Mark Lanegan, o frontman dos Screaming Trees, de onde seguiu para fazer parte dos Queens Of The Stone Age e dos Gutter Twins, além de aclamada carreira a solo, morreu. Tinha 57 anos de idade.
Mark Lanegan morreu aos 57 anos de idade. Ainda não foram avançadas as causas da morte. É uma publicação lacónica nas suas páginas oficiais nas redes sociais que confirma a triste notícia. «O nosso querido amigo Mark Lanegan faleceu esta manhã na sua casa em Killarney, Irlanda. Cantor, compositor, autor e músico muito estimado, tinha 57 anos e deixa viúva a sua esposa Shelley. Neste momento, não há mais nenhuma informação disponível. A família pede a todos que, neste momento, observem a sua privacidade».
Na sua bio na Wiki, pode ler-se que Mark William Lanegan nasceu em Ellensburg, Washington, a 25 de Novembro de 1964. Crescendo num ambiente familiar disfuncional, começou a consumir drogas mal atingiu a maioridade, altura em que foi sentenciado a uma pena prisional, que cumpriu através de um programa de reabilitação durante um ano. Foi no seguimento desse quadro penal que conheceu Gary Lee e Van Conner, com quem formaria os Screaming Trees, já no final de 1984, quando o baterista Mark Pickerel se lhes juntou. Talvez nunca tenham atingido o mediatismo dos Alice in Chains, Pearl Jam, Soundgarden ou Nirvana, mas fizeram parte da vaga grunge que emergiu em Seattle na transição de décadas.
E foi logo em 1990 que Lanegan começou a gravar como artista solo. Editando o álbum “The Winding Sheet” pela icónica Sub Pop. “Straight Songs Of Sorrow”, editado a 8 de Maio de 2020 pela Heavenly Recordings/PIAS foi o seu último disco, apresenta 15 canções inspiradas numa história: a sua história de vida, conforme vem documentada no seu próprio e novo livro de memórias, “Sing Backwards And Weep”. De resto, o álbum combina vários elementos musicais dos primeiros discos de Lanegan com as construções sintetizadas de trabalhos posteriores. Conta com as participações de Greg Dulli, Warren Ellis, John Paul Jones, Ed Harcourt, entre outros.
O seu reconhecimento mediático está umbilicalmente ligado aos seus anos de trabalho com os Queens Of The Stone Age. O que começou logo no explosivo segundo álbum da banda liderada por Josh Homme, “Rated R” (2000). Se nesse disco era apenas um convidado, no ainda mais aclamado “Songs For The Deaf” já estava a tempo inteiro na banda, emprestando a sua carismática voz a canções como “Song for the Dead”, “Hangin’ Tree” e “God Is in the Radio”. O seu último disco como membro dos QOTSA foi “Lullabies To Paralyze” (2005), mas continuou a trabalhar amiúde com os desert rockers, surgindo como convidado em “Era Vulgaris (2007) e em “…Like Clockwork” (2013), cantando nos coros de “If I Had A Tail” e co-escrevendo “Fairweather Friends”.
O seu trabalho colaborativo com outros músicos e projectos é diverso, prolífico e arrebatador. Não temos a presunção sequer de o conhecer ou apreciar na totalidade. Para citar dois mais recentes e mais próximos do nosso coração, em 2018 cantou “I Know, I Alone”, um dos mais belos poemas escritos em língua inglesa por Fernando Pessoa, que os Dead Combo gravaram no álbum “Odeon Hotel”.
Já em 2021, Mark Lanegan colaborou com os suecos Cult Of Luna em “Inside Of A Dream”, tema do EP “The Raging River”, editado no dia 05 de Fevereiro desse ano, numa colaboração entre a recém-criada editora da banda, a Red Creek, e a Season Of Mist. Os Cult Of Luna, na ocasião, diziam em comunicado: «Somos fãs de Mark Lanegan há muitos anos. Em 2005, quando escrevemos “And With Her Came The Birds” tínhamos a voz dele em mente e o título provisório era “The Lanegan Song». Mas não tínhamos mais de 20 anos e a nossa falta de a autoconfiança impediu-nos até de ousar perguntar. Demorámos quinze anos para ter a coragem de lhe perguntar. Ouvir a sua voz na “Inside Of A Dream” nada mais é que sentir que estamos dentro de um sonho».
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