O aclamado álbum de 1989, o mais bem-sucedido de John Lee Hooker nas tabelas de vendas, vai tornar a ser impresso depois de mais de uma década. “The Healer”, que conta com convidados como Bonnie Raitt, Carlos Santana e George Thorogood, entre outros, vai chegar em vinil de 180 gramas e CD no dia 28 de Outubro de 2022.
A Craft Recordings vai reeditar “The Healer”, o amplamente aclamado álbum de John Lee Hooker que está fora das fábricas de prensagem há mais de uma década. O LP de 1989 valeu ao ícone do blues, na altura com 73 anos, o seu primeiro prémio GRAMMY (pela canção “I’m in the Mood”, com Bonnie Raitt) e apresenta contribuições de uma colecção de artistas convidados, que para além de Raitt, inclui Carlos Santana, George Thorogood, Los Lobos, Canned Heat, Charlie Musselwhite e Robert Cray. Preparado para lançamento a 28 de Outubro e já disponível para reserva, “The Healer” foi prensado em vinil de 180 gramas na Quality Records Pressing (QRP), com lacas cortadas pelo premiado engenheiro Bernie Grundman.
Poucos artistas conseguiram um regresso tão explosivo como Hooker, quando lançou “The Healer” em 1989. O prolífico cantautor – também conhecido como o “Rei do Boogie” – ganhou fama em 1948 com o sucesso R&B “Boogie Chillen”. Durante as quatro décadas seguintes, trabalhou incansavelmente, gravando dezenas de álbuns, fazendo digressões pelo mundo e reinventando a música moderna ao longo do caminho. Como um dos maiores bluesmen da história, a influência de Hooker espalhou-se por todo o lado, inspirando uma geração de músicos de vários géneros, incluindo folk, rock e blues. Um punhado destes artistas estão representados como convidados em “The Healer”. Gravado nos Russian Hill Recording Studios de São Francisco, o álbum foi produzido pelo guitarrista Roy Rogers, que foi membro da Coast to Coast Band de Hooker e que iria trabalhar mais três discos do artista, incluindo o nomeado aos GRAMMY “Mr. Lucky” (1991) e o best-seller “Chill Out” (1995). Juntos, convidaram alguns dos maiores talentos da indústria a realizar uma selecção de material novo e clássico, tanto em versões “despidas” como em cenário de banda completa.
Entre os ilustres convidados estava Bonnie Raitt – já uma estrela blues de direito, por esta altura – que se juntou ao seu herói musical para o lânguido “I’m In The Mood”. O single, que Hooker tornara um hit, pela primeira vez, em 1951, foi reimaginado como um dueto provocante. A interacção da dupla foi tão eficaz, de facto, que lhes valeu um GRAMMY na categoria Best Traditional Blues Performance na cerimónia de entrega de prémios do ano seguinte ao disco. Outro discípulo de Hooker, Carlos Santana apareceu no tema-título, a abrir o disco. “The Healer”, que se tornou um sucesso global, emparelhou os licks idiossicráticos de Santana e os seus ritmos latinos com os vocais profundos e emotivos de Hooker. Esta parceria criativa continuaria ao longo dos anos 90, com Santana a aparecer em – e a produzir – vários álbuns do músico mais velho. Robert Cray, que representava uma nova geração de estrelas blues, tornar-se-ia também um colaborador regular, na sequência do seu aparecimento no funky “Baby Lee”. Cray, cuja carreira se estendia por década na altura, já tinha tocado ao lado de Chuck Berry, Tina Turner e Eric Clapton – juntou-se a Hooker em vários álbuns subsequentes, incluindo “Boom Boom” (1992) e o já referido “Mr. Lucky”.
Já “Cuttin’ Out”, malha de alta energia, reuniu Hooker com os blues-rockers Canned Heat, com quem gravara o aclamado álbum de 1971, “Hooker ‘N Heat”. George Thorogood, que ganhou proeminência na cena blues-rock do final dos anos 70, colaborou em “Sally Mae” (originalmente lançado em 1948, como o lado B de “Boogie Chillen”), numa apaixonante prestação na guitarra. Também passaram no estúdio as lendárias harmónicas de Charlie Musselwhite, que acompanhou o seu velho amigo em “That’s Alright”. Por fim, os rock ‘n’ rollers da LA Oriental Los Lobos, ainda sob as luzes desse #1 nas tabelas que foi “La Bamba” (versão do original de Richie Valens, gravada para o blockbuster biográfico com o mesmo nome). O versátil grupo apoiou Hooker nos ambientes meio zydeco de “Think Twice Before You Go”.
E Hooker também gravou três faixas a solo em “The Healer”, incluindo a crua “Rockin’ Chair”, a melancólica balada “My Dream” e “No Substitute”, a encerrar o álbum. Nesta malha, o bluesmen oferece-nos vocais surpreendentemente íntimos, ligados com uma guitarra acústica envolvente e a sua inconfundível batida com o pé de assinatura, enquanto nos canta que «there ain’t no substitute for love».
O sucesso do álbum foi gigantesco, com vendas acima do milhão em todo o mundo. Além dos prémios e aclamação crítica, acima de tudo “The Healer” (re)colocou Hooker no seu devido lugar, como um ícone vivo, tendo sido capaz de traduzir o seu estilo clássico para a modernidade. Na ressaca do disco, entre vários outros prémios de reconhecimento, o bluesmen foi recipiente do prestigiante National Heritage Fellowship da National Endowment for the Arts – não há maior prémio concedido pelo governo norte-americano a artistas folk e ao artesanato. Mais de duas décadas após a sua morte, o legado de Hooker permanece vivo no seu extenso catálogo discográfico e na multidão de músicos que inspirou.
“The Healer” é uma das peças mais impactantes desse legado. podem reservar a reedição do disco AQUI ou visitar JohnLeeHooker.com para merchandise exclusivo e mais informações e notas biográficas. A foto que abre o artigo é cortesia de Dantasy Records Archives.