Partindo do lendário JTM45, o Marshall adorado por Peter Green, Angus Young, Gilmour e Hendrix, eis o Marshall Studio JTM, cabeço made in UK de 20 watts e o primeiro amp da marca desde que foi vendida em Março de 2023.
Em 2020, a Marshall Amplification apenas estreou produtos no segmento dos home speakers. O período temporal habitualmente reservado às novidades da Winter NAMM também não trouxe notícias em 2021. E o mesmo em 2022. Sem sequer ponta de rumores, restava recapitular as últimas investidas da famosa marca britânica na década anterior.
As águas foram agitadas em Março de 2023. A lendária marca britânica fabricante de amplificadores de guitarra Marshall foi adquirida pela empresa sueca Zound Industries – a empresa que actualmente produz auscultadores e altifalantes Marshall (aquela praga poser que encontram em qualquer FNAC ou Worten no nosso país) sob licença da marca de amplificadores. Segundo o CEO da Zound, Jeremy de Maillard, as duas marcas vão agora ficar sob a alçada de uma nova entidade privada, The Marshall Group, com a família Marshall a deter uma participação de 24% na nova empresa.
Então, nos últimos dias de Julho, em torno da data do centenário do fundador Jim Marshall, foi anunciado o Marshall Studio JTM – o seu primeiro novo produto, desde que a lendária marca foi comprada pela Zound. O Studio JTM parte das características sónicas do lendário amplificador valvulado da Marshall, o JTM45, e coloca-o numa estrutura mais compacta, com uma potência nominal de 20 watts. Continua a ser fabricado à mão no Reino Unido, mas promete ser mais leve «sem comprometer a qualidade do som».
O JTM45 original foi o cabeço preferido por meio mundo, desde Angus Young a David Gilmour, Peter Green e Jimi Hendrix, mas embora o som tenha perdurado, os aspectos práticos de stacks pesados fizeram com que progressivamente perdessem relevância no mercado moderno.
Tal como os outros amplificadores da gama Studio, o Studio JTM pretende apelar aos músicos que querem o feel e a qualidade de construção clássicos da Marshall, mas sem a dor de costas (e o estrondo sónico) associada aos modelos vintage. Como tal, os novos modelos baseiam-se em muitos dos componentes clássicos do JTM45 – incluindo duas válvulas ECC83 de pré-amplificador, duas válvulas 5881 de potência, uma ECC83 no divisor de phase e, nas colunas, altifalantes Creamback Celestion.
Ainda há que contar com o redutor de potência incorporado no circuito, que permite operar em 5 watts de potência. Outros atractivos para os músicos contemporâneos modernos incluem uma saída DI e um fx loop, além do já referido design mais leve – com o cabeço a possuir cerca de um terço do peso do seu antecessor, com 9,25 kg.
Dada a recente escassez de novos amplificadores Marshall e as preocupações em torno da aquisição, a gama também oferece sinais encorajadores de que há sensibilidade pelo legado histórico na fusão com a conveniência moderna. Por exemplo, o Marshall Studio JTM mantém as quatro entradas de sensibilidade High e Low, juntamente com os controlos de volume High Treble e Normal do muito apreciado amp original, o que significa que ainda é possível ligar os canais e misturá-los com os respectivos botões de volume.
Esta opção de design é tão mais relevante porque houve a forte tentação de a eliminar de todo ou reduzi-la a um switch. É gratificante perceber que se optou por uma das singularidades marcantes do JTM45. Neste particular, as versões do novo amp – um cabeço, um combo e as opções de colunas 1×12″ e 2×12″ – tem realmente o aspecto que deviam ter, canalizando o revestimento e o velho logótipo da Marshall, juntamente com os distintivos tubos dourados que contornam o chassis.
Em termos de preço, podem esperar pagar uns $2.350 (dólares) pelo cabeço Matshall Studio JTM ST20H e uns $2.650 pelo combo Marshall Studio JTM ST20C. Visitem a Marshall Amps para saber mais sobre o amp.