Numa mistura de mini amps e amps de potência atenuada (uma tendência cada vez mais forte) e alguns cabeços bem old school, eis o melhor da amplificação para guitarra eléctrica em 2021 em revisão.
Cada vez que a Yamaha lança um novo THR é certo que vem parar a este tipo de listas. Adoramos os amps e os novos modelos não são excepção. Contudo, os THR vão deixando de estar sozinhos no mundo analógico e este ano surgiram excelentes soluções que vão muito além do design “amp-de-treino”, desde logo até muitas e cada vez mais poderosas soluções em design pedalboard multiefeitos. Por isso, outras opções reuniram a nossa preferência desta vez. Os puristas não precisam de temer, porque ainda somos fiéis às válvulas e 2021 viu surgir duas ou três avassaladoras soluções deste tipo. Optámos por ser salomónicos e eleger um pouco de tudo: combos, modelos de assinatura e de potência atenuada. É outra tendência, além da invasão digital, essa de criar unidades mais compactas e de potência reduzida. O rock faz-se novamente em caves (com o que isso tem de bom e de mau).

FRIEDMAN BE MINI | Todo o poder do aclamado Friedman BE-100 condensado no mini amp BE. Compacto, com gain para dar e vender e económico! A Friedman Amplification ganhou a sua reputação com alguns dos melhores amplificadores de válvulas do mercado, recriando requintadamente os sons clássicos dos amplificadores britânicos e tornando-se adorada por músicos como Jerry Cantrell ou Bill Keliher, dos Mastodon. Em 2021, a marca decidiu tornar o seu som mais portátil, entrando no mercado dos mini amps com o BE-Mini, modelo inspirado no Friedman BE-100 Amplifier e no BE-OD Overdrive Pedal. Debaixo do chassis temos uma secção de potência de 30 watts Classe D e, crucialmente, o circuito pré-amplificador “BE” de Friedman. Oferece abundância de gain e muito controlo sobre o som, com botões para Gain, Level, Bass, Middle, Treble, Presence e ainda um alternador entre os perfis Cut e Tight. Além disso, o BE-Mini foi concebido para ser integrado facilmente com pedalboard, com um loop de efeitos de série no circuito, encontrado na parte de trás do amplificador, mais duas saídas para colunas. Vale $329 (dólares). Ver a Friedman Amplification para mais detalhes.
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OS PRIMEIROS MICRO AMPS HUGHES & KETTNER | A nova gama Hughes & Kettner Spirit Nano compreende três amplificadores que usam a tecnologia Spirit Tone Generator e são capazes de atingir os 50 watts de potência. A Hughes & Kettner estreou no final de 2020 uma nova gama de amplificadores, os Spirit Nano. Os três pequenos amps (Spirit of Metal, Spirit of Rock, Spirit of Vintage) baseiam-se na tecnologia patenteada pela marca, a Spirit Tone Generator, que recria a resposta dos amplificadores a válvulas recorrendo a um singular circuito analógico. Se não estão muito impressionados com o seu tamanho minúsculo, vale a pena referir que estes amps são capazes de uma potência máxima de 50 watts a 4 ohms ou 25 watts a 8 ohms. Estão ainda equipados com simulador de coluna Red Box, para treinar em silêncio, e um controlo “sag” (de deformação ou decaimento do sinal) para ajustar a saturação na secção do power amp. O Spirit of Vintage dá-nos sons entre limpos brilhantes bem old-school até um crunch rock n’ roll; já o Spirit Of Rock avança uma era de carácter sónico, para o final dos anos 60 e anos 70, para o som clássico das stacks de amplificação; por fim, o Spirit Of Metal explora o som da amlp’ificação entre o heavy metal dos 80’s ao djent actual. Cada um dos modelos pesa um quilo e cem gramas (apenas 725 gramas sem o transformador). O preço a ronda os €199). Mais info e specs em hughes-and-kettner.com.
