Myrkur vai editar o álbum “Spine” no dia 20 de Outubro. Já pode ser ouvido um terço do disco, que revela a profundidade emocional de Amalie Brunn diante da sua maternidade e as multitudes estéticas da sua música.
Exceptuando a banda-sonora da peça de teatro “Ragnarok” (que pretendemos analisar brevemente), passam cerca de três anos desde o lançamento de “Folkesange”. Todavia, o regresso de Myrkur aos discos canónicos está muito próximo, depois do anúncio da edição de um novo álbum, intitulado “Spine”, e da estreia do seu primeiro single, “Like Humans”. Segundo comunicado de imprensa, recolhido pela LOUD!, este projecto de black metal e folk liderado por Amalie Brunn, marca «o início de um novo rumo para a enigmática compositora, multi-instrumentista e vocalista».
Inspirado pelo nascimento do seu filho e pelas emoções que daí advieram, o LP é descrito como sendo «livre de restrições de género e dando origem a uma nova gama de contornos emocionais e sonoros». À semelhança dos lançamentos anteriores de Myrkur, “Spine” tem um carácter arejado, quase etéreo. Como já vem sendo habitual também (e, sinceramente, nem queríamos que fosse de outra forma), a Amalie Bruun canta no seu dinamarquês natal e explica que as letras se baseiam na antiga mitologia nórdica e que o álbum explora o contraste entre o relacionamento que uma mãe tem com o seu filho e um mundo desligado e moldado pela IA.
Já foram estreados três dos nove temas que constituem o disco: “Like Humans”, “Mothlike” e “Valkyriernes Sang”. “Like Humans”, malha que Brunn diz ser o resultado de se sentir sozinha ao lidar com um novo capítulo na sua vida, foi o primeiro a estrear. «Quando escrevi a “Like Humans” sentia-me muito desligada e isolada da raça humana. A falta de toque e de estar nos primeiros anos de maternidade forçaram-me a tornar-me humana de uma forma que nunca pensei que aconteceria. Passar por todas essas mudanças ao mesmo tempo, fez-me querer desesperadamente sentir uma ligação à terra e os seres humanos. Escrever e gravar este álbum ajudou-me no processo de cura e a ter sucesso nesse sonho», explica Amalie Brunn.
Então chegou o mais experimental “Mothlike”, tema no qual Amalie Bruun canta sobre um pulsar electrónico e uma nuvem de sintetizadores celestiais, para criar o que parece ser algum tipo de música digital mística. Depois, as nuvens escurecem, aumentam as sombras e surgem uns estrondos de ruído metálico, que se fundem com os sons típicos da synth pop para criarem uma mistura extremamente refrescante de sons pesados e etéreos. Convenhamos, é diferente, muito diferente, de tudo o que ouvimos de Myrkur ao longo destes últimos anos, mas ainda bem que assim é. De qualquer forma, parece que é já um sentimento familiar ser, em parte, surpreendido pela artista.
No dia 8 de Outubro estreou “Valkyriernes Sang”. A canção remete-nos para uma abordagem vasta e crepuscular ao black metal que é característica vetusta de Myrkur, que descreve: «Escrevi esta música após mergulhar novamente em diferentes interpretações das antigas sagas nórdicas, particularmente na saga de Njál e nos poemas sobre as valquírias. Sempre fui fascinada pelas figuras das valquírias na mitologia nórdica, pelo seu poder, pelo seu papel nas batalhas, em Valhalla e ao lado de Odin».
“Spine”, o novo álbum de Myrkur, tem lançamento previsto para o dia 20 de Outubro, mas já está disponível para pré-encomenda na loja virtual da Relapse Records. Podes ainda conferir a capa e o alinhamento completo do disco.
