The Doors: Live At the Isle of Wight

Despido de espampanante produção visual e em fulgurante contraste sónico, o concerto no festival Isle of Wight foi um dos últimos de Jim Morrison (morreria um ano depois) e The Doors.

Reeditado e remisturado a partir das gravações originais, o último concerto filmado dos Doors, “The Doors: Live At the Isle of Wight 1970” foi lançado em DVD, Blu-ray, DVD/CD e formato digital a 23 de fevereiro de 2018. Com o selo de aprovação dos Doors, este concerto foi restaurado graças a meios tecnológicos só disponíveis no século XXI, com correções de cor e visuais que vieram melhorar as imagens originais. O concerto completo, agora apresentado com som 5.1 Dolby Digital, foi misturado por Bruce Botnick, co-produtor e engenheiro de som de longa data da banda. Algumas imagens deste concerto integraram o filme de 1997, “Message to Love”. No entanto, esta edição revela o concerto na sua totalidade e com o máximo de qualidade visual e sonora.

Tudo aconteceu em agosto de 1970. O caso de tribunal por obscenidade que Jim Morrison enfrentava na altura, devido a um incidente que tinha ocorrido um ano antes em Miami, tinha na altura um peso grande na bada. Este que era então denominado como “o último grande festival” realiza-se em Inglaterra, e no cartaz constavam artistas como Jimi Hendrix, The Who, Miles Davis, Joni Mitchell, Joan Baez, entre outros. “The Doors: Live At the Isle of Wight 1970” capta a essência desta actuação acutilante, ao mesmo tempo que traça um retrato de uma era, com imagens dos fãs (mais de 600 mil) a derrubar as cancelas de forma a conseguiram ter acesso ao festival.

Os The Doors começaram o concerto às 02h da madrugada de 30 de agosto de 1970, dando um espectáculo que provou a força musical que os tornou um dos faróis do denominado “Summer of Love”. Neste filme de 84 minutos, Morrison, o organista Ray Manzarek, o guitarrista Robby Krieger e o baterista John Densmore passam por canções tão icónicas como “Roadhouse Blues”, “Break On Through (To The Other Side)” e “Light My Fire”.

Iluminados apenas por uma pequena luz vermelha (a banda não tinha sido informada que tinha de levar o seu próprio equipamento de iluminação), os Doors deram um concerto que ficou para a história. «A nossa actuação foi subjugada, mas muito intensa», disse Manzarek mais tarde. «Tocámos com uma fúria controlada e o Jim estava em pico de forma vocal. Cantou por tudo o que valia, mas mal mexia um músculo. Dionísio teria ficado atordoado».

Jim Morrison, que fundara o grupo com Manzarek em 1965, desenvolveu dependência de álcool ao longo da carreira da banda. Acabou por morrer, de forma algo inesperada e entre testemunhos discordantes, aos 27 anos de idade, em Paris, no dia 03 de Julho de 1971. Porque o corpo nunca foi autopsiado, a causa da morte permanece motivo de discussão. Os Doors ainda editaram dois álbuns após a sua morte, encetaram uma tour norte-americana já depois da morte do seu frontmam (Manzarek e Krieger assumiam as vozes à vez) mas a banda desintegrou-se de qualquer forma e cessou a sua carreira dois anos mais tarde.

Quanto a este “Live At the Isle of Wight”, o DVD fica completo com “This is the End”, um vídeo de 17 minutos com entrevistas conduzidas pelo realizador Murray Lerner a Krieger, Densmore e o manager original dos Doors, Bill Siddons. Também são incluídas imagens de arquivo de Manzarek datadas de 2002. A banda tem exposta, no seu YouTube oficial, uma grossa parte dos temas que marcaram presença. Naturalmente, há bootlegs que permitem ver o concerto na sua forma integral…

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