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FENDER ’68 CUSTOM PRO REVERB & MUSTANG MICRO | A Fender trouxe dois novos Silverfaces para 2021, um modelo de 40 watts e um de 5 watts, além de um modelo modeling amp portátil (metam portátil nisso): o ’68 Custom Pro Reverb, o ’68 Custom Vibro Champ e o Mustang Micro. São três modelos entre os melhores que surgiram este ano no mercado, com destaque para o Pro Reverb e o Mustang Micro. E não são nada caros, embora o modelo maior exija algum planeamento financeiro. Precisamente, o ’68 Custom Pro Reverb é ump de 40 watts com altifalante 12” Celestion Neo Creamback, single channel (com duas entradas). Controlos para o circuito incluem volume, treble, middle e bass, bem como um comutador de brilho. Também podem definir a quantidade de reverb e modelar a velocidade e intensidade do tremolo. Vale uns €1,499. O Mustang Micro é uma curiosa unidade com uma selecção de sons oriundos dos amps Fender Mustang. Podem ser ligado directamente à guitarra e faz-se a escuta nos directamente auscultadores, mas também em colunas. O treino sobre backing tracks é facilitado pela conexão Bluetooth. No total, o Mustang micro contempla 12 modelos de amps e 13 efeitos. Também inclui EQs para definição do som e controlo de volume. É recarregável por USB e possui autonomia para cerca de quatro horas de uso. Vale €99.99.
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EVH 5150 ICONIC SERIES | A EVH Gear regressou aos designs aclamadíssimos dos amps 5150 III, redimensionando-os na mais económica gama 5150 Iconic. A gama é composta por dois novos amplificadores (um cabeço e um combo) e uma nova coluna. É bastante semelhante à linha de amplificadores 5150 III, mas são muito mais acessíveis em termos de custo por watt. O cabeço 5150 Iconic 80 Watt possui quatro válvulas de potência JJ 6L6 e duas válvulas de pré JJ ECC83S. É um amplificador de dois canais, com um canal Green (clean/overdrive) e um canal Red (distorção). O canal Green dispõe de um switch de overdrive para expandir o espectro do gain, de limpo para crunch, enquanto o canal Red dispõe de um switch para activar ainda mais distorção. Cada canal tem um controlo de gain e volume, e ambos partilham um EQ de três bandas e controlos de reverb, resonance e presence. O canal Red também tem um controlo para ajustar o noise gate. Há ainda um switch, junto aos interruptores, que determina o nível de potência a que o vão operar. Está disponível em Black ou Ivory, com grelha em aço preto e painel frontal em alumínio. Vale €899. Por comparação, o modelo de 100 watts EVH 5150III vale, pelo menos, o dobro.

A versão combo possui as mesmas válvulas mas, neste caso, apenas duas jj 6L6 na secção de potência, em vez das quatro do cabeço. A coluna é construída em MDF, com plywood no interior a direccionar o foco da resposta de graves. O altifalante é uma unidade 12” EVH Celestion, desenvolvida especificamente para este modelo. O combo repete os specs do cabeço, com os mesmo dois canais e respectivos painéis de controlo, incluindo o switch que reduz a potência de operação em 1/4. Está disponível em Black ou Ivory, também. Vale €899. Mais info na EVH Gear.
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PRS & HENDRIX | Os novos amplificadores PRS Guitars HDRX são inspirados no modelo Marshall Super Lead que Jimi Hendrix usou no Woodstock. Paul Reed Smith e Doug Sewell estudaram o über clássico amplificador que reside no Museum Of Pop Culture, em Seattle. A PRS Guitars lançou este ano nova série HX de amplificadores, um par de amplificadores de guitarra inspirados num Marshall Super Lead de 100 watts modificado que Paul Reed Smith e Doug Sewell, designer de amplificadores PRS, foram autorizados a estudar. O amplificador foi, reza a lenda, utilizado por Hendrix no Woodstock e reside actualmente no Museum Of Pop Culture de Seattle. Poucas semanas depois da apresentação, a PRS Guitars viu-se obrigada a mudar o nome da sua mais recente gama de amplificadores HX. A Yamaha avançou com um pedido amigável para o efeito, por considerar que entrava em conflito com as pedaleiras Line 6 HX. A PRS alterou o nome dos amps para HDRX. O que não se alterou é o facto da marca de Paul Reed Smith, apesar de garantir que os amps não são uma réplica exacta do amplificador em questão, afirmar que estes «captam o circuito e a flexibilidade e potência do som Jimi Hendrix de inspiração britânica nos finais dos anos 60, num design simples». A gama consiste em dois cabeços, um de 100 watts e um de 50 watts. Há também duas colunas, uma 2×12 e uma 4×12 carregadas com altifalantes Celestion G12H-75 Creamback. Ambos os cabeços apresentam a mesma disposição de controlo: existem botões de presence, EQs (graves, médios, agudos) e volume agudos e volume de graves. Um toggle-switch de duas posições activa um modo de ‘ganho médio alto’, enquanto um outro de três posições activa um de dois modos de ‘brilho’. Os dois controlos de volume operam em dois canais com transição interna, o equivalente a ligar os canais lead e bass num Marshall clássico.
