Mão Morta & Pedro Sousa Levam “Tricot” Para o Palco

Em Janeiro de 2023, os Mão Morta e Pedro Sousa vão apresentar ao vivo a sua colaboração criativa impulsionada pela ESFERA, de André Tentúgal e Henrique Amaro, que resultou no EP “Tricot”.

Projeto decano do rock alternativo português, os Mão Morta têm procurado fintar a longevidade tornando-a combustível para a sua permanente irreverência e originalidade. Serpenteando a sua discografia, o grupo farol de Braga tem ainda criado pontes e cooperações que nos vão dando inesperadas aventuras dentro e fora da música, tais como o musical Chão para as Comédias do Minho, a coreografia No Fim Era o Frio de Inês Jacques ou a colaboração com o Remix Ensemble para o centenário do Theatro Circo.

Não seria estranho, então, que à convocatória Esfera, arquitectada por André Tentúgal e Henrique Amaro, tenham querido novamente ouvir algo novo de si próprios ao dialogar com Pedro Sousa: um saxofonista, caso raríssimo no amplo percurso dos Mão Morta. As lendas bracarenses abordam o seu disco, em comunicado. «’Tricot’ surgiu como resposta a um estímulo de Henrique Amaro e André Tentúgal, quando convidaram os Mão Morta para integrar o seu projecto ‘Esfera’ – a ideia era proceder à gravação e edição simultânea de 5 máxi singles com temas originais de 5 artistas diferentes, contando cada um desses discos com a colaboração de mais um artista convidado. Para o nosso disco pensamos de imediato em Pedro Sousa por ser saxofonista e um músico que junta o improviso e a electrónica de uma forma que muito apreciamos. Isso enquadrava-se na nossa vontade de jogar com novos timbres e de interpretar temas onde a electrónica e o improviso fossem determinantes, saindo da nossa zona de conforto».

A banda detalha também um pouco da dinâmica criativa das sessões. «O Miguel Pedro compôs duas bases electrónicas e o António Rafael outra e foi sobre estas bases que assentaram os improvisos colectivos de todos os músicos envolvidos, quer dos Mão Morta quer de Pedro Sousa. Estes improvisos obedeceram ainda assim a algumas guidelines e orientações de produção dadas por Miguel Pedro, de forma a dar coerência a cada tema e aos temas entre si (tipologia de timbres, sons mais drones ou mais noisy ou mais ambientais, ritmos mais partidos ou mais directos, em função da dinâmica pretendida). Para cada base Adolfo Luxúria Canibal construiu um texto recorrendo às técnicas do desvio e do cut-up, que posteriormente montou e transformou para dar narrativa visual à tensão sonora instalada».

«Não existiram ensaios prévios e nenhum dos músicos conhecia as bases electrónicas que serviram de suporte aos temas – aliás, nenhum dos músicos fazia ideia do que iria fazer quando as sessões de gravação se iniciaram. Foi tudo construído em estúdio, a partir dessas bases electrónicas e das orientações de produção dadas em função do que cada tema ia necessitando conforme ia sendo tocado», recordam os Mão Morta. Todavia, os ensaios chegaram agora.

O pequeno disco Tricot, que acolheu três temas retirados da sessão de gravação, vê-se agora em palco, em estreia ao vivo absoluta, dando-nos um mundo novo em expansão e mostrando-nos – uma vez mais! – músicos apaixonados pelo risco e, sobretudo, pela euforia do recomeço. A colaboração sobe a palco nos dias 19/01/2023 (Lisboa- Culturgest) e 20/01/2023 (Braga-Gnration). A banda disponibilizou um registo fotográfico do ensaio e um vídeo do André Tentúgal com o tema “Dias de Abandono”, que saiu no EP Tricot (Mão Morta + Pedro Sousa).

Leave a Reply