“Folktales of the Archdemon” é o segundo single de “Blood Red Lullabies” e marca o lançamento do celebrado álbum de HOOFMARK em formato vinil, também com o selo Raging Planet.
“Folktales of the Archdemon”, canção feroz de “Blood Red Lullabies”, espelha o que poderia ter sido e retrata um trajecto difícil com escolhas erradas enquanto se descarrega nos outros e, em última análise, em si mesmo. O vídeo procura projectar o desfecho dessa viagem, quando tudo parece encolher, perder a forma e o sentido. “Folktales of the Archdemon” é intensa quer nos momentos rápidos, quer nos lentos. As guitarras oferecem, nalguns instantes, um pouco de luz a uma canção assumidamente negra nos seus sons e conteúdo.
Com este segundo single, vem ainda o lançamento do disco em formato vinil que está disponível agora na Raging Planet ou no contacto directo com Hoofmark. O álbum conta com a participação de El Vaquero Ungulado na Voz, Guitarras e Letras; Towkuhsh Razamod no Baixo, Harmónica, Acordeão, Guitarra (Solo em “Azuis & Vermelhidão”) e Piano [“All about our family (ella está muerta)”], Andrecadente na Bateria Acústica e Percussões, André Hencleeday no Piano e Jorge Silva na Flauta. Foi produzido e masterizado por Towkuhsh Razamod no ERRE.
“Blood Red Lullabies” tem toques pintados a vermelho-sangue marcados pelos rigores da vida e de um futuro incerto, mesclando-se com uma dança agitada e mitos admiráveis que nos ficam a ecoar na mente e ocupam todos os poros do corpo, refletindo a importância de o projeto continuar a contar histórias e criar mitos, dentro e fora da música. Foi por um triz que não o listámos na nossa lista AOTY 2022, ainda que o tivéssemos mencionado aí. Todavia, quanto mais o ouvimos mais vontade fica de o ter incluído de forma perene.
Entre sugestões da loucura/genialidade psicadélica de Captain Beefheart e o rock meio “artsy” de bandas como Jane’s Addiction ou The Smashing Pumpkins, este álbum vai muito além da catalogação como black metal avant-garde. Trata-se de um disco inesperado, coberto de dualidades e paisagens distintas onde cada um pode sentir o desconforto confortante de passear pelo desconhecido sem nunca levantar os pés do chão.
A foto que acompanha o artigo é de Ricardo Rodrigues.