Tonewoods, Paul Reed Smith Defende a Sua Importância

A eterna discussão em torno da guitarra eléctrica, a real importância das madeiras usadas no instrumento e dos pickups no seu som, tem pendido para o lado dos últimos. Indignado, Paul Reed Smith rebate aquilo que considera tretas da Internet.

Músicos, luthiers, engenheiros de som. Todos concordam que o Som está nas “mãos”, que, em última análise, é a expressividade de cada um que cria o seu timbre de assinatura. É verdade, não? Depois, muitas vozes, principalmente no que refere à guitarra eléctrica, referem que muito do som deriva dos pickups utilizados e que a madeira não tem tanta influência naquilo que se ouve. Mas, naturalmente, a madeira do instrumento tem características que não podem ser contornadas. Também aqui há algo de mágico, pois as mesmas madeiras podem sofrer imensas variantes (designs diferentes, misturas de madeira diferentes, melhor ou pior envelhecimento, secagem, etc.) que fazem com que dois instrumentos não sejam iguais, tal como dois músicos. Por isso a procura pela guitarra ou o baixo ideal pode levar anos.

Paul Reed Smith, um dos mais importantes luthiers vivos, fundador da PRS Guitars, deixou a sua opinião sobre o debate acerca da importância das madeiras usadas na guitarra eléctrica e o quão relevantes podem ser as suas características tonais no momento de escolher que instrumento tocar. Uma tendência de pensamento que tem vindo a perder terreno na nossa era, até pelos preços galopantes que as maiores marcas imprimem nos seus produtos. Numa entrevista com o canal Dipped In Tone, no YouTube, Reed Smith falou com os anfitriões Rhett Shull e Zach Broyles sobre a razão pela qual a escolha da madeira tem tanta importância como os pickups.

«Ouvi um argumento na Alemanha, numa das ocasiões em estive lá, que acho que é válido. Se o instrumento não importa e é apenas o pickup que determina o som, então um violinista de orquestra decidir-se-ia por um microfone Neumann e o violino não teria qualquer importância. São as suas mãos e o microfone que são tudo o que importa para o som – é isso, de acordo com a Internet! Que grande treta». Paul Reed Smith prossegue a sua justificação: «Se pegares em qualquer guitarra que seja de qualquer marca, ela vai fazer um som de vogal, vai fazer um ‘oo’, um ‘auu’ ou um ‘ahh’ ou um ‘eee’. Uma guitarra realmente boa [bem construída] é brilhante nas cordas graves e espessa nas cordas agudas, e o pickup capta isso».

Broyles e Shull acenam em concordância enquanto o Sr. PRS Guitars concluí: «A ideia de que o pickup vai ignorar isso… Aquela guitarra ali [junto ao rig de Broyles] é oca e tem notas saindo dela o tempo todo, esses harmónicos são acrescentados a cada nota que toca, é uma coisa incrível». Se a madeira é tão importante, que factores se devem procurar numa boa madeira? Reed Smith concluiu que, antes de mais, tudo se resume à forma como soa e quanto pesa. Se precisam de uma cábula para as características principais das madeiras mais usuais nas guitarras eléctrica, consultem o nosso guia sobre tonewoods.

Paul Reed Smith conversou também sobre alguns dos lançamentos mais recentes da PRS Guitars que vão além da guitarra em si, caso dos amps HDRX ou da primeira linha de pedais de efeitos da marca, de onde surgiu o peculiarmente designado “Horsemeat”. Reed Smith explicou porque escolheu esse nome para o pedal de overdrive: «Não posso dar o nome de Horsemeat a uma guitarra – no negócio dos pedais, podemos escapar impunes. Não íamos dar-lhe esse nome [originalmente]. A piada era que ele era capaz de comer Klon Centaurs ao pequeno-almoço».

Podem ver a entrevista completa no player seguinte. Podem encontrar as guitarras de Paul no site oficial PRS Guitars.

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