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EHX SOVTEK REDUX | A Electro-Harmonix relançou o seu remake do amplificador Sovtek MIG-50. Desta vez num lançamento direccionado globalmente. O amplificador é uma recriação fiel do lendário Sovtek MIG-50, com alguns ajustes modernos ao desenho e circuito originais. O amplificador dispõe de dois canais: I e II, normal e bright respectivamente, e um esquema de controlos bastante simples, composto por um EQ de três bandas e controlo de presence ao lado de um volume para cada canal. Uma Mullard 12AX7 e duas Tung-Sol 12AX7, no pré, são as válvulas que seguem para o estágio de 50 watts de potência, que recorre a duas Tung-Sol 5881 por sua vez. Estas fornecem headroom de sobra, o que significa que o amplificador deve aguentar bem os pedais que usarem. O amp é também compatível com colunas de 4, 8 ou 16 ohm. O preço estimado é qualquer coisa em torno dos 540 paus (em euros). Mais info e specs na EHX.
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SUPRO DELTA KING SERIES | A Supro apostou em 2021 com uma forte expansão da sua linha combos a válvulas, na colaboração com Robert Keeley e na inspiração vintage dos modelos Delta King. Entre as novidades, há actualizações nos modelos ’64 Super, ’64 Reverb e Black Magick; a colaboração com Robert Keeley também continua a dar que falar, desta vez com o novo Keeley Custom 12. Mas a grande novidade é sem dúvida a série Delta King, inspirada nos amps vintage, adequada a bolsos menos abastados e que parece oferecer à própria série Blues King da Supro uma dura competição como o melhor amplificador de guitarra compacto para quem quer aquele som rock ‘n’ roll e blues da velha guarda. Existem três opções na série Delta King (1×8″, 1×10″ e 1×12″), cada uma disponível numa escolha de dois tweed personalizados com riscas pretas e preto com riscas creme. Os combos Delta King têm secções de potência a válvulas de classe A com um só extremo e são vocacionados para recriar aquele timbre rock ‘n’ roll da Invasão Britânica dos anos 1950 e 1960. O Delta King 12 de 15 watts é o modelo emblemático da série e incorpora uma série de características no seu painel de controlo compacto, com o seu modo Pigtronix FAT de alto ganho para adicionar um certo calor extra, EQ de três bandas, um master volume e reverb de mola analógico. Lá dentro está um pré-amplificador de 12AX7 e um tríodo 12AU7 (válvula electrónica de três elementos) no amplificador de potência, alojando um único altifalante de 12 polegadas DK12. O Delta King 10 de 5 watts partilha grande parte do perfil do seu irmão maior e também usa um pré-amplificador de 12AX7 e uma válvula 12AU7, apresentando ainda o modo de alto ganho Pigtronix FAT. A principal diferença para além da saída de potência mais modesta é o altifalante de 10 polegadas e um EQ de apenas duas bandas. Por fim, o Delta King 8 é um combo a válvulas de um watt apenas e que deve funcionar bem em casa e em estúdio, com uma linha de saída posicionada antes do volume principal para que se possa encontrar a enviar alguma sujidade pura para a DAW ou então como overdrive para um amplificador maior. Há controlos de volume e tone mais um interruptor para activar o impulso FET. Como o nome sugere, dispõe de um altifalante BK8 de oito polegadas.
