O lindíssimo single “Center” introduz o álbum “The Shape Of Everything”, assinado por membros dos Caspian, Junius e Constants, com edição a 21 de Janeiro de 2022.
Há cerca de dez meses, os SOM – colectivo que congrega músicos dos Caspian, Junius e Constants – deram-se a conhecer através desse etéreo single que é “Youth // Decay” e do EP que se lhe seguiu, “Awake”. Com uma inegável inspiração nos Deftones, o grupo funde atmosferas shoegaze e post metal, com notável beleza e groove. Agora, estás prestes a chegar o próximo trabalho da banda, desta vez o LP “The Shape of Everything”, com edição a 21 de Janeiro, através da Pelagic Records.
O tema que aqui nos traz, “Center”, introduz-nos ao que podemos esperar do disco. A canção ostenta enormes riffs e vozes doces e etéreas. O vídeo não é menos impactante e é desconstruído pela realizadora Samia Zaidi. «A abordagem cinematográfica foi fortemente inspirada pelo dinamismo da própria canção. A narrativa foi baseada numa história verdadeira, mostrada com a bênção do casal em que foi inspirada, mais um filme clássico de Bollywood que adorei em miúda e ainda um toquezinho de Bonnie e Clyde. Queria partilhar esta história porque estava fundamentada num exemplo da vida real, de como é possível não só encontrar espaços comuns além das nossas diferenças, como também é tão valioso fazê-lo. Dada a realidade moderna, que usa intencionalmente a nossa variedade para provocar divergência, em vez de a celebrar, pensei que podíamos usar um pouco de esperança. A condição humana é universal. O amor é universal».
«’Center’ foi uma das primeiras canções em que trabalhámos como banda, remotamente, durante o confinamento», acrescenta o vocalista dos SOM, Will Benoit. «As vozes Os foram originalmente criadas para outro projecto que acabou por ser arquivado, mas gostei muito do que tinha criado e não podia simplesmente deixá-lo num disco rígido a morrer. O refrão é quase pop antémico, mas prestando atenção à letra, a canção é muito mais escura. Adoro canções que se apresentam de uma forma à primeira audição, mas podem levar-nos a um sítio completamente diferente, quanto mais prestamos atenção. Senti que havia espaço em ‘The Shape of Everything’ para explorar uma tonalidade ligeiramente diferente como esta, mas além das vozes, honestamente, não conseguia vislumbrar para onde poderia ser levado musicalmente».
Benoit continua, orgulhoso: «Então, tentámos uma experiência: a banda pode escrever música em torno de uma linha vocal existente? Sobretudo numa altura em que não podíamos estar todos na mesma sala, parecia ser uma boa altura para experimentar uma abordagem diferente. Enviei as faixas vocais isoladas a todos, em cima de uma simples batida de bateria. O Joel e o Justin andaram para trás e para a frente, desenvolvendo as melodias e dinâmicas instrumentais até que chegámos a este riff sujo que, na realidade, só se altera para dar mais textura aos versos. O Mike acrescentou guitarras exuberantes e emocionantes e deu vida a tudo isto. Foram necessárias muitas chamadas Zoom e o envio de ficheiros para trás e para a frente que, provavelmente, tornaram esta canção a mais desafiante de terminar no álbum – tanto a nível lírico como musical – mas é pesada, é bonita e tem muito do que espero conseguir com os SOM. Tudo isto dentro de uma canção de quatro minutos».
Um pensamento sobre “SOM, A Arrebatadora Fusão do Post Metal e do Shoegaze”