Weyes Blood: And In The Darkness, Hearts Aglow

Em “And In The Darkness, Hearts Aglow”, segundo álbum de uma trilogia de Weyes Blood, Natalie Mering assina um disco absolutamente deslumbrante.

A 18 de Novembro de 2022, a Sub Pop editou o espantoso novo álbum de Weyes Blood, “And In The Darkness, Hearts Aglow”. As dez composições do álbum foram escritas por Natalie Mering, que também assumiu a produção juntamente com Jonathan Rado em todas as canções excepto “A Given Thing”, produzida por Mering e Rodaidh McDonald. “And In The Darkness, Hearts Aglow” foi misturado por Kenny Gilmore no 101 Studio e masterizado por Emily Lazar e Chris Allgood no The Lodge, e apresenta participações de Meg Duffy, Daniel Lopatin e Mary Lattimore.

O álbum é o seu seguimento do aclamado “Titanic Rising”, o primeiro de três discos numa trilogia especial. E onde “Titanic” foi uma contemplação de desgraças vindouras, “And In The Darkness, Hearts Aglow” é sobre estar no meio desse turbilhão: uma busca por uma escotilha de fuga para nos libertar de algoritmos e caos ideológico (spoiler alert: o próximo será sobre a esperança). «Estamos num mundo de merda totalmente funcional», diz Mering. «O meu coração é como uma vara de néon que foi rachada, iluminando o meu peito numa explosão de honestidade».

O primeiro single do álbum, “It’s Not Just Me, It’s Everybody”, é sobre a interconectividade de todos os seres, mas também sobre a erosão da sociedade à nossa volta. A voz suave e luminosa de Natalie Mering soa como uma retardada transmissão de rádio AM da década de 70, misturando a urgência de descoberta de Joni Mitchell na era “Court And Spark” com a calma celestial de Karen Carpenter. Mering usa essa ferramenta para um efeito deslumbrante. Assim se parafraseia o New York Times. Em “God Turn Me into a Flower” (favorita pessoal) os sincronismos com o mito de Narciso são óbvios nesta sociedade tão centrada no ego e nos seus desejos, na vaidade e na superficialidade desse lago que são as redes sociais.

O segundo single, “Grapevine”, é uma épica road song, com a Interstate 5 no Sul da Califórnia como fundo, em que são tocados assuntos como o desgosto e a saudade. A seu respeito diz Natalie Mering: «A tecnologia vai colhendo a nossa atenção uns dos outros. Todos temos uma “Vinha” enrolada no nosso passado, feita de feridas abertas e dor. Estar apaixonado não significa necessariamente estar junto com alguém. Porque outra razão tantas outras canções de amor parecem ansiar por uma conexão?»

A sofisticação de Cohen ou Tori Amos, o equilíbrio entre uma sonoridade bucólica e densas sintetizações, são factores que tornam este um disco obrigatório em quase todas as listas de melhores do ano. “And In The Darkness, Hearts Aglow” está disponível em CD/LP/CS/DSPs e pode ser encomendado também no website oficial de Weyes Blood.

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