O hype em torno de “Six”, dos Extreme, e do solo de Nuno Bettencourt em “Rise”, o primeiro single, é plenamente justificado. O shredder luso-americano oferece-nos um dos mais vertiginosos e intensos momentos de guitarra eléctrica dos anos mais recentes.
Foi no início de Março que os Extreme finalmente anunciaram um novo álbum. O seu sexto registo de estúdio – apropriadamente intitulado “Six” – vai ser editado a 9 de Junho de 2023. Sucede a “Saudades de Rock” (2008) e quebra um silêncio criativo de 15 anos. Pelo que se depreende do seu primeiro single, “Rise”, vai ser um estouro!
Como sucede em qualquer malha dos Extreme, a execução de Nuno Bettencourt na guitarra eléctrica é sempre a jóia da coroa. Com “Rise” não foi diferente e os elogios ao vendaval de shred que envolve a canção não demoraram a chegar, com metade do particular universo de fãs de guitar heroes em polvorosa com o hype gerado. Como sucede em muito poucas ocasiões, o hype é bem justificado. Basta ouvir o tufão que é o solo! Claro, os riffs não são nada a desprezar, mas o nível de virtuosismo técnico por detrás dos fraseados do solo raiam a insanidade. A meio surge um breakdown que traz à memória “Flight Of The Wounded Bumblebee”, a velocidade é sobre-humana e as progressões na escala deixariam qualquer um de queixo caído. Para um solo que dura pouco menos de um minuto, o arsenal ali apresentado é terrífico e executado de forma magistral.
O facto de Bettencourt, muito provavelmente, já nos ter oferecido o melhor solo de guitarra de 2023 não será surpresa para ninguém. A motivação para esta poderosa demonstração da força da guitarra eléctrica no hard rock, essa é absolutamente tocante, como o próprio guitarrista luso-americano confessa: «Quando o Eddie Van Halen morreu, fiquei muito transtornado. Não me arrogo ao trono, mas senti um pouco a responsabilidade de manter a guitarra eléctrica bem viva. É daí que surge o fogo no disco».
O frontman Gary Cherone também deixa claro que “Six”, começando por “Rise”, mostra a banda no pleno das suas capacidades: «Musicalmente, é agressivo. Liricamente, é um alerta sobre a fama, a ascensão e queda da fama. És seduzido por isso. Uma vez no topo, eles dão cabo de ti e deitam-te abaixo. Essa é a natureza da besta. Nos Extreme, há sempre muita paixão e alguma acidez. Não estamos em competição com mais ninguém, mas esforçamo-nos por nos superarmos a nós próprios. Há alguns momentos neste álbum em que o fizemos. Conseguimos estar juntos depois de todos estes anos. Sentimos que temos algo a provar quando subimos ao palco ou ao estúdio. Por causa disso, acredito que algumas destas canções estão entre as melhores que já escrevemos».
Fazendo eco destes sentimentos, Bettencourt – que também produziu o álbum – acrescenta o quão necessitada anda a comunidade hard rocker do old school, mas que ainda assim se pode esperar o inesperado, com a banda capaz de soar modernizada. Junho está aí ao virar da esquina.
Fiquem com a capa e tracklist de “Six” e, de seguida, disparem esse vibrante single que é “Rise”. Se desejarem, a pré-encomenda d de “Six” está disponível via earMUSIC.

Um pensamento sobre “Extreme, O Fogo de Eddie Van Halen nos Dedos do Nuno Bettencourt”