Acompanhado por Tom Kennedy, Bob Franceschini e Richie Morales, Mike Stern revela-se com um fulgor magnífico nos nova-iorquinos Paste Studios, num showcase que visou promover o álbum que o trouxe de volta após as imensas cirurgias a que se submeteu para recuperar do grave acidente de 2016.
A carreira de Stern foi posta em sério risco a 3 de Julho de 2016, quando ele estava a chamar um táxi em frente ao seu apartamento em Manhattan e tropeçou em alguns escombros de construção ocultos, fracturando ambos os ossos do úmero nos seus braços. Exigiu múltiplas cirurgias para reparar danos nervosos significativos na mão direita que o impediam de segurar uma palheta de guitarra. Stern regressou em finais de Outubro desse ano, para actuar na discoteca Blue Note, em Manhattan, com o saudoso Chick Corea, tocando sentado e usando uma luva preta de velcro presa a uma palheta com o mesmo tecido.
Após uma segunda cirurgia, o guitarrista ganhou mais controlo da mão direita. A reabilitação passou também pela gravação de um disco. “Trip” surgiu após a recuperação de Mike Stern. Felizmente, tornou-se um álbum de renascimento, onde o seu prazer por voltar a tocar, rodeado por muitos amigos (Randy Brecker, Lenny White, Dennis Chambers, Bill Evans, Victor Whooten, etc.), se percebe e sente de forma imediata.
Em “Trip” ouve-se o som que gostamos, típico de Stern, e que nos permite reconhecê-lo de forma instantânea em várias notas – essa é a marca dos grandes músicos. Em temas como “Emilia” ouvem-se as suas influências da África Ocidental (os backing vocals sendo cantados pela sua esposa, Leni) e, como sempre há muito rock ao longo do álbum.
Em 2017, numa iniciativa para promover o álbum “Trip,” Mike Stern, Tom Kennedy, Bob Franceschini e Richie Morales ligaram-se nos Paste Studios, em NYC, para conversar sobre o disco e partir tudo com a interpretação ao vivo dos temas “Out Of The Blue”, “What Might Have Been” e “Chromazone”, curiosamente, temas que não fazem parte do referido álbum e se escutam por esta ordem no filme.
A foto que abre o artigo é de Sandrine Lee.