Heavenwood

Larvae & Heavenwood, 25 Anos de Diva

A sumptuosa edição da Larvae Records, comemorativa dos 25 anos de “Diva” está aí (os pre-orders estão a esgotar rapidamente) e pela primeira vez o álbum de estreia dos Heavenwood surge em vinil. A remasterização foi feita por Daniel Cardoso, no Öhme Studio.

Os Disgorged foram formados em 1992 e editaram duas demo tapes, “As Illusive As A Dream” (1994) e “Emotional Wound” (1995). As maquetas captaram a atenção da Massacre Records. Então, em 1996, o grupo mudou de nome a conselho da label que considerava que a sua designação os ligava demasiado ao death metal.

Com uma sonoridade mais melódica e próxima do gothic metal e do doom, influenciados pelo triunvirato britânico da Peaceville (Paradise Lost, My Dying Bride e Anathema) e marcados pelo suicídio de Rui Santos, o seu baixista, os portuenses estrearam-se com “Diva”, sob a designação Heavenwood, numa alusão a Judith Heavenwood, primeiro tema da demo “Emotional Wound”. Quanto a “Diva”, o álbum possui uma notável inspiração melódica, bastante solidez rítmica e estrutural, com os riffs de guitarra bem dinamizados com os teclados. Acabou por tornar-se um dos maiores pilares do metal português, um daqueles para ladear “Abstract Divinity”, dos Thormenthor.

Para celebrar os 25 anos que passam da sua edição original, a Larvae Records juntou-se aos Heavenwood para remasterizar o disco e libertá-lo em formato triplo, cassete, CD e, pela primeira vez, em vinil, que terá duas opções de acabamento, o tradicional preto, laranja sólido e um cativante splatter. Na capa, Judith, a figura angelical feminina, uma menina em 1996, surge agora mais velha (presumivelmente 25 anos).

A editora proporciona também uma edição box-set que descreve em press release: «Para além da já usual parafernália de memorabilia diversa disposta ao longo de extensos booklets com o habitual tratamento Larvae [desta vez em estreita parceria com a Avantegarde]. Os seguidores die hard terão ainda ao seu dispor uma box desta edição com conteúdo adicional exclusivo e que promete ser o nosso lançamento mais opulento até à data!» Dentro da box, e como extras, estará uma t-shirt exclusiva, embroidered cut-out patch, enamel pin, postais e fotos promocionais.

Vale a pena assinalar que a reedição, na forma deluxe box-set, estará ainda acompanhada pelas duas demo tapes dos Disgorged, as já citadas “Emotional Wound”, de 1995, e a sua antecessora, “As Illusive As A Dream”, de 1994 – que incluirá dois temas extra regravados.

Os actuais constrangimentos na produção do vinil impediram a concretização da edição em 2022, a data redonda da efeméride. Todavia, as pré-vendas já abriram para o lançamento efectivo de uma edição luxuosa que se destina a assinalar os vinte e cinco anos sob a edição de “Diva”. A Larvae afirma mesmo que é o seu mais importante e ambicioso esforço editorial.

Pela primeira vez, “Diva” será feito disponível em vinil. A remasterização teve lugar no Öhme Studio e esteve a cargo do Daniel Cardoso – aliás, o multi-instrumentista português já colaborou com a banda, enquanto baterista e produtor em ocasiões anteriores. O artwork é da Phobos Anomaly Design.

Nas Palavras de Ricardo Dias dos Santos

O clássico álbum de estreia dos Heavenwood, “Diva”, de 1996, é o primeiro e talvez o nosso mais importante e bem-sucedido lançamento até à data, embora muitos considerem “Swallow”, de 1998, um dos seus favoritos. Mas “Diva” é “Diva”.

«O nosso álbum de estreia foi um enorme passo em 96 para uma banda de metal portuguesa, uma vez que abriu tantas portas (e janelas) e permitiu aos Heavenwood assinar com a editora alemã MASSACRE RECORDS, cujas bandas pessoalmente ouvia e apreciava (Theatre of Tragedy, Atrocity e Crematory). Foi também a oportunidade de voarmos, pela primeira vez, para a Alemanha e trabalharmos com o talentoso produtor alemão Gerhard Magin no COMMUSICATION STUDIO (Frankenthal).

“DIVA” foi gravado numa mesa de fita analógica OTARI de 24 canais, com uma mesa de mistura analógica AMEK Einstein com vários pré-amplificadores analógicos e microfones fantásticos, com o apoio da primeira versão do Cubase e da tecnologia MIDI. Recordo-me perfeitamente que não queria gravar as guitarras com o Marshall JCM900 do estúdio, por isso o Gerhard levou-me a uma loja de instrumentos musicais local e fiquei apaixonado por um, na época, desconhecido fabricante alemão de amplificadores de guitarra (completamente desconhecido para os portugueses).

Lembro-me que estava a testar este incrível amplificador e não conseguia sequer soletrar o nome da marca “Hughes & Kettner”. Acredito que uma parte da magia de “Diva” se deveu também ao som da guitarra, tocada com todo o meu coração através de um cabeço (todo valvulado) TRIAM!

Este álbum recebeu óptimas críticas de todo o lado, muitas entrevistas e anúncios das principais revistas e rádios europeias de Heavy Metal, não esquecendo que “Diva” também esteve em muitos TOPs de MELHORES ÁLBUNS de 1996. Os primeiros espectáculos e digressões europeias foram com os ATROCITY, In Flames (também a sua primeira digressão), TOTTENMOND, THEATRE OF TRAGEDY e Lake of Tears e, tudo somado, trouxe também um feito muito especial aos Heavenwood: ser a primeira banda portuguesa de metal a tocar no Wacken Open Air, em 1998».

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