Portimão Reage a Visceral

Com o álbum de estreia dos Visceral já editado, via Raging Planet, a banda saiu à rua – pela baixa de Portimão – para dar a conhecer o seu brutal death metal aos transeuntes e recolher opinião popular que, como sabemos, é tipo algodão…

Death metal sem merdas, com uma vibração old school e as sombras das vertentes mais extremas deste espectro musical. Este foi o ponto de partida para Bruno K. começar a juntar riffs e ideias e a construir estruturas de canções para este novo projecto que são os Visceral.

Ao músico, com reputação criada nos históricos In Tha Umbra ou nos mais recentes e exploratórios Enlighten, juntou-se o baterista de sessão Menthor Serpens (Enthroned, Lucifyre, Nightbringer e outros), que tratou de moldar as canções numa forma ainda mais extrema, e Alexandre Ribeiro (Grog, Earth Electric) aceitou o convite para emprestar a sua abordagem criativa ao baixo. Para as vozes era necessário cores e formas diversas e assim Guilherme Henriques (Gaerea, Oak) aceitou o convite para partilhar esses deveres com Bruno “K.” Correia, completando a banda de estúdio que gravou “The Tree Of Venomous Fruit”. Todavia há ainda mais convidados: em “The Sight of Nothing”, o solo de guitarra ficou a cargo de Mike Guerreiro (Apocalypse Conspiracy); e no tema “Upborne With Indefatigable Wings” quem assume esse protagonismo é Bob Sneijers (Fungus, Prostitute Disfigurement).

«Um álbum de poucas concessões, The Tree of Venomous Fruit merece uma audição cuidadosa de fãs de brutal death metal de todas nas latitudes. O trabalho é bem feito, tem o gosto de ser conciso com os seus trinta e três minutos e, sem atiçar o vespeiro, dá-nos uma exoneração de brutalidade», lê-se no Les Eterneles. Os nuestros hermanos do Metallerium referem: «The Tree of Venomous Fruit’ es un material que devasta todo a su paso, no te da piedad alguna, en todo momento es agresivo, una buena interpretación de los que es metal extremo, buen debut de Visceral». «(…) som maciço e massacrante, com riffing acetinado que gera uma densa tempestade de agressão e abrasão incineradora. De alguma forma, soa tanto maníaco como friamente assassino, e é levado a mais alturas de frenesim catastrófico através do assalto de armas de percussão turbo-alimentado, erupções de baixo trovejantes, guitarras de cordas contorcidas, rugidos gigantescos, e uivos completamente aterrorizantes», descreve o No Clear Singing.

Em suma, o álbum tem granjeado reacções bem positivas dos media underground, um pouco por toda a parte. Mas e os civis? Bruno Correia decidiu ir para a zona ribeirinha de Portimão, enfiar a porrada de “Fever Fruit” nos ouvidos dos populares e perguntar-lhes qual a sua opinião. Há a dizer, desde logo, que a maioria dos inquiridos reage de forma positiva ao que está a ouvir – dando margem à tese de que o povo tem discernimento para apreciar aquilo a que é exposto e que está tudo fartinho de Voices, Festivais da Eurovisão e Malta a Cantar com as Estrelas. Isso tornaria a população algarvia bem metal! Claro, também há possibilidade de todos os sondados se manifestarem de forma politicamente correcta…

É inevitável nestas coisas alguém dizer que ouve «todo o tipo de música». Sim, deve ser. Há um inquirido do povo irmão que, com o coração no sítio certo, faz as contas de somar mais ou menos erradas, é brutal e pesado? Parece Sepultura! Nem por isso, mas de facto pesado é e isso, politicamente correcto ou não, é algo que a maioria dos ouvintes surpresa destacam no tema que estão a ouvir. Pesado para cacete. Kudos para o ouvinte que destaca o trabalho de bateria, a prestação de Menthor Serpens raia o sobrenatural, usando de demente velocidade e violência.

Refira-se ainda que, mesmo em Novembro, abundam estrangeiros no Algarve (nem calor está?) e que o Bruno Correia domina melhor a guitarra que o castelhano. Disparem o player!

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