Amazon Prime Day

Spotify Pondera Desmonetizar Artistas Menos Credenciados

O hábito do Spotify de pagar praticamente nada aos artistas tem sido bem documentado ao longo dos anos. Mas para os artistas e editoras muito pequenos, na sua expressão popular, isso pode ficar ainda pior muito em breve.

De acordo com a Billboard, o Spotify está actualmente a planear uma nova estrutura de pagamento que «desmonetizará faixas que antes recebiam 0,5% do pool de royalties do Spotify». Isto parece ser uma forma de combate às empresas que fazem upload de faixas de 31 segundos de ruído branco ou faixas não musicais para burlar o sistema e receber royalties, mas não há como essa nova estrutura não afectar também os artistas menores que estão a tentar sobreviver.

Um relatório separado da Music Business Worldwide observa que a Universal Music Group, assim como algumas outras grandes editoras, tem estado em negociações com o Spotify para criar um novo sistema de pagamento. Esse novo sistema será focado em artistas e editoras estabelecidos, com a maior mudança sendo que qualquer faixa precisará atingir um mínimo anual de streaming para ser elegível para royalties. Ou seja, uma banda pode ser popular o suficiente para manter o Spotify como plataforma, mas não popular o suficiente para ser paga. Referir isto como injustiça peca por escasso.

Anteriormente, o Spotify lançou um novo recurso chamado Showcase, que cobra aos artistas para promoverem a sua música como um banner publicitário pago no topo da página inicial do Spotify, para o que eles cunham como «ouvintes prováveis em toda a plataforma». Claro, o Spotify posiciona a página inicial como o «local mais visitado no Spotify, onde milhões de ouvintes vêm para decidir o que ouvir, resultando em bilhões de streams todos os dias», e depois menciona que «as pessoas que veem um Showcase têm 6 vezes mais chances de fazer stream do lançamento promovido».

Mas como é que isto prejudica os artistas? Porque ter a sua música exposta no Showcase exige um investimento que começa em $100 (dólares) e é avaliado com base em custo por clique (CPC), começando em $0,40. Ou seja, um clique na tua música custa $0,40 e recebes um retorno de cerca de $0,005 em royalties por audição. Certamente estão a ver como esta matemática, muito simplesmente, não funciona a vosso favor. Basicamente, seria necessário que cada pessoa que clicasse no seu anúncio ouvisse o álbum ou single muito mais vezes do que provavelmente ouvirá para obter lucro (e um lucro nos padrões da plataforma).

O Spotify destaca ainda, no seu comunicado à imprensa a respeito do Showcase, que os artistas devem ter pelo menos 1.000 streams nos últimos 28 dias, em pelo menos um dos mercados-alvo disponíveis, para serem elegíveis para usar o Showcase. Além disso, o país de facturação do artista deve estar definido como os EUA.

Greg Kennelty, do Metal Injection (cujo artigo aqui está traduzido), refere que o seu cinismo em relação a este novo recurso vem de muitas histórias que já publicadas. Para começar, havia mais de 100.000 faixas a serem enviadas para o Spotify todos os dias em Outubro de 2022 – um número que desde então aumentou – e a maioria das músicas nem está a ser reproduzida. Ou seja, o espaço está apenas a ficar mais lotado.

Além disso, quase nenhum artista independente está a ganhar uma quantia razoável (ou sequer significativa) de dinheiro com a sua música, e isto está apenas a piorar, especialmente porque o Spotify vê que há mais concorrência e oferece taxas de royalties ainda mais baixas para a promoção…

Um pensamento sobre “Spotify Pondera Desmonetizar Artistas Menos Credenciados

Leave a Reply