Ash Pearson Elege os 50 Melhores Bateristas de Heavy Metal

Ash Pearson, baterista dos Revocation, aponta os seus ases preferidos atrás dos drum kits de algumas das mais poderosas bandas no mundo do heavy metal. Muitos nomes consensuais, alguns surpreendentes e duas ou três ausências meio blasfemas.

Todos se queixam delas, mas a maior parte vai sempre consultá-las. Afinal, todas são válidas e úteis para, principalmente, descobrir nova música, ainda para mais quando surgem com a curadoria de artistas ou autores que admiramos. Ash Pearson está seguramente entre os músicos que admiramos, um baterista de enorme capacidade técnica e agressividade que sustenta o death metal técnico dos Revocation. O músico, a convite do Drumeo, não se limitou a uma lista de “melhores do ano”, mas arriscou mesmo a difícil tarefa de eleger aqueles que considera serem os 50 melhores bateristas de heavy metal de todos os tempos.

Pearson incluiu na sua lista nomes lendários, de bandas clássicas, e nomes estabelecidos mais recentemente ou em ascensão. A acompanhar cada escolha, deixa uma breve justificação para a ter feito. O músico ressalva que estes não são necessariamente os melhores, mas os que ele prefere. A partir daqui, podem concordar em absoluto com esta lista ou considerar que alguns nomes deviam estar aqui em vez dos escolhidos – por exemplo, por aqui consideramos meio sacrílega a ausência do Hellhammer, Nicko McBrain, Danny Carey e do Martin Lopez. Todavia, uma coisa está para além de discussão, todos os eleitos são bateristas de elite, tendo criado um tremendo impacto no universo do metal.

Reflexo das décadas que abrange, esta lista é exlusivamente composta por gajos. Não há como negar, a indústria do heavy metal e da bateria tem sido um mundo dominado pelo masculino. Não é este o lugar para debater as razões para que isso suceda, mas espera-se que na próxima década e nas seguintes isso comece a mudar. Sem mais demoras, vamos a essa lista que inicia com um nome tão obrigatório como consensual…

Dave Lombardo | Um dos bateristas mais emulados no heavy metal, por razão sólidas. Foi um dos pioneiros do thrash e do speed metal. Os seus fills bombásticos em “War Ensemble”, o frenesim de bombo duplo em “Angel Of Death” e a ultra rapidez de baterias foram um progresso gigantesco no heavy metal e abriram imensas portas e possibilidades ao género e ao que podia e viria a tornar-se.

Gene Hoglan | O currículo de Gene Hoglan é o de alguém em constante evolução, de classe mundial, e de um pioneiro no heavy metal. Perguntem aos principais bateristas no metal e a grande percentagem citará Gene Hoglan como uma grande influência no seu desenvolvimento. Quer se trate dos seus primeiros dias com Dark Angel, em 1984, do espantoso trabalho nos seus discos com Death ou do forçar paradigmas de bateria com Strapping Young Lad, Fear Factory, Dethklok, Devin Townsend e Testament (a lista continua!), Gene escreveu algumas das mais icónicas batidas no heavy metal e não dá sinais de parar.

Nick Menza | O pico da sua carreira foi nos Megadeth e o seu desempenho no “Rust In Peace” – um dos mais célebres álbuns da banda liderada por Mustaine -ainda é considerado dos melhores de sempre dentro do thrash. Nos anos 90 talvez ninguém tenha impulsionado tanto a bateria no thrash metal.

Dirk Verbeuren | Verbeuren não ganhou simplesmente a lotaria e, do dia para a noite, tornou-se membro de Megadeth. Dirk tem andado a tocar bateria que se farta há anos, a fazer álbuns, a fazer sessões de estúdio e a fazer digressões. As suas baterias nos Scarve and Soilwork colocaram-no no mapa. Mas o seu trabalho com artistas como Devin Townsend, Jeff Loomis e Aborted mostra realmente a sua capacidade de assumir qualquer cenário e eleválo musicalmente.

Brann Dailor | Baterista e um dos vocalistas da banda Mastodon. O trabalho atrás do kit é verdadeiramente de alto nível. Mesmo nos primórdios da banda (“Call Of The Mastodon” e “Remission”), a sua identidade musical já parecia completamente formada. As suas batidas e fills podiam ser descritos como únicos, mas também como espásticos e heróicos. Brann tem mostrado estar em constante evolução na sua musicalidade. As suas partes de bateria parecem ser sempre exactamente o que a canção precisa e o seu estilo vocal é uma força melodicamente motriz por detrás da música da banda. É um músico completo.

Dave Witte | O Dave Witte é aclamado entre muitos subgéneros diferentes do heavy metal. Nos seus primórdios, foi um baterista de grindcore (Discordance Axis, Human Remains, etc). A sua banda Burnt By the Sun lançou vários álbuns marcantes no seu tempo. PhantomSmasher, Publicist U.K., East West Blast Test e Brain Tentacles são algumas das suas muitas e excelentes bandas secundárias. Witte agitou as águas com o seu principal projecto Municipal Waste, constantemente a lançar novas músicas e a fazer digressões por todo o mundo. 

