No Terminal 5, em Nova Iorque, no dia 29 de Dezembro de 2017, os Dillinger Escape Plan subiram a palco pela última vez. Recordamos uma digressão que passou em Portugal e o bootleg do concerto no Hellfest desse ano.
Estávamos em 2017 e a digressão de despedida dos The Dillinger Escape Plan passou por Portugal. Pouco habituados a coisas desta dimensão, principalmente no que respeita a bandas fora da esfera da corriqueirice abundante das rádios nacionais, muitos planeavam rumar a Espanha, na esperança de ver os Dillinger pela última vez. Mas a organização do VOA, festival que, em 2017, teve lugar entre os dias 4 e 6 de Agosto no inusitado cenário de um parque municipal de Corroios premiou os fãs nacionais com a presença desta instituição do post hardcore.
Uma banda de culto que andou nas lides durante duas décadas e não metia os pés em Lisboa desde 2002, quando abriu um concerto dos System Of A Down, no Coliseu. Nesse mesmo ano de 2002, uma colaboração com Mike Patton no EP “Irony Is A Dead Scene” catapultou a banda norte-americana para palcos maiores. Dois anos depois, “Miss Machine”, o segundo LP, confirmava a sua dimensão e o extremismo sónico singular dos Dillinger e do seu singular processo de composição, aliando características cromáticas do jazz à subtileza de elementos electrónicos e acrescentando uma vertente matemática vertigionosa ao seu hardcore. As descargas de electricidade das guitarras; a adrenalina da agressividade vocal de Greg Puciato; as violentas síncopes rítmicas e os poderosos breakdowns; tornaram-se idiossincrasias amplamente laudadas por público e imprensa e que os acompanharam até “Dissociation”, o último disco, editado em 2016. Um disco de despedida. Portugal disse-lhes adeus no dia 06 de Agosto de 2017.
Recordamos um concerto com uma pungente descarga de brutalidade sónica e uma actuação incendiária, de entrega total de cada um dos músicos da banda. Houve stage-diving, rig-diving (sim, mergulhos do cimo das estruturas do palco), suor e sangue. Na Quinta da Marialva, a setlist foi a seguinte: Prancer; When I Lost My Bet; Panasonic Youth; Black Bubblegum; Milk Lizard; Surrogate; Happiness Is a Smile; One of Us Is the Killer; Nothing to Forget; Farewell, Mona Lisa; Weekend Sex Change; Hero of the Soviet Union; Sunshine the Werewolf; Limerent Death e 43% Burnt. Dissemos que Portugal não está habituado a este tipo de efemérides e talvez por isso, e para não variar, não esteve à altura. Não nos referimos aos que lá estiveram, que se entregaram ao concerto com a mesma ferocidade que a banda, mas aos que não estiveram, que foram muitos…
Recordamos as fotografias de Paulo Maninha, cuja galeria completa pode ser admirada na AS. Também, no player em baixo, a actuação desse ano no Hellfest. Poucos meses depois, numa residência no Terminal 5, em Nova Iorque, entre os dias 27 e 29 de Dezembro de 2017, os Dillinger realizaram os três últimos concertos da sua história.








2 pensamentos sobre “The Dillinger Escape Plan, Os Ecos do Fim”