Ulver

Ulver, A City In The Skies

No seguimento do lançamento surpresa de “Ghost Entry” em Dezembro de 2023, “A City in the Skies” é mais uma peça do puzzle evolutivo dos Ulver. Mergulhem no ritmo e prestem atenção ao que se passa neste emotivo single…

“Ghost Entry” marcou o regresso dos Ulver às composições de material essencialmente original desde a edição do seu décimo-sexto LP em 2020, “Flowers Of Evil”. Depois disso a banda promoveu algumas edições inéditas, mas tratando-se de remixes ou de improvisação electrónica, caso de “Hexahedron – Live at Henie Onstad Kunstsenter”, em 2021.

Desta feita, tratou-se de uma criação de estúdio que começou a dar pistas do próximo passo dos noruegueses. Significou também, de acordo com a House Of Mithology, label da banda, uma significativa variação da sua abordagem tradicional à criação e edição de álbuns, que têm seguido ao longo das últimas três décadas. Além da malha principal, o single possui a respectiva remix, autoria de Autechre (æ), no lado B. Com a velocidade da internet e das redes sociais e o seu consumo epidérmico, é expectável que os noruegues, em vez de estrear um álbum de uma só vez, antes lançando o mesmo single a single.

Afinal, depois de “Ghost Entry” ter chegado sem anúncio prévio, os Ulver deixam no ar a possibilidade de mais surpresas, ainda que não tenham revelado planos exactos a esse respeito. Quanto ao tema, os Ulver referem-se-lhe como uma «prova de vida», uma entrada no jornal de campanha. E foi nesse contexto que, dois meses após essa estreia, os Ulver lançaram outra peça no seu puzzle evolutivo: “A City In The Skies”.

“Ghost Entry” é uma malha com dinâmicas irrepreensíveis, sónica e musicalmente. A atmosfera de guitarras e baixo remete de alguma forma para The Cure, aliás, a banda refere que na sessão de estúdio se referia internamente ao tema como «a malha das guitarras Cure». Já “A City In The Skies” possui um ritmo irresistível, imediatamente acessível e uma pungente mensagem sobre a actualidade geopolítica.

No mais, tal como em “Flowers Of Evil” e de há algum tempo a esta parte, os Ulver continuam mergulhados no universo synth pop, nos beats, groove nas sequenciações, robustez nos baixos e swing nas guitarras, fortes ganchos melódicos e refrões bem demarcados.

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