Jon Rice | Jon é o tipo com quem deves falar quando queres excelência. Quer sejam os 1349 e os Behemoth ou a fazer digressões de estádio com a sua banda Uncle Acid, o Jon é capaz de fazer tudo. Chamou pela primeira vez a atenção das pessoas com os Job For a Cowboy, quando com apenas 19 anos de idade fazia batidas de death metal insanamente complexas e atléticas. Um baterista verdadeiramente completo e adaptável.

Lars Ulrich | O Lars influenciou uma tonelada de bateristas no rock, pop e até mesmo no mais brutal death metal. Ajudou a criar alguns dos mais icónicos arranjos e baterias de heavy metal/peças de sempre e inspirou inúmeros bateristas a pegar em baquetas e começar a tocar.

Paul Bostaph | Para aqueles que só conhecem o Paul Bostaph como o antigo baterista de Slayer, vão mais fundo, pois ele é muito mais que isso. Paul passou tempo sentado no trono, ao vivo e em estúdio, com outras bandas de metal lendárias, incluindo Exodus, Forbidden e Testament. Mostra-nos álbum após álbum, concerto após concerto, que é uma força incontornável e duradoura na bateria.

Tom Hunting | O Tom provou ser um dos inovadores de bateria no thrash metal no seu tempo com os Exodus. O “Bonded by Blood”, de 1985, continua a ser um clássico do heavy metal e, desde então, ele tem vindo a forçar continuamente as barreiras. As suas batidas e fills são inovadoras e apropriadas, para não mencionar a sua precisão e poder, tornando-o um dos bateristas de metal de mais sólida reputação.

Adam Jarvis | O Adam é um daqueles raros bateristas que conseguem realmente realizar as coisas que os guitarristas ambiciosos programam na bateria. Não precisam ir mais longe do que o seu tempo com Pig Destroyer e Misery Index. As bateristas de Adam nessas bandas, tanto ao vivo como em estúdio, fazem cair o queixo de tão rápidas e complexas. Ele está a pisar a linha de ser capaz de tocar no ápice da capacidade humana. Força, Adam!

Chris Pennie | O Chris inventou essencialmente um estilo de baterista durante o seu tempo nos Dillinger Escape Plan. A sua adopção detalhada de conceitos rítmicos de luminários como Gary Chaffee fez com que as suas baterias soassem estranha à maioria dos ouvintes. A sua experimentação leva uma mistura de ideias de jazz, música latina, metal e percussão linear. Juntamente com Ben Weinman, ele incorporou com sucesso estas influências na composição dos DEP. Abordando o metal a partir de um lugar estranho à maioria dos compositores, a sua batida e produção permanecem como referência entre os músicos.

Elliot Hoffman | Um daqueles bateristas que sabes ser the real deal assim que o ouves tocar. O seu trabalho em Car Bomb é uma aula magistral em polirritmos, compassos compostos e conjuntos de notas tocados no contexto de uma banda brutalmente pesada. Car Bomb é cru mas coeso, dissonante mas agradável, e inspira sempre o clássico esgar quando se ouvem essas partes crunchy. Vejam algumas das suas filmagens e aulas de bateria e vão perceber o que quero dizer.

Matt Garstka | Não necessita de qualquer apresentação, é um dos mais influenets bateristas da última década pelo seu trabalho em Animals As Leaders. Licenciado pela Berkleee, o Matt dedicou a sua vida a forçar as barreiras da bateria. Desde os seus solos, mistura de estilos e precisão afiada como uma lâmina em tudo o que diz respeito a batidas, está na vanguarda da música moderna.

Tomas Haake | Outro daqueles raros bateristas que efectivamente ajudaram a inventar um estilo de bateria – o que Tomas tem feito durante o seu tempo com os Meshuggah. Mais de 30 anos a fazer álbuns, ele e os seus companheiros de banda continuaram a evoluir o seu som para aquilo que é hoje. Desde os seus primeiros álbuns influenciados pelo thrash até ao mais actual “Immutable”, a sua trajectória como banda captou a atenção de todos. Haake também se desdobra como o principal letrista da banda, enquanto continua a encontrar formas de alargar o seu estilo de baterista.

Charlie Benante | A longa carreira de Charlie nos Anthrax tem sido preenchida com muitas actuações clássicas, tanto ao vivo como em álbuns. Uma verdadeira potência do thrash metal, a velocidade e o poder de Charlie influenciou até os mais brutais bateristas de black metal. Ele é um dos grandes bateristas do thrash metal e além dele.

Joey Jordison | O saudoso Joey Jordinson foi um herói para toda uma geração de bateristas.Não só contribuiu com muitos riffs de guitarra para a música dos Slipknot, mas também a sua imagem/personalidade maior do que a vida e o estilo de execução inspiraram inúmeros bateristas a pegar nas baquetas. O seu legado viverá através da sua música e dos discípulos das suas batidas durante eras. 