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PEAVEY INVECTIVE MH | A versão mais compacta do amp de assinatura de Misha Mansoor foi apresentado há dois anos. A Peavey manteve-o na prateleira até agora. É uma feroz máquina de heavy metal. Tendo sido anunciado há dois anos atrás, durante a Winter NAMM 2019, havia um pouco de mistério em torno deste lançamento. Porque fora apresentado, as pessoas andavam a falar nisso e surgiram até as primeiras análises e demonstrações do amp, tudo com feedback bastante positivo. Todavia, tardava em chegar ao mercado… Tendo como base o cabeço Invective, modelo de 120 watts de Mansoor, este novo amp compacta-se em 20 watts (com alternador de potência ainda para reduzir para 5 watts e um único watt). O Invective MH apresenta um par de EL84s na secção de potência do amplificador, com três 12AX7/ECC83s no pré-amplificador. Tal como com o seu irmão maior, vem com uma série de características contemporâneas. Nomeadamente, um circuito T.S.I. (Tube Status Indication) a bordo, que lhe permite diagnosticar rapidamente problemas na válvula, e uma série de funções de gravação – incluindo uma saída MSDI (Microphone Simulated Direct Interface) com XLR e interruptor de elevação à terra, mais USB com emulação de altifalante para gravação directa. Modelo dual channel, o canal limpo do Invective MH tem controlos de Gain, Low, High, enquanto o canal principal tem os controlos de Pre-Gain e Post-Gain, mais um EQ de três bandas. Há controlos globais para Ressonância e Presença, mais comutadores para Tight voicing, noise gate e boost. O footswitch pode ser usado para activar o modo Tight, que faz exactamente isso, aperta num punho o som de alto ganho, dando-lhe mais punch. Também se pode ligar o gate através do pedal e também há FX Loop (buffered) acessível via footswitch. Mais detalhes na Peavey.
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DIEZEL VH MICRO | A Diezel apresentou uma versão mais compacta e mais económica do seu cabeçorro VH4. O pequeno VH Micro baixa a potência ao amplificador VH4, mas preserva o seu demoníaco perfil para sons de alto ganho, ideais para rock bruto e metal. O VH Micro é classificado com 30 watts de potência, o que é mais do que suficiente para um volume razoável, para treinar em casa e para gravação. O seu carácter sónico baseia-se no terceiro canal do VH4, com controlos de EQ – bass, middle e treble -, gain e volume master. Também há controlos Deep e Presence, que ajustam as características sónicas gerais do amplificador. A Diezel refere que o alcance do botão de gain permite varias entre «sons fogosos de rock e metal e um overdrive exuberante». O painel traseiro do amplificador apresenta um loop de efeitos, que permite utilizar efeitos de delay e reverb sem que estes sejam esmagados pelo pré-amplificador, se estiverem a puxar à bruta pelo gain. O nome Micro, traduz-se em 24 cm de largura e 13 cm de altura. Além dos 1,8Kg de peso que o tornam extremamente portátil. Portanto, não só é mais fácil de carregar que o VH4, como é também muito menos pesado na carteira. O amplificador está já disponível com um street price a rondar os €285 (a título de curiosidade, o VH4 ronda os três mil e quatrocentos paus).
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BLACKSTAR ID:CORE V3 | A Blackstar elevou a fasquia com este modelos e as suas novas funcionalidades para live streaming, novo software e ainda mais efeitos. Mantendo a característica Super Wide Stereo que faz destes amplificadores uma proposta tão tentadora, a marca acrescentou o sistema Cab Rig Lite (permite ajustaro posicionamento do micro virtual) no software gratuito Architect para simulação avançada de cabinet para gravação, juntamente com a capacidade de edição do Architect e ainda a gestão de patches. Os efeitos acrescentados incluem quatro tipos de reverb e delay, phaser, chorus, flanger, envelope filter e tremolo. O ID:Core V3 também permanece atento às necessidades contemporâneas com I/O TRRS de 3,5mm para fácil transmissão ao vivo para um dispositivo compatível, tal como um smartphone. Estão disponíveis três modelos: o ID: Core V3 Stereo 10, Stereo 20 e Stereo 40 com altifalantes 2 x 3″, 5″ e 6,5″ Blackstar, respectivamente. E porque são de gama completa, estes amplificadores podem ser usados como altifalantes domésticos diários, se necessário, ou uma interface de áudio USB para gravação de guitarra. Mais informações aqui.
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