A comunidade musical tem-se manifestado em choque pela morte de Jeff Beck, sucedendo-se as recordações e as homenagens. Também os guitarristas portugueses assinalaram a perda de um dos maiores de sempre. Como refere o André C. Rodrigues, tão cedo ninguém chegará sequer perto de Jeff Beck.
Jeff Beck, um dos maiores guitarristas na história da música rock, morreu no passado dia 10 de Janeiro de 2023, aos 78 anos de idade. «Em nome da sua família, é com profunda tristeza que partilhamos a notícia da morte de Jeff Beck. Depois de ter contraído subitamente uma meningite bacteriana, faleceu pacificamente ontem. A sua família pede privacidade enquanto processa esta tremenda perda», lê-se num comunicado publicado já no dia 11 de Janeiro (cerca das 22h em Lisboa) no Facebook oficial de Jeff Beck.
Guitarrista de técnica absolutamente singular, deslumbrou o mundo desde ainda antes da explosão do hard rock, há mais de meio século. Desde o R&B dos The Yardbirds, ao Jeff Beck Group com Ronnie Wood e Rod Stewart, até à obra-prima de jazz/rock instrumental “Blow By Blow”, e um infindável número de aparições como músico convidado (Mick Jagger, Roger Waters, Brian May, Paul Rodgers, Stevie Wonder, Tina Turner, Jon Bon Jovi) e até uma ou outra incursão em blockbusters de Hollywood, Jeff Beck esteve constantemente a explorar e a fazer progredir a sua linguagem musical e a da guitarra eléctrica, mais especificamente da Stratocaster.
Naturalmente, os músicos que fazem parte da primeira geração do hard rock vão-nos deixando aos poucos (talvez possamos depositar esperança na imortalidadede Keef e Ozzy), mas cada vez que um morre, precisamente devido à sua importância histórica, é um rude golpe na comunidade musical e sucedem-se reacções de pesar por todo o mundo. No caso dos shredders, isso sucede principalmente na comunidade de guitarristas. Nesse sentido, muitos guitarristas portugueses manifestaram-se em choque e prestaram a sua homenagem a Jeff Beck.
André C. Rodrigues fala de «um dos mais importantes guitarristas dos últimos 60 anos. De uma categoria à parte, do mais expressivo que alguma vez ouvi». Assinalando que «tão cedo não há-de aparecer quem chegue sequer perto do que fazia. felizmente, esteve entre nós mais de cinco décadas a mais que o Hendrix». O Mário Delgado confessa que «esta dói mesmo muito». Sem dúvida, Mário.