vier” fala sobre os silêncios e a intensidade de uma despedida. É um caminho longo que inspira, expira e respira, como que em representação sonora dos vários momentos de uma relação. Um tema onde os indignu voltam a explorar as potencialidade de música instrumental para representar turbilhões de sentimentos, entre os silêncios (que tão bem posicionam a cada tema), o slowcore e a inesperada euforia, transcrita aqui num certo exotismo sonoro que leva a sua música para lá das fronteiras do rock progessivo. Para ouvir no player em baixo.
Este “adeus” que, nas primeiras escutas, soa como o mais completo e maduro disco dos barcelenses até à data, terá a sua apresentação ao vivo na edição de 2022 do Amplifest. O cartaz completo do festival poder ser consultado aqui.