Alex Rudinger | O Alex é um exemplo brilhante de um baterista com uma ética de trabalho firme. A sua coordenação, velocidade e precisão são inigualáveis para a maioria dos bateristas. Tem tocado com muitas grandes bandas, incluindo The Faceless, Conquering Dystopia, Intronaut e Whitechapel. Produz muitos conteúdos excelentes, incluindo playthroughs, livros e aulas em vídeo, todos disponíveis no seu website. Esperamos muito mais coisas grandiosas do Alex.

Nick Barker | Nick estabeleceu o padrão de baterias no black metal em meados dos anos 90 e início dos anos 2000, com Cradle of Filth e Dimmu Borgir. Desde então tem tocado em álbuns de Lock Up, Old Man’s Child e Brujeria. Os seus fills e batidas são únicos e os seus blast beats são afiadíssimos. Oiça os seus álbuns e verão que tenho razão. Ele é um dos melhores.

Chris Adler | Um dos fundadores dos Lamb of God, o seu estilo é orientado para o groove, com ritmos de duplo bombo que combinam com as partes de guitarra. Influenciou uma tonelada de bateristas a aplicar o tacto, a precisão e uma abordagem “out-of-the-box” à sua execução de metal. Contribuiu para o género com um estilo descontraído de bater. Chris também fez trabalho de sessão com outras bandas, incluindo os Megadeth.

John Longstreth | Um verdadeiro tecnicista nos tambores. Já tocou em muitos álbuns, fez tournées por todo o mundo e atingiu um nível de reconhecimento reservado apenas aos bateristas que estão obcecados com a arte. A sua banda principal, os Origin, escreve alguns dos temas de metal mais tecnicamente agressivos que há por aí, e a sua bateria no álbum dos Gorguts, “Colored Sands”, é amplamente reconhecida como uma exibição magistral de versatilidade. 

Sean Reinert | O falecido e grande Sean Reinert foi um verdadeiro herói para a comunidade dos baterista de metal progressivo. Talvez as suas prestações mais reconhecidas em álbum sejam “Human”, dos Death, e “Focus”, dos Cynic. Sean foi um estudante de jazz e música latina, bem como de metal, e citou livros como “The New Breed” como uma paleta aberta para a abordagem às suas baterias. Também foi incluido em packs Toontrack MIDI onde os músicos podem examinar e usar as suas batidas como instrumento de composição. Estamos gratos pelo impacto que Sean teve no metal e sentimos muito a sua falta.

Derek Roddy | Derek ‘One Take’ Roddy recebeu oiriginalmente a sua alcunha de Erik Rutan (Hate Eternal, Morbid Angel). O Derek tornou-se conhecido por poder entrar no estúdio e tocar uma canção praticamente sem erros. Apesar de sermos todos humanos e cometermos erros, a precisão e resistência de Derek construíram uma reputação merecida. As suas baterias em álbuns de death metal dos Malevolent Creation, Hate Eternal e Nile continuam lendárias até aos dias de hoje.

George Kollias | Uma referência no metal mais extremo. A forma como toca com o Nile é tão rápido e malévola quanto possível. Ele próprio é um espectáculo para se ver ao vivo. Além do metal, tem óptimas costelas de jazz e fusão, é um excelente professor e tem os seus próprios DVDs de música a solo/didáticos. De resto, o George continua a contribuir com actuações estelares para o ofício.

Hannes Grossman | Baterista de death metal técnico e progressivo nascido na Alemanha, deixou a sua marca no género heavy metal ao longo dos seus muitos anos de carreira. Deu nas vistas pela primeira vez no álbum “Epitaph”, dos Necrophagist, e desde então tem tocado noutros trabalhos deslumbrantes de Hate Eternal, Obscura, Blotted Science e Triptykon, para citar apenas alguns.Tem também um DVD educativo – Progressive Concepts for the Modern Metal Drummer – que é excelente. Hannes é um músico prolífico e continua a contribuir com baterias estelares para o género.

Estes são os 25 primeiros nomes referidos por Ash Pearson, que aponta ainda os nomes de Paul Mazurkiewicz, Flo Mounier, o lendário Bill Ward, o trágico Vitek, Blake Richardson, Pete Sandoval, Mario Duplantier, Eloy Casagrande, Igor Cavalera, Ray Luzier, Travis Orbin, Bobby Jarzombek, Nick Yacyshyn, o saudoso Vinnie Paul, Raymond Herrera, Abe Cunningham, Matt Byrne, um dos nossos favoritos como o Dale Crover, Max Kolesne, Danny Herrera, Ginger Fish, Ken Owen e Ben Koller, entre outros. Sobre cada uma das suas 50 escolhas, o músico dos Revocation deixa algumas explicações e links para se escutar o trabalho dos menos reconhecidos. Podem consultar o artigo completo e original no Drumeo.

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