A Signal Rex torna a celebrar a missa profana no Porto. O Invicta Requiem Mass VII, cada vez mais a grande referência dos eventos nacionais exclusivamente dedicados ao black metal, decorre no Bourbon Room, entre os dias 30 de Novembro e 2 de Dezembro.

EDIT // Na sequência do Bourbon Room ter emitido um comunicado no qual renunciava a acolher o festival Invicta Requiem Mass VII, a Signal Rex decidiu cancelar a edição deste ano, temendo pela segurança de bandas e fãs e depois de um potencial novo espaço ter recusado acolher o evento entre os dias 30 de Novembro e 2 de Dezembro. Mais detalhes e comunicado oficial (abre hiperligação).

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A sétima edição do Invicta Requiem Mass está marcada para os dias 30 de Novembro a 2 de Dezembro, no Bourbon Room, no Porto, Portugal. Com curadoria da Signal Rex, o festival underground sempre procurou apresentar ao público uma experiência desafiante e transcendental, e este sétimo encontro não será diferente. Vamos olhar o cartaz, dando maior destaque ao contingente luso…

Desde o início do milénio, Vulturius tem perseguido um ideal, sem compromissos, de pureza e crudeza do black metal, revigorando assim a própria cena portuguesa através de uma discografia que, até aqui, era composta por cinco LPs e uma legião de splits e demos. Depois da reedição de “Lurking In The Depths”, o projecto tem estado ligado ao selo Signal Rex que editou, em 23 de Dezembro de 2022, o sexto longa duração de IRAE, “Assim Na Terra Como No Inferno”. Alvo de louvores na nossa plataforma, deve servir de base ao concerto do Invicta Requiem Mass.

Mons Veneris é outra entidade firme e sombriamente enraizada no underground luso. São 20 anos a beber de um cálice sanguinolento e insanamente prolífico, seguindo uma visão repugnante de forma única, com uma sede insaciável. Desde primitivismo rítmico a melancolia medieval, de drone vulcânico a quase cacofonia, nunca há garantia de como a visão de Mons Veneris se manifestará – apenas que explorará uma escuridão que poucos são enfrentar. A mais recente evidência é “Excessess of Perpetual Gloom”, um maxi-single de três músicas destinado como aperitivo para o próximo álbum completo da banda, “Ascent Into Draconian Abyss”, previsto para ser lançado neste Inverno pela Signal Rex.

Redenção Pelas Chamas é um nome recente na cena black metal portuguesa. “Rehearsal Tape”, o único registo, revela abordagens essencialmente melódicas e ambientais a conceitos do paganismo europeu bem old school (. No pólo oposto, os Ruach Raah fundem o black metal com resíduos de d-beat para tremendo efeito. Os Voemmr trarão peso e opressão claustrofóbica.

Criados inicialmente como um duo, os nacionais Necrobode surgiram em cena com “Metal Negro da Morte”, uma demo editada em 2018, via Iron Bonehead. Mostrando desde logo uma abordagem crua e rude às frequências mais antigas do death/black metal, os músicos invocaram um delírio selvagem apoiado num transe hipnótico e, sem perderem muito tempo, expandiram a sua formação a trio e voltaram à carga com o muito elogiado álbum de estreia dois anos depois.

Intitulado “Sob o Feitiço do Necrobode”, o LP intensificou ainda mais a base firme e imunda do registo anterior – bestialidade pulsante, riffagem estridente, vocalizações encharcadas de efeitos que soam como um demónio a vomitar no abismo, a ocasional textura sintetizada e apenas a dose de melodia necessária para manter o ouvinte atento – e apresentou dez temas que resultam como uma sublime cacofonia que emerge directamente das masmorras da podridão.

Fundado por Lauri Penttilä, aka Werwolf, Satanic Warmaster emergiu no underground finlandês no final do milénio passado. Uma época em que a cena precisava de crudeza e agressividade. No início do 2K, a reputação do projecto disparou através de uma série de demos e splits e do LP de estreia “Strengh & Honour”. A solidifcação de Satanic Warmaster surgiu no terceiro LP, “Carelian Satanist Madness” (2005), trabalho onde a singularidade se revelou de forma mais intensa, manifestando-se num som de qualidades atmosféricas e hipnóticas, com riffs equitativamente melódicos e tempestuosos.

O trabalho mais recente é “Aamongandr” (2022), feito com regra e esquadro, no sentido em que já não restam segredos por desvendar a Werwolf sobre como fazer black metal. Se o concerto no Invicta Requiem Mass for mesmo em diante, promete ser memorável (mesmo que sketchy para cacete).

Cétophane vêm mostrar o mais recente trabalho, o LP “Monte Verità” (2020). Dos Países Baixos, chega o dark wave dos Old Tower. Também numa perspectiva mais ambiental, o projecto bósnio Obskuritatem regressa ao Invicta Requiem Mass. A encerrar o cartaz do festival há ainda a legião castelhana, que inclui Marthyrium, Nagyszeben e Beyond Death Throne.

O passe para os três dias do Invicta Requiem Mass VII custa €85 e podem adquiri-lo através do e-mail: invictarequiemmass [ @ ] gmail [ . ] com. Devido às dimensões da sala, ão é expectável que sejam disponibilizados bilhetes diários. Mais informação no site oficial da Signal Rex.